sábado, 27 de setembro de 2014

Alguns pontos do debate da Band

Estou assistindo novamente o debate da Band entre os candidatos. Sei que esta publicação irá sair com um pouco de atraso, mas não pude deixar de comentar algumas coisas.

1. Não chamar o pastor Everaldo de "pastor" por não se confundir política com religião
      Uma coisa sem sentido, pois se tivermos um candidato médico, acho normal que o chamem de doutor. Também poderiam não chamá-lo de "doutor", se não quiserem. No entanto, seria estranho dizer que não se quer chamá-lo de doutor por não querer se confundir política com medicina.
      Ah, mas e o estado laico? O que é que tem o estado laico? O título de "pastor" indica a atividade dele, que é a conversão de fiéis. Só por o estado não ter religião, isso não significa que pessoas religiosas não possam ser candidatos (seria um estado ateu).

2. O pastor não se sente culpado por ter causado mortes por causa da homofobia?
      Acaso o pastor Everaldo matou alguém por causa da homofobia? Acaso o pastor Everaldo mandou alguém matar um homossexual por ser homossexual? Acaso o pastor fez discursos de ódio, dizendo para matar outras pessoas? Acaso o pastor é ao menos homofóbico (homofobia não é um simples preconceito ou simplesmente achar que a homofobia é pecado, mas é uma aversão incontrolável, um medo, uma repugnância irreprimível)?
     Claro que há pessoas que são homofóbicas, e muitas dessas pessoas matam homossexuais por serem homossexuais. Não é essa a questão. Também é verdade que há pessoas que interpretam a religião como uma carta branca para matar homossexuais, também não é esse o ponto. O ponto é se o pastor pregou para que isso fosse feito, se ele pregou que homossexuais devem ser mortos. Apenas não concordar com o comportamento dos homossexuais não implica em apoiar todas as desgraças que são feitas contra eles. Um exemplo bíblico: Jesus era a favor da prostituição? Mas não foi Jesus que protegeu uma prostituta de ser apedrejada? O Senhor sabia que a prostituição é pecado, mas Ele, o único da multidão que não cometeu nenhum pecado, não atirou a primeira pedra.

3. O porto de Cuba gera trabalho para os brasileiros. Veja bem, imaginemos que todas as matérias primas do porto saem do Brasil. Isso gera empregos no Brasil.. Também melhora o comércio entre o Brasil e Cuba, que legal! O porto de Cuba foi um ótimo investimento!
     Agora vamos comparar com, por exemplo, ampliação de um porto no Brasil (por exemplo, o porto de Santos - não sei se Santos precisa de melhoria, é só um exemplo teórico). As matérias primas sairão do Brasil, dando emprego para os trabalhadores que participam da fabricação. A diferença é que isso melhora o comércio entre o Brasil e um número indeterminado de países. Além disso, diminui o custo de transportar mercadorias.

Não vou conseguir ver o vídeo inteiro novamente até as eleições. Parece que o post está defendendo especificamente o pastor Everaldo, o que não deixa de ser verdade. Só posso dizer que isso não é intencional.

Tenham um bom dia!


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[vídeo] Lógica formal

Novo vídeo sobre lógica

http://cur.lv/dpys9

Nota: na próxima semana não haverá vídeo sobre lógica, irei postar uma  crítica ao cálculo econômico e refutá-la.


Tenham um bom dia!


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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Uma defesa para os comunistas

         Bom dia, caros leitores e caras leitoras, estou ouvindo muitas críticas sem sentido ao comunismo, socialismo e outras doutrinas de esquerda. Resolvi reuni-las em um único tópico e rebatê-las definitivamente. Vou aproveitar para criticar besteiras faladas pelos capitalistas sobre o capitalismo.

Obs.: No texto, sempre que me referir ao socialismo, estou me referindo ao comunismo por metonímia.

