sábado, 22 de fevereiro de 2014

[direitos] direito à saúde

Atenção - acho que o texto ficou bem chato de ler.


     Uma professora de direito pergunta à turma: Quem acha que o sistema de saúde deve ser somente privado?
    Um único aluno timidamente levanta à mão.

     A situação descrita acima revela não só a situação nas salas de direito, mas na própria sociedade. Talvez haja mais alunos que acreditem no sistema privado de saúde, mas que não levantaram a mão por outros motivos. O que importa é que só uma pessoa se manifestou.
      Bem, esse aluno fui eu. Vamos falar dessa questão?

     Vamos, primeiro, evitar a falácia da falsa dicotomia. Há diversas tonalidades de cinza entre o branco e o preto. A solução não é somente ou só o sistema público ou só o sistema privado.

     Soluções alternativas: é possível a coexistência dos dois sistemas, é possível certos setores serem só públicos e outros serem só privados, também é possível um sistema de vouchers (ideia interessante).

     O que defendo é que o governo cuide apenas do sistema de prevenção de doenças, como o carrinho que espirra veneno para matar o mosquito da dengue, a distribuição de vacinas etc. O setor privado deveria cuidar do atendimento médico hospitalar. Ah, o IML, que analisa os corpos das vítimas, também pode continuar público.
     Ou seja, ao defender que o setor privado cuide da saúde, defendo somente a parte do atendimento.
     Isso não é algo imediato, exige um processo de transição. Também é minha visão de médio prazo. Se ela se concretizar, poderei pensar em mais privatizações nesse setor a longo prazo. Não defendo por enquanto a privatização de tudo, acho que faltam dados sobre como deve ser a implantação e sua viabilidade.
     Obs.: Parem com a ideia de atribuir conotação negativa à palavra "privatização". Aconselho o livro "Privatize Já", do Rodrigo Constantino (ou ver os seus vídeos no youtube a respeito do tema).

     Apresentarei os seguintes pontos:
1 - O sistema público é ineficiente.
2 - O sistema público não satisfaz necessariamente as necessidades mais importantes.
3 - O sistema público distorce os preços
4 - Como deve ser a implantação.
5 - Sistema público de saúde não é incompatível com o uso de drogas.


1 - O sistema público é ineficiente.

    Para algo é lento, é em relação a outra coisa, que é rápida. Se  o sistema público é ineficiente, deve ser ineficiente em relação a outro sistema alternativo. Este sistema é o sistema privado. Ao criticarmos a lentidão dos hospitais públicos, temos como ponto de referência o mesmo atendimento no setor privado.
     Vamos aos exemplos práticos.

     i) Se você falar que um hospital tem algo como "padrão SUS de qualidade" ou é "o símbolo do sistema público de saúde", provavelmente os ouvintes evitarão tal hospital.

     ii) Consultórios privados tem menos filas, atendimento melhor e ambientes mais confortáveis (por confortáveis, inclua a aparência de limpeza).

     Agora, vamos a alguns motivos.

     a) Não há motivação salarial adequada. O estímulo para o médico atender bem no sistema público é menor do que no sistema privado. A "estabilidade" no sistema público possibilita que o médico cometa mais erros e atenda com menos eficiência.
     Vamos supor que o salário seja constante para o médico de sistema público. Então não importa quantos pacientes ele atenda, nem tanto a qualidade e nem o seu bom humor ao atender. Ele não tem estímulos para melhorar (exceto o amor à profissão. Alguns atendem bem pelo simples amor à profissão. Mas o atendimento é teoricamente melhor quando o amor se junta ao salário mais alto).
     Então, para se ter estímulos salariais, se resolve pagar o médico conforme o número de pacientes atendidos. O médico irá buscar quantidade e não qualidade.
      Então também se resolve avaliar a qualidade do atendimento. Mas como se avalia a qualidade? Com um questionário na saída do hospital? Mas o questionário só avalia logo após o atendimento, e não dias, semanas depois. (o cliente pode sair satisfeito - pelo menos, até o indivíduo descobrir que o médico esqueceu um instrumento dentro de seu corpo durante a cirurgia).
     Os questionários são boas ideias, mas não conseguem colher todos os dados. Os pacientes atendidos conversam com os amigos, fazendo críticas duras, elogios sinceros. A indicação dos amigos é mais verdadeira e abrangente do que um questionário. Essa indicação é um dos fatores que determinam o salário do médico privado, se for uma boa indicação, ele tem mais clientes e ganha mais.
      No sistema privado, a concorrência obriga os médicos a buscarem todas as características que são avaliadas pelo cliente. Se o médico não for bom, então perde clientes para outro melhor. A solução é diminuir os preços ou melhorar o atendimento. O risco de perder clientes se o atendimento for ruim e a possibilidade de ganhar mais dinheiro caso o atendimento seja bom são incentivos para melhorar a qualidade e a quantidade (sempre em equilíbrio).

