sexta-feira, 31 de outubro de 2014

[economia] Oferta e demanda

Continuação do post http://copaziodesaber.blogspot.com.br/2013/12/economia-como-se-definem-os-precos.html - Como se definem os preços?

     Adam Smith disse que o mercado tinha uma espécie de equilíbrio sem um controle central, como houvesse uma mão invisível que possibilitasse a coordenação de todo o processo. Muitas pessoas dizem que o mercado não funciona, que a mão invisível não tem fundamento e outras críticas. Há economistas, contudo, que afirmam enfaticamente que o mercado funciona. Aqui irei explicar um dos processos que ocorrem e que permite a cooperação entre compradores e vendedores.

Parte 1 - comprador - demanda
     Como expliquei no post anterior (ver link acima), cada pessoa valora de forma diferente as coisas. Tomemos por exemplo uma lata de refrigerante. Há três pessoas, João, Maria e Fábio. Os três têm 10 reais e querem tomar refrigerante. João não está com muita sede e prefere refrigerante à 3 reais. Maria já está com uma sede considerável, e prefere refrigerante à 5 reais. Fábio está com muita sede e prefere o refrigerante à 8 reais.
     Observamos que à um preço baixo - 3 reais - há três pessoas que comprariam o refrigerante. Quando o preço sobe, para 5 reais, há apenas duas pessoas. À 8 reais só Fábio iria comprar.

Parte 2 - vendedor - oferta
     Vamos imaginar em um primeiro momento que só exista a loja da Julieta. Imagine que Julieta prefira 8 reais ao refrigerante. Para ela, 5 reais são pouco. Nesse caso, só conseguirá vender para Fábio.
      Imagine, então, que venha para a cidade o Lúcio. Lúcio também é vendedor de refrigerantes. Diferente de Julieta, ele aceita 5 reais pelo refrigerante. Se ele resolve abrir sua loja, ele pode vender por 8 reais como faz Julieta ou por 5. Se ele vende por 8 pode ou não ter um comprador. Mas se ele resolve vender por 5, então ele não só tem certeza que Fábio comprará dele como também poderá atrair outros compradores, no caso, Maria.
     Caso venda por 5,o que ele provavelmente fará, Julieta deve ser capaz de abaixar seu preço também. Caso não consiga, não conseguirá mais vender, vai à falência, irá perder qualquer interesse em continuar sua venda.
     Observamos o que parece ser um paradoxo. Se o preço está alto, mais pessoas irão querer vender. Quanto mais pessoas entrarem, mais o preço tende a abaixar - quando Lúcio entrou no comércio, o preço diminuiu. Na verdade, isso não é um paradoxo. O que acontece é que há uma busca por um equilíbrio, o preço tende a ficar estável, quando abaixa há mecanismos que o impedem de cair muito. Quando sobe, impede-se de subir muito. Esses mecanismos só diminuem a variação, mas não conseguem transformar a queda de preços em subida e nem vice versa. Só amenizam.

Parte 3 - conclusão
     Quando os preços sobem, diminuem os consumidores e aumentam os vendedores. Há uma tendência a diminuir os preços - o que significa que os preços não subirão muito ou que voltarão para o início.
     Quando os preços abaixam, aumentam os consumidores e diminuem os vendedores. Há uma tendência a aumentar os preços - o que significa que os preços não abaixarão muito ou que voltarão para o início.
     Seja qual for a mudança dos preços, o mercado irá tender a um novo equilíbrio, seja o mesmo que do início, seja outro diferente.
     Ao se atingir um equilíbrio, o preço não irá tender a subir nem abaixar, e nem haverá pessoas querendo entrar ou sair do mercado.
     Esse é um dos mecanismos que funcionam no mercado. Impede grandes variações, preserva o equilíbrio, garante a satisfação de consumidores e vendedores e faz com que só os melhores vendedores se preservem no mercado.


Tenham um bom dia!