1) Fascismo, Nazismo e Comunismo
      Obviamente, o fascismo não é comunismo. Nem mesmo o fascismo é de esquerda. É claro que a mente deturpada da direita pensa esse absurdo surreal. Até parece que nenhum direitista teve aula no nosso sistema de ensino direcionado pelo MEC, que traz uma visão neutra, correta e imparcial de história, geografia e outras disciplinas (exceto física, que ensina a física Newtoniana, que foi ultrapassada pela física moderna, mas isso apenas por nossos alunos serem burros demais para aprenderem ciência moderna e por não haver nenhum outro país que implantou isso em larga escala e tenha dado errado para que possamos copiar).
      O fascismo, assim como o nazismo e o comunismo se mostraram como regimes totalitários. No entanto, dos três, o comunismo é o único que não precisa ser totalitário, embora não haja nenhuma evidência história disso. O fascismo é nacionalista. O comunismo, embora com uma carga nacionalista em várias situações, tem um objetivo internacionalista.
      O nazismo matou muitas pessoas por serem judeus, homossexuais, ciganos etc.. Isso se deu pela mentalidade capitalista e liberal do Hitler (afinal o Hitler apenas assumiu o controle quase absoluto sobre os grandes empreendimentos privados para proteger o livre mercado). A morte dessas pessoas no nazismo hitlerista deu-se por o Hitler não gostar desses grupos, e acharem eles inferiores. O comunismo chegou a matar alguns desses grupos também, como, por exemplo, o Stálin tinha ódio de judeus e médicos, e o "Chê" queria matar homossexuais, mas essas ocorrências foram em nome do comunismo, e não do nazismo (capitalismo liberal), essas mortes foram em nome de um bem para toda a sociedade. Também temos que considerar que o pensamento da época era atrasado nesses aspectos, os capitalistas estão olhando o passado com olhos do presente.
       Uma observação neutra sobre o passado é possível, cito exemplos comuns: A visão marxiana (do próprio Marx) da Revolução Industrial; a visão da economia neoliberal e socialista da crise de 1929 (afinal a visão de que a crise foi provocada pelo estado e de que a crise foi piorada pelo estado é apenas uma superestrutura formada pelo pensamento burguês. Não aconselho ninguém a estudá-las, pois poderá cair na retórica capitalista); explicações da geografia crítica. Isso tudo é ensinado nas escolas, daí entendemos que os coxinhas não prestam atenção nas aulas.
       Os direitistas dizem que os três regimes totalitários foram coletivistas, e o coletivismo é uma marca da esquerda. Isso é um engano tolo. O nazismo e o fascismo (embora com o lema "tudo no estado, nada contra o estado e nada fora do estado") são capitalistas, eles defendiam o capitalismo, eles queriam manter a ordem vigente de capitalista e proletário, queriam que as classes fizessem as pazes em nome da nação. O socialismo, ao contrário, quer guerra. Quer matar os capitalistas, exploradores, quer acabar com as relações verticais ditadas pelo "Capital", quer a destruição de toda a ordem capitalista vigente. É claro que os liberais e os conservadores não são coletivistas, mas a extrema direita (nazismo e fascismo) é coletivista.
     Reificamos o que a Luciana Genro disse, a direita tem que estudar mais, de preferência os livros indicados pelo MEC, livros socialistas e comunistas.

2) O capitalismo é a favor dos pobres
     Esta é outra imensa tolice falada pelos capitalistas. Embora seja verdade que o padrão de vida da população pobre aumenta quando o país enriquece, isso não prova nada, pois seria muito melhor com o comunismo. A economia planificada é a única solução viável. O livre mercado é caótico, mesmo quando o governo tenta dar uma "mãozinha", por exemplo, quando o estado congela os preços para que o planejamento melhore e para conter a inflação, a economia piora. Imagina então se a babá-estado não fizesse nada, seria o caos!
      Por exemplo, vamos citar a revolução industrial (segundo uma visão imparcial da história). A Revolução Industrial pegou as pessoas que estavam morrendo de fome (muitas expulsas do campo pelos cercamentos) e as fez trabalharem exageradamente e recebendo muito pouco. Ou seja, o que o capitalismo faz? Ele pega a classe pobre, dá um emprego que exige muito esforço e pouco salário. Isso é um absurdo, pois o capitalista está roubando o lucro do empregado - todos sabemos que o capitalista poderia montar seu empreendimento dando salários dignos para os trabalhadores, ele apenas não faz isso por ser mau.