    b) Questão da verba.
      O investimento que os hospitais públicos recebem depende do gerenciamento do governo. Sem investimento, não é possível melhorar a higiene, comprar equipamentos novos etc.
      Vamos trabalhar com duas hipóteses: O governo envia verbas aos melhores hospitais e o governo envia verbas aos piores. Não vou trabalhar com as hipóteses de que seja completamente aleatória a distribuição e nem a que seja conforme a relação política entre o hospital e o governo.
     Se o governo envia verba aos piores hospitais, os melhores não terão razão de serem bons. Simplesmente irão atender pior para receber mais verbas.
     Se o governo envia verba aos melhores hospitais, os piores tentariam melhorar o atendimento para receber mais verbas. Porém, o incentivo não é o mesmo do que no sistema privado. Mesmo os hospitais ruins têm "estabilidade", não importa quão ruim você atenda, você tem "estabilidade". Isso leva a medida a possivelmente apresentar efeitos inversos em alguns lugares. Alguns podem preferir trabalhar menos e receber menos - não são desempregados devido a tal "estabilidade".
     No sistema privado, os melhores médicos têm os melhores equipamentos. Os melhores médicos recebem mais dinheiro, investem o dinheiro em equipamentos melhores. Isso é um círculo virtuoso, pois melhores equipamentos possibilitam atender melhor. Os piores médicos devem se esforçar para atenderem razoavelmente bem. Se não fizerem, irão à falência. Como o médico é uma profissão valorizada, quase 100% dos médicos preferirão continuar na profissão e, portanto, melhorar o atendimento. Não existe a tal "estabilidade", se o médico não quiser trabalhar, terá um salário proporcional ao seu trabalho, sempre com o risco de perder clientes.


2 - O sistema público não satisfaz necessariamente as necessidades mais importantes.

    O que é mais importante: Todos terem um sistema de atendimento em caso de determinadas doenças ou todos receberem determinada quantidade de comida por mês?
     A resposta é "depende". Cada agente homem possui prioridades. Para uns, é mais importante comer meio pão a mais por dia do que ser atendido em caso de um câncer hipotético.
     Impor o seu desejo a todos é desvalorizar a capacidade do outro de escolher o que é melhor para si e a liberdade do outro de escolher errado. É exatamente isso que acontece quando o governo coleta tributos (dinheiro esse que poderia ser usado pelas pessoas para as necessidades que elas julgam mais importantes) para criar o sistema público de saúde. Ele pressupõe que todos os contribuintes preferem o sistema a comida, por exemplo.
      Ah, podem dizer que os ricos pagam para os pobres o sistema público. Não exatamente. São todos que pagam. E mesmo que fosse os mais ricos, o pobre pode preferir mais comida, ou roupas, ou cigarro, ou outra coisa em vez do sistema de saúde. E ainda, se os ricos pagam para os pobres, fazem isso por serem obrigados, e não por sua liberalidade. Não há virtude em se fazer o bem por coação.


3 - O sistema público distorce os preços.

     Aqui, apresente uma tese minha. Não sei se alguém já falou isso, mas o fato é difícil comentarem sobre isso.
     O sistema público aumenta os custos dos clientes por ter preços desproporcionais.
     Para isso, não é preciso do pressuposto de que o sistema privado é melhor. O pressuposto é que o sistema público é muito grande.
     O sistema público é muito grande, a maioria dos médicos está nele. Alguns atendem melhor do que outros. Os melhores acham que o sistema público não remunera suas habilidades o suficiente. Estes insatisfeitos irão abrir suas próprias clínicas. Por terem melhores habilidades, conseguirão clientes dispostos a pagarem.
      Suponha que os médicos do sistema público recebam bastante, suponhamos que seja 10 reais.
     Os médicos do sistema privado não irão quer o salário de 10 reais. Suas habilidades merecem mais, vamos supor que seja 10 reais e 50 centavos.
      A questão é que há também médicos piores no sistema público. O trabalho deles mereceria apenas 6 reais, e não os 10 reais que ganham. Eles não irão ao sistema privado por não serem habilidosos o bastante.
     A sociedade, portanto paga o médico ineficiente acima do que seu trabalho vale. E os médicos cujo trabalho é melhor não compensam esse médico ineficiente: vão para o setor privado.
     Sem o sistema público, todos os médicos tentariam atender o máximo que conseguirem na melhor qualidade possível. Alguns atenderão mais pessoas por um preço menor, outros atenderão menos pessoas por um preço maior.
      Ao privatizar o sistema público, os médicos ineficientes serão obrigados ou a cobrar menos ou a atender mais ou a melhorarem seus serviços. As duas primeiras opções têm o efeito de abaixarem os preços devido à concorrência. Com preços gerais mais baixos, os médicos que já estavam no sistema privado podem ser obrigados a abaixarem seus preços se quiserem manter seus clientes.


