quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Parcialidade na mídia e nos tribunais

     Um juiz, um advogado, um promotor e o réu.
     Há uma luta entre a acusação e a defesa, ambos tentando convencer o juiz. Advogado e promotor são totalmente parciais a favor de seus interesses, cada um usando diversos meios de persuadir em pró de sua visão sobre o réu. Creio que ninguém discorda que as figuras de acusação e de defesa devem ser parciais.
     Mas e o juiz?
     Mostra-se, em maior e em menor grau, difícil encontrar um juiz verdadeiramente neutro. Mesmo que ele entre na discussão sem nenhum pré-julgamento, ele ainda tem em si suas convicções, sua própria forma de ver e analisar o mundo. Informações idênticas podem fazer juízes diferentes tenderem para lados diferentes. (por exemplo, dizer que o acusado tinha o costume de assustar a vítima com facas de papelão pode mostrar que ele tinha senso de humor ou que tinha um problema grave. Essa informação pode fortalecer a visão que já se tem de alguém).
     Situação análoga é vista na mídia. Muitos acusam a mídia de ser tendenciosa. Mas como não poderia? Não são os donos do meio de comunicação tendenciosos? Não são também os jornalistas tendenciosos? Não é o próprio ser humano tendencioso? Principalmente ao se tratar de um tema que chama atenção? A questão é se a mídia deve ser ou não tendenciosa.
     Seguindo a analogia, creio que a mídia possa desempenhar o papel do advogado ou do promotor. Ela traz a notícia, ela acusa, ela defende. Ela grita, clama pela voz do povo. Assim sendo, a mídia deve ser tendenciosa. Mas como pode o leitor/juiz não cair na cilada desse grande meio de comunicação?
     Para se alcançar a maior justiça, o leitor e o juiz devem buscar certa imparcialidade ao obter as informações, mas não podem anular os próprios valores profundamente arraigados a si. Que, seguindo a própria consciência e os próprios princípios, cada um busque a ideia que lhe seja coerente.
     Durante a absorção das informações, deve-se buscar a imparcialidade. Após isso, o juiz tem que bater o martelo, tem que decidir de que lado fica. O leitor também pode e deve assumir um lado após se inteirar dos assuntos.
     Mas se a mídia é tendenciosa, como pode o leitor resistir à persuasão que os meios de comunicação têm? Se a primeira notícia acusa, que se busque uma notícia que defenda. Se já há um promotor, que se busque o advogado. O debate de ideias enriquece as informações, traz novas formas de pensar, novos caminhos. Não é buscam um mídia que se diz imparcial que o leitor será imparcial. A mídia não é imparcial. Os homens não são imparciais.
     Tome cuidado com aqueles que se dizem imparciais. Eles não são. Busque a luta, o debate, o conflito de ideias, e não a calmaria da pseudo-imparcialidade.
    Em minha opinião, não devemos tender para uma mídia imparcial, mas para mídias que assumam suas posições, que se posicionem. A única coisa que a mídia não deveria fazer é enganar usando informações falsas.

Tenham um bom dia

domingo, 25 de agosto de 2013

Justificativas para não fazer e segunda lei de Newton

     - Você vai à festa?
     - Não
     - Por quê não? [o outro fica em silêncio, tentando compreender a pergunta]
     - Desculpe, eu não entendi.
     - Você disse que não ia à festa. Quero saber por que você não vai.
     - Isso eu entendi, só não entendi a construção lógica. Veja bem: segunda lei de Newton: um corpo em repouso tende a continuar em repouso. [aponta uma árvore] Aquela árvore está em repouso. Ela tende a continuar em repouso. Não faz sentido você perguntar por que ela não se atira a 200 km/h naquela direção.
     - Agora sou eu quem não estou te entendendo.
     - Existe dois momentos em que você, logicamente, poderia perguntar por que ela não se movimenta. A primeira é se ela já estiver em movimento e, sem motivo aparente, parar seu movimento, então você pode se questionar o motivo que a levou a não se movimentar. A segunda é se ela estiver parada, e, digamos, um foguete a acertar e ela não se movimentar. Então você poderá se perguntar por que ela não se movimenta para entender o motivo. Está entendendo?
     - Só não entendi a relação com a minha pergunta.
     - Só faz sentido me perguntar se eu não vou à festa em duas situações: Se você me der motivos para ir (foguete acertando árvore) ou se eu tivesse dito que iria e depois mudar de ideia (árvore em movimento). Caso contrário, não faz sentido sua pergunta.
     - Então se eu tiver um amigo que diz que não vai fazer o trabalho escolar, eu não posso perguntar para ele o motivo de não fazer sem antes dizer o porque ele deve fazer?
     - Nesse caso, você pode. A tendência de todas as pessoas é fazer o trabalho, tanto que os alunos não se perguntam se o outro vai fazer ou não. Já "ir à festa" não é uma tendência, e por isso é que as pessoas vivem se perguntando se vão ou não, pois não há um pressuposto de que o outro vai.