3) Capitalismo e o imperialismo
      Além do caso histórico da revolução industrial, podemos culpar o capitalismo pelo imperialismo e pela imposição da cultura ocidental. A culpa do capitalismo implica em várias condições: a) O imperialismo ou surgiu ou foi aumentado pelo capitalismo; b) O imperialismo diminuirá com o comunismo; c) O imperialismo está intrínseco ao capitalismo.
      Logicamente, o imperialismo aumentou muito com o capitalismo, pois qualquer medida expansionista anterior, como a dos mongóis, dos romanos, dos gregos, dos assírios, dos persas, de povos bárbaros, enfim, nenhum desses grupos impôs suas culturas assim como o capitalismo fez. Também não trouxe destruição assim como o capitalismo trouxe.
      Também, é claro que o regime superior ao capitalista, a saber o socialista, irá acabar com o imperialismo. É claro que o comunismo é internacionalista e houve vários incidentes durante a guerra fria, mas isso deve ser entendido em seu contexto histórico. O comunismo lutava pela emancipação dos países, lutava para implantar um regime superior em vários países africanos, por exemplo.
      Também é óbvio que o imperialismo é intrínseco ao capitalismo, pois a teoria de D. Ricardo já ensinou que as trocas entre países traz benefícios a ambos, já que cada um pode se focar naquilo que consegue produzir - países frios tendem a produzir, por exemplo, trigo, e países mais tropicais tendem a produzir cana de açúcar, café. No entanto, o imperialismo capitalista traz a exploração dos povos subordinados (como os ucranianos), obviamente houve alguns incidentes de exploração de alguns povos pelo comunismo, mas devemos lembrar que o comunismo real não foi o comunismo verdadeiro. Nenhuma crítica contra o comunismo como ocorreu se aplica ao regime perfeito do comunismo marxista (enquanto todas as críticas ao capitalismo tal como ocorreu é uma crítica cabal ao capitalismo em si, vale lembrar).

4) Mortes pelo comunismo
      Dizem que o comunismo matou alguns milhões de pessoas. Querem dizer que milhões de pessoas foram mortas em nome do comunismo. Isso é verdade, números não mentem. Mas é preciso lembrar que foi pelo comunismo falso, se fosse pelo comunismo de Marx e Engels, seria diferente. De qualquer forma, o capitalismo também mata pessoas diariamente. Nesse caso, não são muitas mortes em nome do capitalismo, mas é ação do próprio Capital. O Capital suga a energia vital dos trabalhadores como se fosse um vampiro. Sobra apenas a carcaça do pobre homem.
      O capitalismo mata pessoas de fome. Os países pobres morrem de fome quando o capitalismo explora (já que os países pobres são explorados) e quando o capitalismo os isola economicamente (por não chegar comida, empregos nem nada de fora, exceto as doações, temos que admitir que muitos capitalistas fazem doações). A culpa é exclusivamente do capitalismo, pois antes do capitalismo os países pobres eram ricos, eles tinham muita comida. Quando o capitalismo surgiu, esses países se tornaram pobres. A solução é o comunismo, pois tudo o que o capitalismo fizer (ter relações comerciais ou não ter relações comerciais) irá causar a morte (note, causar, o capitalismo diretamente causa a morte). No comunismo, ninguém morrerá de fome (é claro que no comunismo Stalinista, Leninista, Maoista houve várias mortes de fome, mas esses comunismos não são os comunismos de verdade, então não contam).

5) Meritocracia (1)
      A meritocracia é usada para reprimir os pobres, os negros, as mulheres e outras minorias. Há alguns que dizem que a meritocracia é um sistema em que o mérito é valorizado, e dentro deste conceito não interessa se há igualdade de condições. Isso é uma mentira, a desigualdade de condições é intrínseca à meritocracia. Por exemplo, um jogo de xadrez não é meritocrático, pois não tem desigualdade de condições.
      Há também quem diga que a meritocracia não depende somente do mérito, mas há influência da sorte (sorte ao nascer, sorte por conhecer alguém, sorte por ter ganhado na loteria), nesse sentido o jogo de banco imobiliário seria meritocrático. Isso não é verdade, pois se depende de sorte não há meritocracia, é apenas um sorteio.
      O mercado é injusto, pois não dá a cada um o que é seu. Você acha justo um vendedor receber um cliente que só entrou na loja por sorte (digamos, por estar chovendo) e ter um produto comprado enquanto outro vendedor não recebeu nenhum? É claro que não é justo, pois os vendedores se iniciaram em uma situação idêntica e chegaram a um resultado diferente ao fazerem a mesma coisa.
     A conclusão é que o capitalismo é injusto. A meritocracia do capitalismo é injusta também. No comunismo, não haverá meritocracia, pois a meritocracia é injusta.