4 - Como deve ser a implantação.

     Primeiramente, há a possibilidade de vender os hospitais públicos. Os investidores compram esses locais e poderão usá-los como hospitais privados. Enquanto não são comprados, o governo os mantém funcionando.
      Para maximizar o efeito benéfico, o governo pode diminuir as exigências dos cursos de medicina ou possibilitar que pessoas formadas em enfermagem, por exemplo, realizem mais tipos de tratamentos sem a necessidade de médicos.
      A menor exigência nos cursos de medicina possibilitará mais faculdades. Mesmo que estas tenham um ensino inferior, isso aumentará o número de médicos. Esses médicos não conseguirão competir com os médicos formados em faculdades excelentes de medicina nos setores mais concorridos. A solução é disputar os setores menos concorridos - as pessoas com renda menor. Com o tempo e experiência, os médicos "ruins" irão melhorar e poderão competir em outros mercados. Vale dizer que uma pessoa pode achar melhor cursar rapidamente uma faculdade e começar a trabalhar logo do que ficar três anos no cursinho para um curso um pouco melhor. Os bons alunos dos cursos "piores" também terão a possibilidade de fazerem residência e se destacarem, pulando várias etapas.
     Os enfermeiros têm conhecimentos para aplicarem vários tipos de tratamentos ou prevenções. Não podem realizar processo que exigem conhecimento preciso e aplicado, mas podem suprir algumas medidas que diminuam os riscos e até que possibilitam iniciar um tratamento. Por exemplo, indicar o que fazer em caso da criança comer algo estranho. Não é preciso da opinião do médico, só de uma pessoa que conheça o assunto. Aproveitar esse conhecimento é diminuir a sobrecarga de tarefas dos médicos.
     Outra forma de melhorar o atendimento é diminuir tributações sobre equipamentos, por exemplo. Diminuir os custos possibilita que o sistema de saúde se torne mais competitivo.


5 - Sistema de saúde público não é incompatível com o uso de drogas.


     Um dos argumentos que se utiliza para combater o uso de drogas é que o sistema de saúde público irá tratar os viciados, o que corresponde a um problema para toda a população.
     Se essa lógica for verdadeira, o estado também poderia obrigar as pessoas a praticarem atividades físicas, a comerem comidas saudáveis, a não se expor ao sol das 10h às 16h etc.

      Só porque o estado oferece o sistema público de saúde, não significa que ele possa controlar a vida das pessoas. O máximo que poderia fazer é não ofertar os serviços se a pessoa fazer determinada ação.


Aceito visões contrárias, sugestões, críticas etc. nos comentários.


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Veja também a  Entrevista com a médica Tatiana Villas Boas

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Os Miseráveis e Revolução Industrial

      Revi o filme "Os miseráveis", do qual gosto muito. Nele há uma cena a qual quero chamar a atenção.
      É o início da revolução industrial. Surgiram as fábricas de tear em que o método de produção possibilitou produzir muito mais em menos tempo e com menos pessoas. Fantine, uma moça que trabalha para o prefeito, é acusada de, além do trabalho na fábrica, exercer a profissão mais antiga do mundo no fim do dia. Fantine diz que é para salvar sua filha, que foi deixada pelo pai.
      O contra-mestre, um sujeito mal, despede Fantine em um ato desesperado para não atrair sobre si o ódio das demais operárias da fábrica. Sem o emprego, Fantine precisa urgentemente de dinheiro. Para isso, se degenera em meio ao ambiente de miséria. Sem ter onde trabalhar com dignidade, resta pouca opção.

