quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

[Vídeo] Adianto a postagem do fim de semana.

Mais um vídeo sobre lógica.
Estarei viajando entre o Natal e o Ano Novo. Assim, vou publicar com antecedência a postagem que ficaria para este momento.

Termino a parte que queria explicar sobre lógica matemática.

https://www.youtube.com/watch?v=HXin116je9U

Um feliz Natal para todos e um próspero Ano Novo!

sábado, 20 de dezembro de 2014

[vídeo] Lógica 3 - lógica matemática

Voltei a fazer vídeos, retomando os vídeos sobre lógica. O vídeo é sobre lógica matemática, envolvendo tabelas verdades.


http://youtu.be/6x1gFAwOqtw



Tenham um bom dia!

sábado, 13 de dezembro de 2014

[economia] Consumir mais agora para consumir mais no futuro

     Há um pensamento muito estranho que segue mais ou menos a seguinte lógica: Nós temos que consumir mais hoje. Isso irá aumentara demanda pela produção. O aumento da demanda fará com que os capitalistas produzam mais produtos. Com os investimentos, poderemos consumir mais no futuro. Portanto, é bom gastarmos muito hoje, pois isso irá fazer com que possamos consumir mais amanhã. Temos que fazer a economia girar.

      Esse pensamento é muito preocupante para a escola de economia da qual eu gosto muito, a escola de Viena. O estudo sério de economia permite identificar raciocínios falaciosos, muitas vezes envolvendo uma série de raciocínios desconexos. Sempre que se pensa em uma linha argumentativa, deve-se pensar também na coerência do raciocínio como um todo. Explicarei o que quero dizer.
       Iniciemos com uma situação clássica: um pescador pescou 4 peixes, este é o número máximo de peixes que ele consegue obter por dia. No entanto, ele e sua família precisam de apenas 3 peixes para sobreviverem, o 4° peixe seria comido por gula. Querendo aumentar sua produtividade, o número de peixes que poderia ser obtido pelo mesmo esforço, o pescador planeja construir uma rede de pesca. No entanto, a rede de pesca necessita de trabalho para ser construída. A rede poderia ser construída em um dia, mas se o pescador fizer isso, ele não terá pescado nada, e isso levaria ele e sua família a morrerem de fome. Surge então uma solução: O pescador, durante 3 dias, irá pescar 4 peixes. Desses 4, irá consumir 3 e guardar 1 para o dia seguinte (na verdade, considerando que o peixe estraga em 1 dia, o pescador pode consumir o/s peixe/s capturado no dia anterior e guardar o peixe novo, mas isso não atrapalha em nada o raciocínio). No 4° dia, o pescador terá 3 peixes sobrando, o suficiente para não morrerem de fome. Então ele passará esse dia construindo a rede.
      Outra possibilidade seria pescar 3 peixes e, em vez de pescar o 4°, usar o tempo para construir a rede, mas isso também não modifica o exemplo.
      O que aconteceu? O pescador queria melhorar seu meio de produção (ou meio de capital). Para isso, ele precisou poupar alimento ou tempo, ou seja, teve que abrir mão do 4° peixe, ou seja, teve que consumir menos. No entanto, a escolha por consumir menos agora o possibilitou consumir mais no futuro, uma vez que a rede permite pescar mais peixes por dia e, por consequência, consumir mais. Em suma: o pescador teve que escolher entre consumir mais no presente ou consumir mais no futuro, ou seja, teve que escolher entre consumir (produzir bens de consumo) e poupar (produzir bens de capital).

      No entanto, essa lógica elementar parece não se encaixar com o raciocínio que apresentei no primeiro parágrafo, que seria, simplificadamente, o seguinte: é preciso consumir mais agora para consumir mais depois. Isso não parece fazer muito sentido, então vou tentar explicar qual o problema do argumento, que parece lógico.

      Tomemos um produto concreto, por exemplo roupas. Vamos imaginar as pessoas querem que se produza mais roupas no futuro. Então, adotam a estratégia de consumirem mais roupas no presente. O que acontecerá? A demanda por roupas aumentará. Os produtores irão se mobilizar para lucrarem mais neste novo público, irão crescer os investimentos nesse setor. Surgirão novas lojas de roupas, novas fábricas de roupas, as fazendas irão produzir mais recursos que são usados para produzir roupas. No futuro, aumentar-se-á a produção de roupas para atender a esse mercado crescente. Quem olha sem refletir vê que o consumo aumentou a produção.

      Mas isso não entra em contradição com o caso do pescador acima? Agora vamos entender o que aconteceu no segundo caso. Como eu afirmei no parágrafo imediatamente acima, "irão crescer os investimentos nesse setor". Os investidores (pessoas que não consomem tudo o que produzem e, em vez disso, direcionam esses recursos para aumentar o consumo futuro) irão investir no setor de roupas. Vamos olhar ao redor da situação: os investidores têm X de riqueza para investir. Eles estavam investindo no setor de alimentos, por exemplo. Quando surge a oportunidade de lucrar mais investindo no mercado de roupas, eles irão pegar os investimentos direcionados a alimentos e passarão a investir em roupas.
      O que estou dizendo é o seguinte: o custo para o crescimento da produção de roupas é o crescimento da produção de outros produtos. Por isso essa lógica somente pode se aplicar a mercados específicos, e não a uma economia como um todo. O aumento do consumo em um setor aumenta a produção futura neste se setor e diminui o crescimento em outros setores - observe o/a leitor/a que eu falo que diminui o crescimento, não estou dizendo que os outros setores irão parar de crescer por causa disso, simplesmente crescerão menos (podem, é claro, parar de crescer ou "crescer negativamente").