Conclusão
      Assim, através de minha argumentação coerente e sem falhas, as conclusões óbvias são as seguintes: a) Temos que educar mais as pessoas; b) o comunismo de verdade deve ser implantado o mais rápido possível; c) o capitalismo está fadado à pobreza absoluta e à destruição total do meio ambiente, levando muitos animais à extinção; d) O comunismo é o melhor regime para os artistas.


(1) Não me perguntem o que eu escrevi, eu mesmo não faço a menor ideia.

Tenham um bom dia!


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[plebiscito] Comunicado dos resultados

       Já saiu o resultado do plebiscito (referentes à internet apenas)
"tivemos a participação de 1.744.872 pessoas em todo o país, destas 96,9% (1.691.006) votaram SIM à Constituinte do Sistema Político, e 3,1% (53.866) votaram NÃO." (retirado de http://plebiscitoconstituinte.org.br/noticia/comunicado-secretaria-operativa-nacional)
      Comparemos com a população de eleitores: 142.822.046 (http://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado/consulta-quantitativo). Ou seja, tivemos a participação de aproximadamente 1,22%. Votaram favoráveis aproximadamente 1,18 % da população que pode votar.
      O sistema político considera que 1% da população merece representatividade política direta, já que é preciso de 1% da assinatura dos brasileiros para uma proposta de iniciativa popular. A lei que pode ser proposta pela iniciativa popular NÃO pode modificar a Constituição, apenas leis inferiores.
      Lembremos do que estamos falando:
1) Visa mudar a Constituição para uma reforma política --> Que reforma política? Ninguém sabe que tipo de reforma, a pergunta é apenas se quer ou não que modifique a base de nossa estrutura política.
2) Quem organiza? Quem organiza é tendencioso e quer que as pessoas votem, e mais do que isso, querem que as pessoas votem SIM. Há vários partidos e políticos que estão apoiando o plebiscito (sem querer desmerecer por isso, é apenas um dado).
3) Como foi feita a divulgação? Os organizadores induziam a responder SIM. Pouca divulgação, muitas pessoas ficaram sabendo apenas na hora de votar. Sinceramente, todos podem ter o direito de voto, mas não são todos que podem exercê-lo, quem não está preocupado com política e apenas se interessa na época de eleição não está pronto para exercer esse direito de forma adequada. (momento desabafo) Essas pessoas deveriam votar em branco pelo simples motivo de não terem conhecimento de política ou dos candidatos. O problema, o grande problema, é que essas pessoas querem exercer o direito de voto, mas não querem arcar com a responsabilidade que antecede uma votação (além das responsabilidades após a eleição) - falo por mim mesmo, queria votar como se o voto fosse algo necessário em si, mesmo que não estivesse maduro, mesmo que não conhecesse política.

      Agora, creio que o número tende a crescer (ainda porque tenho suspeitas de que alguém poderia votar duas, três vezes, mas isso não é relevante nesse texto) com a computação dos votos nas urnas. A melhor solução para os políticos honestos que queiram ouvir o povo é propor um plebiscito de verdade, organizado oficialmente, com ampla divulgação e debates de ideias, com um tempo razoável de planejamento e discussão. O resultado, como foi e será divulgado, não pode ser considerado pelos políticos. É claro que essa é minha opinião, e tenho poucas esperanças de que ela se realize.



Tenham um bom dia!

E o decreto 8.243?

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[vídeo] Lógica 1 - Lógica material

Saiu um novo vídeo sobre lógica, o primeiro da série:

Link:


Boa noite!

sábado, 13 de setembro de 2014

[vídeo] Lógica 0: introdução

Fica aí o primeiro vídeo da série de vídeos sobre lógica.

http://cur.lv/d7u37


"Heróis" da direita

     Certa vez, vi um post em que um sujeito da dita "esquerda" diz "temos o Che. E vocês?" Pesquisando no Google, tem a frase "Que herói a direita tem para colocar em camisetas? Pinochet?" A seguir uma resposta:

O pai que trabalha duro para levar o filho ao Mc Donald's,
Ou o marido que faz hora extra para poder levar a esposa para uma viagem
Exemplos acima não são meus, são do Ukyo Tachibana (não exatamente neste contexto).