      Aprendemos na escola que o ambiente da Revolução Industrial foi de miséria e pobreza, as pessoas não tinham o que comer e trabalhavam pessimamente nas fábricas. Chamarei a Revolução Industrial de evento "A". O ambiente de miséria será "B".
      Só por que A e B acontecem ao mesmo tempo, não significa que B é causado por A.
      Com um dado, começa a haver indícios de que essa relação existe sim. Vamos à Inglaterra, berço da Revolução Industrial. Anos antes da revolução, as cidades inglesas não tinham tanta pobreza. Após a revolução, havia muitos pobres. Será que a revolução causou a pobreza?
      Não exatamente. Devemos nos lembrar que as cidades inglesas sem tanta miséria são anteriores aos cercamentos. O que são cercamentos? Bem, a terra passou a ser vista como propriedade particular e meio de produção. A terra começou a ser cercada para proteção da propriedade. Muitas pessoas acabaram ficando desabrigadas no processo e se mudaram para as cidades.
     Não havia Revolução Industrial ainda. As pessoas se dirigiam às cidades e viviam na miséria (foram despedidas dos locais onde viviam e não achavam emprego). As cidades não estavam preparadas para suportar esse aumento populacional. Nesse momento, as pessoas estavam dispostas a trabalhar muito por muito pouco para não morrerem de fome.
     Eis que se inicia a Revolução Industrial. A técnica no início era muito precária e produzia roupas, por exemplo, de baixa qualidade. Os nobres e ricos burgueses não comprariam dessas roupas já que havia alfaiates que fariam as roupas na medida exata e de forma muito mais bela. O público inicial dos produtos industriais foram os pobres. Como havia muita pobreza, as pessoas aceitavam trabalho por pouco dinheiro, se não o fizessem, outros aceitariam.
      Se compararmos com as fábricas de hoje em dia, aquelas fábricas eram horríveis e desumanas. Devemos, contudo, nos lembrar que os operários aceitaram trabalhar nessa situação - se não fizessem morreriam de fome. Não estou aqui defendendo a moralidade do ocorrido, só estou passando os fatos frios. Muito pior do que trabalhar naquelas situações era não trabalhar - pelo menos para a maioria dos operários.
      Nesse momento, se encontra a heroína Fantine. O emprego era bom.
     A Revolução Industrial foi a salvação para muita gente, e não o contrário. Muitas pessoas podiam trabalhar, ganhar dinheiro e comer.
     Vale dizer que a Revolução se aproveitou do excedente de mão de obra. Se as pessoas não vivessem tão miseravelmente, não trabalhariam por tão pouco. Os produtos iniciais eram caros e de má qualidade, sem pobres, haveria pouco mercado de consumo.
      Pelo exposto acima, concluo que não foi A que causou B, mas B ofereceu uma condição (ou ocasião, conforme a interpretação) para A. E A, em troca, diminuiu B. Contudo, para um observador que só enxerga a história de Fantine, pode parecer que B foi causado por A.


Tenham um bom dia!

Indicação:
"Os miseráveis"

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Crítica ao livro "Deus, um delírio"

    Já havia lido um livro de Richard Dawkins, "O gene egoísta". Se quiserem dar uma lida no que já falei sobre o evolucionismo (como um paradigma), eis o link: http://copaziodesaber.blogspot.com.br/2013/09/evolucionismo-parte-1.html .
     É um livro bem legal, defende de forma bem interessante a ideia do evolucionismo (não se ainda concordo com a ideia, mas o livro em si é legal).
     Uma amiga me viu lendo o livro de tal autor. Disse que alguns amigos dela leram livro do autor e ficaram chatos (ou já eram, sei lá).
     Enfim, gostei do livro e fiquei curioso quanto ao autor. Resolvi ler o "Deus, um delírio". Tantos lugares falavam (principalmente criticando) que resolvi ler. Terminei a poucos dias e não indico a ninguém.
     No lugar de indicar o livro do Dawkins, vou indicar "Uma história politicamente incorreta da Bíblia". É claro que sou tendencioso em minha indicação. Sou católico e acho que o livro traz uma visão muito interessante e válida.

     Bem, não vou criticar cada vírgula do livro, seria chato e cansativo. Vou apresentar primeiro uma visão geral (e superficial) e depois me aprofundar em uma crítica em especial. 

     O livro é feito por um ateu militante que me parece cego (segundo o autor, apaixonado) pela ideia do evolucionismo.
     O autor defende ideias em favor do ateísmo que são bem falhas, como a ideia de que a culpa de muito e muitos males é da religião, que ela matou tantas pessoas enquanto ninguém mata pelo ateísmo, o que não é verdade. Enfim, se quiserem eu escrevo mais sobre isso.
     O autor critica as provas de existência de Deus. Eu, pessoalmente, acho que algumas dessas provas são realmente bem falhas, mas outras são bem contundentes. Para criticar bem uma ideia, é preciso conhecê-la. Acho que ele não foi muito bom em suas críticas, por exemplo, a crítica à prova que segue causa por causa.
     Mas vejam, eu já imaginava que a existência de Deus só seria concebível por meio da fé, e não por provas lógicas. Contudo, para mim, algumas provas continuam válidas.


     É claro que há (pouquíssimas) passagens no livro que são válidas, como a falácia Beethoven. Mas a visão que ficou para mim é a seguinte: Sabe quando você olha para uma água turva e tenta ver o fundo (e não consegue), bem, é como ele tentando ver a religião. E cai em ideias muito equivocadas e falaciosas.