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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Em busca do paraíso

     Era uma vez um grupo de pessoas nômades. Eles viviam durante anos em uma grande floresta. Se abrigavam próximo de grandes árvores frutíferas, donde extraíam os alimentos e conseguiam madeira. Quando acabavam os frutos, o homem mais forte do grupo subia na árvore mais alta. Nem sempre ele aguentava o esforço da subida, pois podia escorregar, um galho podia cair, poderia esbarrar em um ninho de pássaros... Enfim, havia muitos obstáculos. Uma vez no topo da árvore, o aventureiro olhava o horizonte a procura de outra grande árvore frutífera.
       Essas árvores eram tão altas que, de cima não se conseguia estimar quão longe estavam da próxima árvore. Tudo o que podia fazer era descobrir a direção. Ao a conhecerem, as pessoas caminhavam, muitas vezes durante dias, até a árvore que fora avistada.
        Novamente, os frutos da árvore da qual esse grupo colhia o alimento começou a se esgotar. Houve uma reunião de todas as pessoas para decidirem quem seria o próximo a subir na árvore. Eis que uma mulher disse:
       - Passo muito tempo observando a natureza, e percebi que alguns arbustos dão frutos de tempos em tempos. Há um período de flores e há um período de frutos. Ainda temos algumas frutas para colhermos. Temos alimento para vários dias, talvez semanas. Se fizermos um racionamento de alimentos, poderemos esperar até os arbustos que acabaram de perder as flores darem frutos.
        Outra pessoa disse:
      - Mas e se não tivermos alimento o suficiente até a próxima frutificação? Não teríamos alimento para irmos até a próxima grande árvore.
       - Já pensei nisso. Alguns caçadores já viram algumas árvores frutíferas em suas caçadas não muito longe daqui. Poderíamos nos alimentar delas também. Assim tenho certeza que teríamos tempo.
         - Não é muito arriscado?
        - Acho que vale a pena corrermos o risco. Também a caminhada até a próxima grande árvore pode ser muito longa e cansativa. Muitos morrem no caminho. Se minha ideia der certo, não correremos mais  esses riscos.
       Todos do grupo estavam desconfiados com a nova ideia. Resolveram que iriam pensar melhor e se reuniriam na próxima noite.
        Todos se reuniram novamente. Foram realizadas diversas discussões, e, por fim, se realizou uma votação. Por poucos votos, resolveram apostar na nova ideia. Estavam dispostos a assumirem esse risco. Um risco por uma vida melhor.
        Assim se passaram vários dias fazendo o racionamento. Com fome, algumas pessoas começaram a pensar que não foi uma boa ideia.
          Eis que certo dia uma pessoa disse:
        - Amigos, estamos passando fome por essa decisão incorreta. Vamos morrer de fome se continuarmos assim! Contudo, durante este tempo estive pensando em uma solução e me lembrei de que sempre que mudamos de lugar vamos para outro com mais frutas.  Se continuarmos fazendo isso, conseguiremos chegar em um ambiente com tantas árvores frutíferas que não precisaremos mais mudar de lugar em busca de um melhor. Mas vai demorar muito até conseguirmos.
      - Mas como é possível haver tantas frutas que não irão acabar?
      - Ora, as frutas só acabaram nos lugares onde estivemos, pois há pessoas que estão pegando a mais e escondendo. Sem essas pessoas, teríamos muitas frutas a mais para serem repartidas até que novos frutos surgissem. Isso se repete sempre. Na verdade, está acontecendo agora. As pessoas que dizem que devemos insistir na ideia de ficarmos aqui são essas pessoas más. Elas guardaram alimentos só para elas sobreviverem.
       Houve um grande murmúrio entre as pessoas do grupo. O ideólogo continuou:
      - Mas eu descobri a solução para isso. Eu irei guiá-los para o lugar em que nunca passaremos fome.
      - Como? Algum de nossos deuses o iluminou?
      - Não existem deuses. O que existe é o homem e a natureza. O homem usa a natureza para atingir seus fins. Contudo sempre fizemos isso de forma aleatória, sem lógica. Na verdade, não é preciso que nosso melhor homem suba na árvore mais alta. Andei investigando e percebi que essa árvore possui uma seiva especial. Quando o homem sobe na árvore, ele entra em contato com essa seiva durante a subida, e o efeito deste contado é a possibilidade de ver a próxima árvore. Mas a visão é limitada, ele não consegue avistar o lugar onde não passaremos fome, apenas consegue ver a direção da próxima grande árvore.