Cito a mãe e o pai que abdicam de seus lazeres, de comprarem carros melhores, para que o filho possa estudar em uma escola particular.
O padre que deixa de lado a vida mundana para se dedicar à sua fé, para educar e ensinar os fiéis.
Os médicos que atendem os doentes mesmo fora da hora de trabalho.
O aluno que estuda até tarde embora poderia estar em uma festa.
Mais uma vez, os pais e as mães que educam seus filhos, que ensinam o que é o amor, a justiça, a liberdade.
Os professores que trabalham e dão a vida para um futuro melhor, que passam o dia trabalhando e voltam para casa realizados.
Os seres humanos que têm a ousadia de admitirem seus erros.
A mãe que, ao ver que o filho roubou em uma greve de policiais, entrega o em roubado à delegacia, com vergonha pelo filho e pedindo perdão.
O sujeito, rico ou pobre, que encontra uma carteira repleta de dinheiro no chão, e devolve sem subtrair nada para si.
As pessoas que, ao perder tudo por um golpe do destino, continuam agindo corretamente em cada ato de suas vidas. Preferem viver sem bens materiais, mas corretamente, do que enriquecer com o roubo.
Aos policiais e bombeiros, que arriscam a vida para salvar a de outros.
A todos os heróis anônimos que, em uma situação de emergência, se arriscam para salvar uma vida, põem-se em perigo por um dever moral. Os heróis que, salvando outro, desaparecem em uma multidão, sem querer prestígio por isso.
Todas as pessoas que trabalham honestamente em seus empregos.
Especialmente para os católicos, todos os santos e santas, mártires e nosso Senhor, Jesus Cristo.

     Não falo em nome da direita, tampouco alguém poderia. O que a direita quer, ao meu ver, é viver sua vida sem obstáculos além dos impostos pela vida. Por isso, a direita é mais individualista do que a esquerda. Enquanto a esquerda quer o mundo perfeito, a direita simplesmente quer viver a própria vida em paz (fique claro: isso não envolve fazer mal a alguém). Por isso não é tão comum à direita se organizar para mudar o mundo.
     A direita firma a própria base em si, e não em fora. Uma pessoa que tem uma base no próprio bem estar, na autoestima, e não em opiniões alheias (não disse que a esquerda tem base em opiniões alheias) dificilmente será fã incondicional de algo ou alguém. Por isso, a direita não tem o costume de ostentar seus grandes "representantes".
     Os verdadeiros heróis da direita (nunca disse que eles são militantes da direita, ou que algum momento se disseram da direita) são aqueles que vivem honestamente. São heróis anônimos, pois sozinhos não mudam o mundo. São heróis não por mudarem o mundo, mas por serem pessoas boas. Isso não significa que elas não têm pecados e erros. Só significa que na conduta em particular são heróis e heroínas. São pessoas que inspiram admiração e respeito, e não uma devoção fanática.

     Outra: qual o sentido de colocar uma pessoa em uma camiseta? Os cristãos têm crucifixos no pescoço, serve? Parece-me que a esquerda usa essas camisas do "Che" como uma muleta para a própria autoestima, enquanto a direita usa o crucifixo como um lembrete da profunda devoção que possuem. Talvez essa impressão se dê por o crucifixo ser muitas vezes escondido, muitas vezes pequeno, enquanto a camisa ostenta.


É isso, se tiverem críticas, sugestões etc. sintam-se à vontade nos comentários.

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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pena de Morte



      A pedido, vou tentar me posicionar sobre a pena de morte. Vou usar um raciocínio um pouco diferente dos outros que já usei, isso me colocará em discordância com grupos dos dois lados.

      A priori, tendemos a pensar que a pena de morte necessária:

1. Há pessoas incorrigíveis em nossa sociedade: psicopatas que dizem que, após saírem da prisão, farão tudo de novo. Assassinos que dizem que não conseguem lutar contra a paixão de matar. Há jovens que já perderam completamente o bom senso, e que se saírem viverão ou drogados ou drogando outros. Há um ditado em língua inglesa: "Once a thief, always a thief" - "uma vez ladrão, sempre ladrão" (tradução minha)
2. Um homem pode matar outro em legítima defesa: Se um ser tenta me matar, posso legitimamente matá-lo. Da mesma forma, se um terrorista quer e tenta matar, espoliar, destruir, a sociedade, é legítimo que a sociedade se defenda, até mesmo tirando a vida do infeliz.
3. Mesmo que haja prisão perpétua, o sujeito irá trazer custos para a sociedade. Em vez de fazer o condenado trabalhar até a morte para cobrir os próprios custos, a sociedade pode matá-lo, assim ele não tem o risco de fugir, a população se alegra em ver o sangue, e não cometemos a injustiça maior do que a morte, que é obrigar um sujeito a trabalhar até morrer sem ter nenhuma recompensa por isso.
4. A prisão é uma repressão a um ato antissocial (contra a sociedade). Quanto mais abominável, pior deve ser a pena. A ideia não é ensinar a respeitar as regras, é simplesmente punir uma ação condenável. A pena de morte serve para os piores crimes de todos.
5. Uma pena pior serve para amedrontar os criminosos. Ninguém quer pagar uma multa de 10 reais, menos pessoas ainda querem pagar uma multa de 1000. A vida é o bem máximo de um ser humano (salvo raros casos), então tê-la como pena é o incentivo máximo para combater o crime.