     Agora, me permitam inserir algumas passagens do texto. As páginas seguem a 15a impressão da Companhia das letras. 

p.362 - "... Essa hostilidade que eu ou outros ateus às vezes expressamos contra a religião limita-se a palavras. Não vou atacar ninguém com bombas, decapitar ninguém, apedrejar ninguém ... por causa de uma discordância teológica." Coloquei reticências por que ele vai citando exemplos que ocupam espaço

p. 389 (após citar uns terroristas islâmicos) "Só a fé religiosa é forte o bastante para motivar uma loucura tão completa em pessoas sãs e decentes."

p. 392 (após dizer que o instrutor de terroristas deveria se matar também - sinceramente não entendo o raciocínio que liga essa frase que abre o parênteses com a frase a seguir) "A mensagem que deve ficar é que devemos pôr a culpa na religião em si, e não no extremismo religioso" [grifo do autor]

     Não sei se nessas passagens ficou claro, mas o final da obra propaga ódio contra qualquer religião. Isso de uma forma tão monocular que não consegue diferenciar a religião do extremismo religioso, e não consegue diferenciar o extremismo islâmico do extremismo cristão e judaico (e de outras religiões). Sabe quando você tem um ponto de luz e projeta sobre a parede a luz de diversos objetos? A sombra de um cubo pode ser a mesma de um cilindro. Isso é o que acontece ao se analisar uma imagem bidimensional de uma imagem tridimensional. A situação análoga é criticar a religião sem diferenciar o extremismo do não extremismo.
      Depois que se dissemina o ódio ("A mensagem que deve ficar é que devemos pôr a culpa nos judeus em si, e não no extremismo judaico"), que é por si uma forma de extremismo, não se pode dizer "essa hostilidade que eu ou outros arianos às vezes expressamos contra o judaísmo limita-se a palavras. Não vou atacar ninguém com bombas, decapitar ninguém, apedrejar ninguém ... por causa de uma discordância racial". (por racial, entenda: étnica, cultura, religiosa, fisiológica etc.)
     Poderão me dizer: "certo, podemos criticar, mas sem incentivar o ódio. Contudo, mesmo se incentivássemos o ódio, nenhum ateu faria coisa semelhante." Não há motivos lógicos para isso fazer sentido (qual a diferença entre o ódio de um religioso do ódio de um ateu?). Basta uma pesquisa na história para concluir que há motivos históricos provando que regimes antirreligiosos fazem coisas piores do que os religiosos.
     O exemplo que gosto de citar é o da China comunista. Mas é mais apropriado citar a Camboja. 48% dos cristãos morreram vítimas do comunismo nesse país por sua religião (segundo a wikipédia). Sim, o comunismo é antirreligioso. Se você é comunista (ou não) e não concorda, apresente as críticas nos comentários.

     Então o discurso de ódio antirreligioso é também perigoso, mesmo que o autor diga que não está incitando a violência, só o ódio.
      O ódio é um sentimento que deve ser combatido, e não é isso que o sr. Dawkins fez em seu livro. E não vejo uma diferença tão grande entre incitar o ódio e a violência. No ódio, a violência é implícita, mas qualquer pessoa identifica essa incitação à violência nos discursos de ódio.


     Espero que tenham gostado, podem postar críticas, conselhos, elogios etc. nos comentários.


Tenham um bom dia!

Links:
Ateísmo de estado - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo_de_Estado
Sobre o teísmo e o ateísmo, intolerância e moral. (O título é irônico) - http://www.youtube.com/watch?v=3wN91ziQ7LM (se gostou do vídeo vale a pena ver outros vídeos do canal).

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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Justiça pelas próprias mãos

Adolescente preso a um poste com uma tranca de bicicleta, no Flamengo, Zona Sul do Rio
     Já foi muito comentado o caso do adolescente que foi preso a um poste. Antes de eu também me juntar às pessoas que falam sobre o caso, é bom explicar rapidamente o ocorrido.
      Em um momento de numerosos roubos no Rio, um grupo de "justiceiros" prenderam um adolescente (vide a foto à esquerda) a um poste.
     Esse jovem tem antecedentes criminais (o que não justifica a ação dos supostos justiceiros). Não tenho informações se ele realmente estava envolvido em um crime quando foi preso ao poste.

      Há várias formas de analisar o caso. Apresentarei a minha.
     Em primeiro lugar, devemos observar que a polícia não consegue impedir os roubos. O estado não consegue oferecer proteção à vida e ao patrimônio. Sim, o roubo é um atentado à vida e ao patrimônio. Se alguém fala: "Sua vida ou suas joias", é óbvio que essa pessoa está ameaçando tanto a vida quanto o patrimônio, mas não é esse o foco aqui.
     John Locke defendia a ideia de que há um estado de natureza e um estado civil. O estado de natureza é caracterizado pela insegurança, cada um sendo o legislador, o juiz e o executor. O castigo de uns era pior do que o castigo de outros. As leis de uns eram mais severas do que as regras de outros. Isso gerava uma atmosfera em que cada um tinha que proteger sua propriedade e vida.
      Os indivíduos, vivendo em um ambiente de medo, resolveram se unir para unificar a lei, o julgamento e as penas. As pessoas não seriam vítimas da arbitrariedade do outro, mas sujeitos a uma regra comum. Nesse momento surge o estado civil.
     Independente de ter ou não acontecido facticamente o contrato social que iniciou o estado civil, a teoria contratualista é uma importante ferramenta abstrata para se compreender a importância do estado. O estado cuida da segurança, tanto a segurança jurídica quanto a segurança da propriedade e da vida. Isso não significa que o indivíduo não possa se defender quando atacado. Significa que não é o indivíduo sozinho que irá julgar e penalizar o criminoso, mas a coletividade.