Obs.: Para uma explicação diferente, procurem "inversão do ônus da prova" em seu site de pesquisa favorito.

Tenham um bom dia

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Se quer uma coisa bem feita...

     Vou começar com uma pergunta: Imagine que você deseja muito comprar uma cama nova para seu quarto. Está pesquisando as camas e os seus preços e não encontra nenhuma que lhe agrade. Na última loja, você encontra uma perfeita. Quando vai ver o preço, acha que ele está muito caro. Mas você quer a cama, e este é o último estabelecimento. O que você faz?

a) Assalta a loja
a) Vai para outra loja e compra uma cama não tão boa
b) Tenta conversar com o dono do estabelecimento para ver se consegue comprar mais barato
c) Chama sua família, explica a situação e busca alguma solução (unirem-se financeiramente para comprar a cama ou para decidirem uma estratégia superior)
d) Chama o prefeito da cidade para brigar com o dono do estabelecimento por vender os produtos muito caro
e) Escreve uma carta para o/a presidente da República reclamando que o preço das camas boas está muito alto, então ela deve adotar imediatamente medidas que abaixem o preço.
f) (só válida para teístas(oposto de ateu, só que no plural)) Convoca seu/s deus/s para que a fúria divina recaia sobre os capitalistas malvados e para que lhe seja concedida uma nova cama da mais fina seda e das mais macias penas.

     Não, não direi que há uma resposta certa universal, mas vou dizer minha opinião.
     Para mim, é evidente que a resposta certa é a alternativa 'b'. Por um motivo bastante simples: se um indivíduo pode resolver seu problema, ele resolve, não chama instituições mais complexas para que resolvam por ele.
     Se o indivíduo não consegue, ele recorre à família, se a família não consegue, ela recorre à sua comunidade ou sociedade (aqui representada pelo prefeito), se eles não conseguem, recorrem a uma esfera superior (o/a presidente), se nada disso for possível, então pede para Deus ou desiste da ideia.
     A ideia é não ir direto aos órgãos máximos, mas aos menores. Em primeiro lugar, eles podem ter coisas mais importantes para fazer (o/a presidente poderia estar tomando chá com os ministros em um picnic, por exemplo). Em segundo, é um desperdício de tempo, de trabalho e de processos, não envolva mais elementos nos problemas do que o necessário, tome a decisão mais simples se a questão for simples.

     Deixo uma pergunta para acabar, dessa vez sem minha opinião explícita:

     Uma lanchonete vende, junto dos lanches, brinquedos muito legais que são a paixão da garotada. Você é um pai ou uma mãe e seu filho está desesperado para conseguir o brinquedo. Vocês combinaram que ele só comeria o lanche uma vez por semana (ou por ano, para ser mais saudável), seu filho já atingiu essa cota. Contudo, ele deseja o brinquedo o lanche. O que você faz?

a) Compra o lanche, você não consegue dizer 'não' para o seu filhinho querido mesmo em situações absurdas, como naquela vez que ele pediu as facas da cozinha para imitar o malabarista
b) Diz 'não', tenta explicar a ele que foi combinado
c) Diz 'não', conversa com o dono do estabelecimento para parar de dar brinquedos de brinde
d) Diz 'não', reúne sua família para convencer seu filho de que lanche não é saudável
e) Diz 'não', chama o padre ou o pastor para explicar que os bens materiais (o brinquedo) são a desgraça de todos
f) Diz 'não', invade o estabelecimento com um lança-chamas e provoca sublimação daqueles brinquedos infernais
f) Diz 'sim', liga para o governado dizendo que é uma falta de vergonha na cara permitirem que façam propagandas com brinquedos, pois não há quem resista a eles.
g) Diz 'sim', pois é impossível combater essa tentação, e inicia campanhas para mudar a Constituição Federal de forma a proibir esse atentado à infância.
h) Tenho uma resposta diferente