      - E o que faremos?
     - Eu sei o que faremos. A pessoa que sobe não consegue ver longe pois não esteve em contato com  a seiva por tempo o suficiente, ele estava em um caminho até a perfeição, embora não a atingisse. Para alguém atingir a perfeição será preciso de muito contato. Iremos extrair a seiva da árvore até conseguirmos um grande pote cheio. Então eu me disponho a ficar mergulhado na seiva por várias horas, até dias. Assim, atingirei o estágio do novo homem. E então irei guiá-los para o local repleto de frutas.
      E assim fizeram. O lunático ficou mergulhado por um dia inteiro. No começo, várias pessoas viam ele  como um lutador em seu nobre propósito. Olhavam para ele da mesma forma que olhavam para as chamas da fogueira à noite: com um olhar de adoração a algo mágico e luminoso. Mas isso só durou algumas horas. Logo as pessoas que ficavam perto começaram a se sentir estranhas, vendo alguns mosquitinhos brilhantes voando, embora nunca o conseguissem acertar. Também seus olhos começavam a se encher de lágrimas e a visão ficava turva. Então resolviam dar uma volta e ficavam mais afastadas. Logo retornavam os mosquitinhos sumiam, a visão voltava ao normal.
      Em plena noite, o grupo houve uma gargalhada. Para alguns, soava de forma assustadora. Foram todos ver o que havia acontecido. Era homem mergulhado na seiva que ria. Perguntaram o que havia acontecido. Ele disse que já podia ver o caminho até a perfeição.
     Muitos do grupo de alegraram. Outros acharam que ele havia enlouquecido.
      O grupo então se dividiu em dois: 1) aqueles que permaneceriam, pois havia indícios que a estação dos frutos estava quase chegando; e 2) aqueles que partiriam.
     O sujeito que iria guiar o grupo em busca da terra perfeita não estava parecendo muito bem. Perguntaram se ele tinha algum problema, se queria ficar por mais algum tempo para descansar. Ele respondeu:
      - Não se preocupem. A visão do mundo perfeito tem um custo. Não consigo mais enxergar as coisas com nitidez. Mas isso só acontece enquanto estiver longe do paraíso. Quando me aproximar, minha visão irá voltar ao normal, na verdade ficará melhor do que jamais esteve. Partiremos amanhã de manhã.
     Uma das pessoas que iriam ficar disse:
      - Iremos nos separar em dois grupos, é justo que levem com vocês parte da comida para a viagem.
      O líder respondeu:
     - Não queremos nada que vocês têm a nos oferecer. Estão guardando a melhor parte e nos dando as comidas envenenadas. Estão nos dando maçãs podres que irão apodrecer todas as demais como uma praga. Vamos partir sem nada que vocês poderiam nos dar!
      No outro dia, o grupo partiu. Não mais queriam se arriscar por uma vida "melhor". Queriam a certeza de um mundo perfeito. Durante o caminho, o líder tropeçava várias vezes e se localizava com certa dificuldade. Pararam no meio do dia com fome. O líder disse:
      - Para nossa jornada, precisaremos de comida. Mas não há comida por perto. Então vou enviar cinco de vocês de volta para pegarem de volta a comida que os outros não nos deixaram levar.
      - Mas eles não nos haviam oferecido?
     - Haviam nos oferecido frutas podres. Temos direito às frutas boas, pois eles escondem entre eles as boas. Por isso, quero que vão lá e peguem à força as frutas boas.
      O pequeno grupo então se dividiu, um dos grupos voltou para pegar as frutas, e o segundo esperou. Na manhã seguinte os dois subgrupos se reencontraram e comeram. Então retornaram à viagem. Eis que chegaram em um deserto. O líder continuou andando. O grupo que o seguia perguntou:
      - Está nos levando para um deserto!
     - Ele é um obstáculo necessário para atingirmos o paraíso. Se fosse fácil atingir o estado perfeito, não iriam todos para lá? E continuou a caminhada.
      Alguns infiéis caminharam mais um pouco, mas mudaram de ideia e resolveram voltar. Disseram que ele estava louco. Esses infiéis retornaram ao antigo grupo. Alguns morreram no caminho.