     Assim, o Brasil tem a função, dentre outras, de proteger o patrimônio e a vida de seu povo, assim como garantir a segurança jurídica. O que se verifica, contudo, é que isso não acontece. Antes do fato, o Rio de Janeiro estava sob constante ameaça de roubos. É óbvio também que existe uma falta de segurança jurídica quando nem todos os que roubam são punidos e, como disse Gregório de Mattos (Boca do Inferno), "quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito é barão. E quem mais rouba e esconde passa de barão a visconde".
     O que quero dizer é que simplesmente o estado não honra o contrato social. Pode-se argumentar que o estando faz seu papel, mas de forma insatisfatória. Outras pessoas, como eu, acreditam o estado atual mais atrapalha do que ajuda. Não é preciso ser armamentista para concluir que o desarmamento só é válido com uma polícia eficiente. Não temos armas para nos defender, há saturação de serviço daqueles que nos defendem e ainda há tributos excessivos (assim nem podemos contratar seguranças, vigias etc.).
     Não me admira que nessa situação surjam pessoas que autointitulem "justiceiros" para fazerem o que o estado não faz. A desvantagem é que estamos mais próximos do estado de natureza, esse grupo de justiceiros executa as próprias penas segundo o próprio julgamento de acordo com as próprias leis (ok, exagero, eles deixaram o sujeito para a polícia, mas só ameniza - não anula - minhas colocações). A vantagem é que o estado de natureza pode ser melhor do que uma situação que mistura o pior tanto do estado de natureza quanto do estado civil. Por quê? Bem, pelo menos há menos incentivos para cometer crimes se há justiceiros por aí.
     A questão que deixo é: É preferível a arbitrariedade de justiceiros num sistema ineficiente ou só o sistema ineficiente?

Obs.: Considere que os justiceiros também podem ser punidos se pegos pelas autoridades estatais.


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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Falácia ad hominem

     Para a ciência da natureza, há a falácia 'ad hominem'. O que ela diz? Se você quer refutar uma teoria ou ideia, não critique o autor (a falácia 'ad hominem' é criticar a pessoa), mas a teoria ou a ideia. Exemplo:

A - Eu defendo o evolucionismo. Acredito que Deus criou tudo, e digo mais: Ele criou tudo exatamente do jeito que as coisas são.
B - Não faça isso. Quem defende o evolucionismo é um cristão fanático que não entende nada de ciência e que não é diferente dos 'caras' que atacaram as torres gêmeas.

     Não se prova a veracidade de nada atacando seu autor.
     Isso se aplica muito bem à ciência da natureza. Mas há aplicações úteis (embora não definitiva).
     Se você estudará história, procurará um historiador que seja conhecido por trazer dados reais, e não invenções de sua cabeça. É claro que é possível que o historiador honesto resolva aproveitar sua fama para disseminar ideias imaginárias. Também é possível que o historiador desonesto resolva agir honestamente. Contudo, é provável que isso não aconteça, principalmente se não há nada para se acreditar que acontecerá. As pessoas costumam agir por inércia, a mudança exige um papel ativo.
     Se for estudar moralidade, se quer saber o que é o certo a se fazer, não irá procurar a opinião de um ladrão canalha homicida racista. Esse sujeito pode até, no meio tempo, ter se transformado em um monge pacifista que abraça qualquer companheiro que encontra e que parou de mentir e roubar, mas não é provável que isso aconteça. Você provavelmente procurará a opinião de alguém de honra inquestionável e respeitado por seus atos de bondade. É possível que esse sujeito seja pior do que primeiro, mas é não convém acreditar nisso.
     Ainda não convenci? Então há um político que foi já foi eleito dez vezes. Todas as vezes prometeu, não cumpriu, corrompeu e foi corrompido. Sempre dizia que tinha mudado. Ele está se candidatando para a décima primeira vez. Diz que mudou, irá cumprir suas promessas e que não fará negócios escusos. Vale a voto confinar nele?
     Quem você contrataria para cuidar do seu filho? Uma babá que já estuprou várias crianças de que cuidava ou uma babá que sempre foi amorosa com os filhos?

     Isso que foi dito não se aplica para ideias, mas para se avaliar qual o material que se deve iniciar, o que é mais confiável. As pessoas podem ser hipócritas, com discursos e ideias boas, mas sem qualquer ação para concretizá-las. O discurso de um ladrão sobre como ganhar a vida honestamente pode ser figurativamente fantástica, mas haverá um receio inicial. As pessoas pensam (e devem pensar): Se Fulano sabe tanto sobre esse assunto, por que não segue para a própria vida?
     As pessoas têm honra. A honra de uma pessoa é uma marca de como ela agiu no passado. Não é sempre verdadeira e não significa que ela continuará sendo, mas a honra existe e é valorizada.