      Em um segundo momento, temos dúvida:

1. A culpa do ladrão ser ladrão não é dele, é da sociedade. É de cada um de nós. Afinal não combatemos o ambiente que gera a pobreza e a criminalidade. (não acredito que eu escrevi isso) Ao puni-lo, estamos desviando a culpa, estamos projetando nossos erros no assassino. Ao puni-lo, estamos atribuindo culpa a alguém que não tem responsabilidade por seus atos. Assim, este tópico critica os tópicos 4 e 5.
2. A função da prisão é educativa. De que serve prendermos os criminosos se não queremos que eles saiam melhores do que quando entraram? Prender apenas por vingança é um pensamento retrógrado, que volta para o ódio e não para o amor. A sociedade tem que arcar com o custo da reinserção dos bandidos na sociedade como novas pessoas. Também não há pessoa incorrigível, ela ainda pode ser uma cobaia, pode ajudar a treinar policiais, pode ser obrigada a doar sangue, enfim há muitas funções para essas pessoas. Assim, os itens 1 e 3 não fazem sentido.
3. Em alguns casos, é legítimo matar outros, como nos exemplos citados de um assassino tentando matar a mim ou a um amigo ou familiar. No entanto, se o assassino for capturado, não podemos matá-lo, é preciso tratá-lo. A morte seria uma vingança contra ele, enquanto o tratamento é uma medida civilizada. Isso é contra o item 2.
4. Os criminosos pobres não podem se defender com um bom advogado, então serão mortos. Seria uma medida penosa contra os pobres.
5. Condenações erradas são terríveis, é impossível voltar atrás.

       Mas, retomemos a tese:

1. Psicopatas têm problemas mentais. Há pessoas que são realmente intratáveis. Não é possível ensinar um psicopata a sentir, os psicopatas são psicopatas desde crianças, eles possuem componentes do cérebro que não funcionam normalmente.
2. A prisão não serve para tratar, para educar ou qualquer coisa assim. Isso é uma ilusão, é pensar que a realidade pode ser enxergada por um óculos em formato de arco íris cheio de pó de pirimpimpim. A prisão serve para punir. A pena serve para punir. Há quem queira que a prisão tenha este objetivo, mas este objetivo é extra, um plus, não é da essência da pena. (o discurso pode ser: "a prisão serve para reprimir") O comentário 3 acima não faz o menor sentido, abraçar um bandido não faz ele virar bonzinho. Mesmo que sirva para tratar, esse objetivo não é cumprido, então não faz sentido partir do pressuposto de que funciona.
3. É muito fácil culpar o ambiente por criar ladrões. A verdade é que há criminosos nascidos em várias "classes". Dizer que o pobre rouba é um determinismo preconceituoso. Qualquer pessoa sabe que roubar é errado, independente de grupo social. A pessoa que rouba é responsável por seus atos (ao menos que seja louco ou drogado, mas não é essa a questão), e deve ser punida. Cabe aqui uma passagem do Boca do Inferno: "quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito e mais esconde passa de barão a visconde". Talvez haja a impressão de que os crimes contra o patrimônio sejam praticados mais por pobres, mas a verdade é que nem sempre se consegue pegar os ladrões de outras classes.
4. A questão não é prejudicar os ricos ou os pobres, mas sim garantir que uma medida necessária ocorra. Tanto os ricos quanto os pobres que matam devem morrer. A questão é que a justiça deve ser feita. O objetivo é condenar a todos os que devem ser, se há uma ineficiência do sistema neste aspecto, isso não significa que uma medida necessária não deve ser implantada.
5. Condenações injustas nunca podem ter seus efeitos sociais desfeitos. A morte não pode ser desfeita, assim como a prisão, ou efeitos de decorram de uma multa. (sem o dinheiro que teve que pagar na multa injusta, o sujeito pode ter perdido uma oportunidade única de investimento, pode ter perdido a chance de dar um presente, aproveitar uma viagem com os familiares. A diferença da pena de morte é que é mais difícil minimizar os efeitos futuros - aqui é apenas uma diferença da intensidade, pois não se pode apagar as marcas decorrentes de outras condenações .