     Mas e se o consumo aumentar em todos os setores?

     Como disse, os investidores não criar riquezas do nada para investirem. Para se investir, é preciso ter um excedente em relação a o que é consumido para ser investido - no primeiro caso, o pescador precisa pescar mais do que consome. Quando se aumenta o consumo do mercado como um todo, diminui esse excedente (pois a produção total = consumo + excedente, sendo que o excedente é usado para o investimento). Com menos excedente para investir, os produtores receberão menos riquezas para crescerem, portanto crescerão menos. No futuro, portanto, o mercado como um todo não terá a mesma capacidade produtiva do que poderia ter caso houvesse o investimento. Em suma, consumir mais hoje implicará em diminuir o quanto se pode consumir no futuro.
      Observe que estou sendo cuidadoso com as palavras - não estou dizendo que se consumirmos mais hoje, amanhã, teremos que consumir menos. Estou dizendo que teremos que consumir menos do que poderíamos caso tivéssemos consumido menos hoje. Tudo dependerá do grau de investimento antes dessa situação e quanto foi o aumento do consumo. Não é possível dizer que a produção diminuirá em relação ao presente, só se pode dizer que ele não irá crescer tanto quanto poderia.

      A conclusão é a seguinte: consumir mais no presente não levará a consumir mais no futuro, na verdade o consumo "atrapalha" o crescimento. Nós não notamos isso pois só comparamos o passado com o presente, e não dois presentes possíveis. Podemos comparar o momento antes de consumir mais e o momento após consumir mais, mas não podemos comparar o que aconteceu por aumentarmos o consumo com o que poderia ter acontecido caso não aumentássemos o consumo. E no presente vemos que o consumo é maior, mas não podemos ver que o crescimento não foi tão grande quanto poderia ser.
     Se moralmente a sociedade tem que consumir mais ou menos de modo a propiciar investimentos menores ou maiores, isso foge da minha atual análise. Tudo o que explico é o seguinte: aumentar o consumo total implica em diminuir o crescimento total.



Tenham um bom dia!


Obs.: Por favor, marquem abaixo as reações sobre o post. Isso é importante para que eu saiba o que estão achando das minhas postagens.

Sintam-se à vontade para comentar, criticar, sugerir.

Aproveitem, e curtam a página do blog no Facebook:
https://www.facebook.com/pages/Cop%C3%A1zio-de-Saber/1412921775615957

domingo, 7 de dezembro de 2014

Um exemplo de democracia

      Quem me acompanha sabe que tenho um conceito bastante específico de democracia. Vou trazer um exemplo de o que considero democracia, em contraposição a algo que não é democrático.

     Imagine um grupo de amigos, que têm fome e querem almoçar em algum lugar. Há várias opções: pizzas, pastéis, lanches, massas em geral, comida mineira, rodízio de churrasco, comida japonesa, comida árabe etc. O grupo resolve utilizar um método democrático: o voto. Eles votam e a maioria prefere comer lanches.
     No entanto, é possível imaginar também que algum dos membros do grupo não come lanche de jeito nenhum, seja qual for o motivo. Há meios de voto que tentam minimizar situações em que alguém saia muito prejudicado com a decisão - por exemplo, votos com 2° turno, votos múltiplos, votos que exigem maioria absoluta, ou que exigem 70%, 75%, unanimidade. Pessoalmente, gosto da ideia de diversas votações consecutivas, em que a primeira votação não terá qualquer efeito na seguinte, exceto para minimizar a assimetria de informações - mas a discussão sobre isso farei em outro momento.
     Qual seria a opção mais democrática na situação que criei? Não seria o lanche, uma vez que há uma pessoa que não o comerá de modo algum. A melhor solução é o shopping. O shopping reúne diversos tipos de comida, sendo o ideal para pessoas com variedades de gostos. Haverá situações em que pode ser difícil pensar em tal tipo de solução, mas ela é para mim o ideal de democracia: a liberdade de escolha. A democracia não se caracteriza pela liberdade da maioria como grupo decidir o que deve ser feito, mas sim da liberdade de cada indivíduo fazer suas próprias escolhas. Democracia, nas palavras de Tocqueville, é a igualdade na liberdade.
      Por isso, quando penso em democracia, penso primeiro nos limites que as massas ou a maioria encontrarão para poderem decidir algo. A democracia não é somente um sistema majoritário, mas sim um sistema que respeita a liberdade, e como cada indivíduo é respeitado, a democracia se torna majoritária. "Governo do povo" não indicaria quem é a fonte do poder e da legitimidade tão somente, mas sim quem efetivamente tem a liberdade de escolher, e a democracia é o governo em quem tem essa liberdade de escolha é cada indivíduo.


Tenham um bom dia!


Obs.: Por favor, marquem abaixo as reações sobre o post. Isso é importante para que eu saiba o que estão achando das minhas postagens.

Sintam-se à vontade para comentar, criticar, sugerir. Ainda mais neste tema, minha visão não é unânime (e mesmo se fosse, não seria a correta).

Aproveitem, e curtam a página do blog no Facebook:
https://www.facebook.com/pages/Cop%C3%A1zio-de-Saber/1412921775615957