     Não devemos, contudo, confundir a eficácia do argumento "ad hominem" com a moralidade em usá-lo e com o sentido em usá-lo de qualquer jeito.
     Por exemplo, se você está discutindo qual livro é melhor, a crítica de que um dos autores já assaltou uma casa não afeta a qualidade da leitura. Nesse caso é uma falácia "ad hominem" "de verdade". A crítica que foi feita ao autor só piora o debate. É um argumento traiçoeiro, apela para argumentos que, embora não se relacionem com a discussão, podem convencer.
     Devemos somente usar os argumentos "ad hominem" quando eles importam, e não como uma falácia retórica.


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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Alfabetismo e analfabetismo

     Há várias histórias engraçadas (para não usar outra palavra) que se ouve. Já ouvi que havia professores de ensino superior que exigiam leituras, mas eles mesmos não liam. Já ouvi falarem de professores de redação que não liam as redações dos alunos. Vou me aventurar no assunto sobre o analfabetismo funcional.

     Usarei a definição da Wikipédia "Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que mesmo capacitada a decodificar minimamente as letras, geralmente frasessentenças,textos curtos e os números, não desenvolve habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas."
     A Wikipédia ainda dispõe alguns níveis de alfabetização. Primeiro, quando se começa a aprender, mas não se retira conteúdo do que está escrito. Segundo, quando já se consegue "ler", se pronuncia as sílabas e se apreende pouco conteúdo. Não se consegue ler de verdade. Terceiro, quando se consegue obter o conteúdo.

    Dados: 8,5% da população brasileira não sabe ler nem escrever. 18,7% são analfabetos funcionais.
    O brasileiro médio (seja lá o que isso significa) lê 4 livros por ano (e só terminam 2). Sem contar os livros da escola, são 1,7 livros.
    Uma pesquisa considerou leitor aquele que leu pelo menos um livro três meses anteriores à pesquisa. Metade da população se enquadra nesse termo.
    Há também um dado de que cerca de metade da população lê (leu) revista.

     Primeiro, discordo do meio empregado para se considerar alguém leitor. Ler um livro nos últimos três meses é um número muito, muito baixo. Ainda mais se for um livro como "os três porquinhos" - tudo bem que é legal para quem está aprendendo, mas quem leu só isso nos últimos três meses não se pode considerar um leitor.
     Segundo, para mim, falta um nível de alfabetização: ler com frequência. Não basta uma pessoa saber interpretar um texto, é preciso ler. Penso que uma pessoa que sabe ler e interpretar e não lê está mais próxima de uma que sabe ler, mas não interpretar, do que aquela que sabe ler e lê. E também acho que alguém que lê jornal todos os dias, revistas científicas, estuda pela internet pode ser "mais leitor" do que alguém que só leu um livro nos últimos três meses.
     Uma pessoa que sabe alemão não precisa ler um livro em alemão a cada três meses. Mas a alfabetização, ao meu ver, não se relaciona tanto com o idioma. Exemplifico: Suponha que eu concorde que o leitor é aquele que leu um livro nos últimos três meses. Se na pesquisa uma pessoa disser "Eu li um livro em inglês". Eu consideraria essa pessoa como leitora.
     Alfabetizado não é quem tem capacidade de ler, mas é quem lê de fato. Se for assim, o nível de analfabetos cresceria - não cresceria de verdade, mas os indicadores apontariam para uma medição que me parece mais apropriada.
     Terceiro, há outros níveis de leitura que não são abordados, como "ler sem pronunciar ou pensar as sílabas, mas obter o significado da palavra imediatamente". Imediatamente = sem meio, sem intermediário entre a palavra e o significado.
     Quarto, "analfabeto funcional" é analfabeto. A vantagem política é que se pode dizer que um país tem menos analfabetos (em sentido estrito) por se colocar os "analfabetos funcionais" em outra categoria. Há outra vantagem que é a possibilidade de, ao se dividir um problema em partes menores e mais específicas, pode ser mais fácil resolvê-lo (como na matemática) - não que realmente se resolva, mas cria essa possibilidade.

     Só quero explicitar que, com minhas críticas, não espero desmerecer as pesquisas realizadas, contudo, acho que há melhorias que podem ser feitas para torná-las mais confiáveis. Estou ciente que, para realizar pesquisas como tais, há a necessidade de escolher uma condição arbitrária. É preciso fazer uma separação, mesmo que tal separação não exista na realidade. A escolha de indicadores apropriados e variados possibilita uma melhor visão do todo.


Tenham um bom dia!

Fontes:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/09/27/analfabetismo-volta-a-crescer-no-brasil-apos-mais-de-15-anos-de-queda.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_funcional
http://literatortura.com/2013/09/brasileiro-nao-le-coisa-nao-le/

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Meritocracia ou herança?