      Contudo, por fim concluímos:

1. O psicopata não é necessariamente um criminoso. Não há uma força que o obriga a matar. Ele simplesmente não sente compaixão ou sentimentos, ele simplesmente é extremamente egoísta. Mas não irá matar necessariamente. É claro que há uma tendência a isso ocorrer. Há psicopatas que cometeram crimes, são presos, e depois não cometem mais crimes (pelo menos não são punidos). Quem somos nós para condenarmos o psicopata A ou B à morte por a maioria dos psicopatas voltarem a cometer crimes? Pode ser que o psicopata não seja normal, mas talvez ele possa encontrar um papel na sociedade. Mesmo que ele só cause algum mal, isso não significa que sua vida de nada vale. Se a pena tem a função de punir as pessoas pelos atos, a pessoa irá cumprir justamente por seu crime. Mesmo que ele planeje voltar ao crime, não podemos aplicar a ele uma pena antes que ele de fato cometa o crime.
2. É legítimo que um homem mate seu agressor para se defender. No entanto, com o estado de direito, as pessoas não podem ir atrás do sujeito para aplicarem a justiça por suas próprias mãos, sendo cada o promotor, o juiz e o policial. O estado pode matar um agressor para defender um cidadão, mas isso é diferente de matar um criminoso após ter cometido o crime. No primeiro caso, o estado impediria o mal, no segundo não. Admitida esta diferença, podemos discutir se o estado tem legitimidade para matar para vingar o cidadão, e não para protegê-lo. Parece que a morte é um grande prejuízo, mesmo a morte de um criminoso. A família de um cidadão que foi assassinado não encontrará preço que satisfaça a ausência do falecido, nem mesmo a morte do assassino completará a lacuna de uma pessoa. Trocar a morte por morte é antieconômico. O criminoso deve ser punido com multa, trabalho forçado, servir como cobaia, o que seja.
3. A morte e a prisão perpétua possuem um grande inconveniente: O sujeito fará de tudo para fugir, irá matar, conspirar, mentir, roubar. Se houver um tempo de prisão, e talvez uma redução por bom comportamento, ou talvez uma melhora na qualidade de vida por bom comportamento, o criminoso terá menos chances de uma fuga violenta. Imagine que um sujeito foi condenado à morte, qualquer coisa que ele fizer não poderá lhe colocar em uma situação pior, então ele fará o que for possível para fugir.
4. Realmente a pena é uma reação da sociedade contra o bandido. No entanto, embora talvez seja um passatempo legal levar os filhos para assistirem a enforcamentos nos sábados de manhã (e é claro que estou brincando), ainda assim, é ilegítimo um tribunal terreno poder tirar a vida de pessoas apenas para contentar as massas. Antes, era até admissível a pena de morte por não haver outra medida. Hoje, contudo, há várias penas que podem ser aplicadas, e há como torná-las mais desagradáveis (com tortura, embora eu não goste da ideia), e até mesmo penas que sejam mais produtivas (trabalho forçado) ou eficientes (como um curso de alguma coisa, embora eu também não ache o ideal) do que a pena de morte.
5. A verdade é que a pena de morte não amedronta tanto assim os bandidos. O bandido não rouba pensando em quantos anos vai passar na cadeia se será pego. Também não calcula a probabilidade de sucesso. Há um problema moral (que pode ser corrigido, vale dizer): é óbvia qual escolha um sujeito honesto fará se tiver que escolher entre cometer um crime e macular sua alma. O bandido simplesmente chega a um ponto em que prefere uma vida maldita do que outra vida com menos bens. Também há crimes passionais, cometidos pelo calor do momento, o sujeito que é tomado por fúria e mata a mulher e o amante não pensa nas consequências de seus atos.

       Minha conclusão final é de que a pena de morte atualmente não é uma boa medida. Observem que eu não propus medidas para melhorar a situação dos pobres, para corrigir criminosos, acho que essas questões são tangenciais. Podemos discuti-las, mas acho que não são essenciais para o tema em questão.


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