     Tenham um bom dia!

domingo, 18 de agosto de 2013

[economia] Trocas e soma zero

     As pessoas têm um pensamento equivocado de que a economia é um jogo de soma zero, ou seja, um ganha e outro perde, ou os dois empatam, como em um jogo de xadrez. Na verdade, a história não é bem assim.
     Você quer muito comprar um refrigerante. Mas vê o preço e acha um absurdo: 5 reais a lata. Por estar com muita vontade você compra. Mas sai descontente, o estabelecimento está praticamente roubando o seu dinheiro. Será mesmo?
     Na situação inicial, você quer o refrigerante e o estabelecimento quer seu dinheiro. Ninguém está obrigando o outro comprar ou a vender. Então você sabe o preço exigido: 5 reais. Você tem a opção de comprar ou de não comprar.
     Se você acha que beber o refrigerante é melhor do que ter 5 reais na carteira, então você compra.
     Se você acha que beber o refrigerante NÃO é melhor do que ter 5 reais na carteira, você não compra.
     Você comprou, logo você prefere beber o refrigerante, certo? Mesmo sendo caro, você ainda acha que é melhor desfrutar a bebida do que não gastar dinheiro. Você concordou em comprar por aquele preço.
     É claro que seria melhor que fosse mais barato. Mas o preço não o impediu de comprar.
     Então não é um roubo. Se você acha que não vale a pena, então não compre. Se acha a pipoca do cinema muito cara, então não gaste seu dinheiro.

     Agora vou tratar rapidamente do emprego.
     O empregador quem o trabalho do empregado e este quer o salário daquele. Eles não estão obrigando um ao outro a realizar essa troca. Se o empregado aceita trabalhar, é porque acha que é melhor ter o salário e o trabalho do que não ter nenhum dos dois. E isso pode ser aplicado mesmo se o trabalho for algo ruim e insalubre.
     Se eu aceito trabalhar em uma mina de carvão é porque penso que minha recompensa compensa o meu trabalho e meus danos à saúde.
     As pessoas dizem que posso estar desesperado por comida e por isso preciso do trabalho. Então seria o mesmo que trabalho escravo. Na minha opinião, não. No trabalho escravo o 'empregador' me OBRIGA a trabalhar, eu não tenho liberdade. Sem o 'empregador', eu seria livre. No trabalho semi-escravo, a fome me obriga a trabalhar. O empregador nada tem a ver com minha situação, na verdade ele está me dando uma chance de sobreviver. Sem seu emprego eu morreria. O efeito pode ser o mesmo (estou vivo e com trabalho), mas o caminho é diferente.
     Não digo é bom dar péssimas condições aos trabalhadores. Só digo que os trabalhadores de péssimas condições, por algum motivo, as aceitaram. Ainda podemos ter o desejo de ajudá-los, minha crítica é as pessoas tratá-los como escravos.

É isso, tenham um bom dia.

domingo, 11 de agosto de 2013

Apocalipse zumbi

Invasão zumbi!!!
     Caros leitores, há uma invasão zumbi ganhando força nas ruas.

     Uma pesquisa realizada em 2010 revelou que 98% dos municípios estudados tinham zumbis. As pessoas estão adormecidas para esse mal que está crescendo.
     O causador não é um vírus ou uma bactéria. É um componente derivado de uma planta. Vulgarmente chamado de crack.
     A comparação dos viciados de crack com os zumbis não é nova, mas chama atenção para um mal de nossa sociedade que vem crescendo e nós não fazemos nada para impedi-lo.
     Cadê a família dos jovens, dos adultos e dos idosos que se tornam escravos da droga? Não pergunto onde está o Estado, pergunto onde está a família!
     A família tem o dever de cuidar desses seres humanos, não as escolas, não o Estado. A família tem o dever de ver se os seus membros estão prejudicando a eles mesmos com drogas. O Estado só entraria em última opção, e a escola só entraria na conscientização.
     Contudo, hoje, o que se vê é os pais deixando para outras instituições que não a família o cuidado com pessoas que têm o sangue do próprio sangue e a carne da própria carne.
     Uma invasão zumbi rápida e nociva chamaria atenção do Estado, mas o problema real é mais perspicaz, ataca as famílias (família como instituição) já enfraquecidas e fica nelas em estado de incubação. Quando os problemas começam a atingir grandes proporções, já está profundamente enraizada e banalizada na sociedade.

Tenham um bom dia!