Há várias charges e imagens que criticam a meritocracia. Veja algumas:

E outra, menos humorística:


     Ambas se dizem criticar a meritocracia. Na verdade, a crítica se direciona mais para a transmissão dos bens dos pais para os filhos.
     A meritocracia é possível sem a herança? Sim, imagine a seguinte situação: O local é uma cidade-estado grega, os pais cuidam dos filhos até os cinco ou seis anos. A partir de então, as crianças vão para uma espécie de escola pública. Depois de certa idade, separam dois grupos: os trabalhadores e os que continuarão estudando. Após mais alguns anos, aqueles que estudaram se dividem de novo: nos guerreiros e naqueles que se tornarão sábios após mais estudos.
     A meritocracia nesse caso divide as pessoas naquilo que elas fazem melhor. Uns trabalham, outros lutam, outros pensam. Se o objetivo é pensar, um teste de quem sobe mais rápido na árvore (como na primeira ilustração) é inútil. Se o objetivo é trabalhar na coleta de frutas, o mesmo teste de aptidão pode ser apropriado. A meritocracia não precisa apenas beneficiar os melhores em determinada função, mas direciona cada pessoa naquilo que ela faz de forma especial, melhor ou relativamente bem.
     Também no meu exemplo, a crítica da segunda ilustração perde sentido. Há meritocracia, mas a crítica parece infundada.
     A questão, a crítica, não é a meritocracia em si, ao que me parece, mas a desigualdade de início. A herança dos pais, a posição social e política dos familiares, a educação diferenciada que cada um pode proporcionar. A suposta falta de oportunidade dos pobres.
     Sobre a herança, falarei em outro post (se quiserem, tem um aperitivo nas indicações).


Tenham um bom dia!


Indicações
Friedman e redistribuição de riqueza - voltada para a herança - http://www.youtube.com/watch?v=g-zgxrO4kWg

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Estatísticas de mortos em diversos momentos históricos

Stálin: "A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística"

     Não vou comentar os dados, só vou apresentá-los. Pode-se tirar diversas conclusões delas. Boa reflexão.

Revolução Francesa
Terror - 16 mil a 40 mil - cerca de um ano
Total: 30 ou 40 mil (há críticas) - 10 anos

Comunismo:
China (total) - 64 milhões - cerca de 50 anos
China (assassinados) - 35,2 milhões
China (exército de Mao) - 3,4 milhões
União Soviética - 20 milhões - 74 anos
Coreia do Norte - 2 milhões - ?
Camboja - 2 milhões - 4 anos + 14 anos
África (Etiópia, Angola e Moçambique) - 1,7 milhão
Afeganistão - 1,5 milhão
Vietnã - 1 milhão - 22 anos + 37 anos
Leste Europeu - 1 milhão - mais ou menos 50 anos dependendo do país
América Latina (Cuba, Nicarágua e Peru) - 150 mil - 11 anos na Nicarágua, 54 em Cuba
Ucrânia (fome) - 5 milhões - 1 ano (1932 - 1933)
Ucrânia (fome, perseguições e outros) - 14,5 milhões (1930- 1937)

Santa Inquisição
Total - entre 2 mil e 32 mil - 500 anos
Inquisição medieval - 2 mil - 169 anos
Espanha - 791 mortos de condenados - 160 anos

Ditadura Militar
Brasil - 424 - 21 anos
Argentina - Cerca de 25 mil - 7 anos
Chile - Cerca de 4 mil - 17 anos

Nazismo
Auschwitz - entre 1,1 e 1,5 milhão - 5 anos
Judeus - 6 milhões - 10 anos
Ciganos - 200 mil - 10 anos
Portadores de deficiência - 200 mil pelo menos - 10 anos
Soviéticos prisioneiros (fome, assassinato, doenças) - 2 a 3 milhões
Assassinados - 21 milhões


Se alguém tiver críticas, observações e comentários sobre os números ou reflexões que queira compartilhar, se sinta à vontade.

Tenham um bom dia!

Fontes:
http://www.globalmuseumoncommunism.org/map_of_communism
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/%E2%80%9Ce-os-milhoes-mortos-pela-santa-inquisicao%E2%80%9D-perguntam-e-eu-respondo/
http://diversosmomentosnaigrejacatolica.blogspot.com.br/2012/08/quantas-pessoas-foram-mortas-na.html
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/holocausto-pelo-menos-11-milhao-de-judeus-foram-mortos-em-auschwitz.htm
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005143
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/os-mortos-ditadura-mito-realidade/
http://www.aridesa.com.br/servicos/click_professor/daniel_frances/ditadura_civil_militar.pdf
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1046
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/rev_francesa_tres3.htm
Uma história politicamente incorreta da Bíblia - Robert J. Hutchinson