     O grupo dos fiéis ao líder continuaram a segui-lo. Pessoas desse grupo morriam, outras nasciam. Certa vez o grande profeta estava prestes a morrer. Ele passou para uma pessoa que o iria suceder uma fruta, a fruta da árvore cuja seiva ele usou. Disse que era para comer a fruta, que ela daria a quem comesse a visão do caminho para o paraíso. Morreu. O que o sucedeu comeu a fruta e teve os mesmos privilégios videntes que ele. Embora a nitidez fosse menor, ele podia ver o caminho que levava ao paraíso. E continuou guiando o grupo cruzando vários desertos rumo ao paraíso na terra.



Tenham um bom dia!


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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Qual é o problema com o bolsa família? Uma sistematização do raciocínio

      Talvez pense o leitor ou a leitora, ao ver o título, que irei criticar aqui a bolsa família, expor os motivos pelos quais não concordaria com esta política. Esta, todavia, não é a realidade. Meu objetivo um pouco mais imparcial. Quero simplesmente dizer o motivo que me parece mais importante para as pessoas que são contrárias a essa medida. Não vou inserir tanto a minha opinião pessoal e outros motivos. Mesmo assim, a linguagem seguirá o meu raciocínio.

A igualdade

      Pegue duas crianças com pouco mais de um ano e meio. Mostre a elas duas balas. Dê as duas balas a uma delas (e nada à outra, consequentemente). Espere ouvir o choro.
      Uma ideia de igualdade é naturalmente desenvolvida pelas crianças, elas sabem que não se deve criar desigualdade quando ela não é necessária. Uma outra prova disso é a seguinte brincadeira: quando estiver com seus amigos, digamos uns 4 amigos, e tiverem que escolher entre comer um lanche e comer uma pizza, por exemplo, proponha que farão uma votação em que o voto do amigo 1 vala 1, o seu vala 2, o do seu amigo 2 vala 2; do seu amigo 3 vala 3 e do seu amigo 4 vala 5.

       A partir de certa idade, as crianças passam a aceitar algumas desigualdades se houver um motivo que justifique. Por exemplo, se duas crianças tiverem que que arrumar o quarto, uma delas arruma e a outra não, peça para uma terceira criança dizer se é justo dar uma bala para cada. A criança dirá que não é justo. Dê uma bala para cada uma das crianças e a terceira criança achará isso injusto.
      Dê duas balas para a que trabalhou, conforme essa noção primária de justiça. Depois, tire uma das balas e dê à outra. Certamente a criança que antes tinha 2 balas irá reclamar e dirá que é injusto.

Programas de redistribuição

      Como muitas pessoas contrárias ao programa o veem? (não estou dizendo se concordo ou não com essa visão - pelo menos não por enquanto)
      A pessoa trabalha e recebe seu salário. Depois, o governo o obriga a pagar tributos, pegue esses tributos e dá para uma pessoa que não trabalha ou que ganha pouco.
     O raciocínio do parágrafo acima parece ferir noções básicas de justiça - por serem básicas, podem ser incompletas, é claro.
      A crítica a quem critica quem critica os programas de redistribuição é que não é suficiente alegar que a bolsa família equivale a pouco dinheiro. Não importa a quantia. O raciocínio que realizei ignora o valor que é coletado e distribuído. É claro que se pode alegar que a quantia estaria dentro de uma margem de razoabilidade, mas creio que não é eficiente alegar isso. Creio que muitas pessoas, mesmo que seja 1 real o dinheiro que o estado as coagem a pagar para programas de redistribuição, não concordarão absolutamente com essa política.
     Observe: até aqui, não trouxe julgamentos de valor. Não disse se algo é certo ou errado. Estou partindo do pressuposto de saber qual o pensamento de várias pessoas que são contrárias ao programa, e critiquei uma das formas de se tentar convencê-las.

Conclusão

     Se meu raciocínio estiver correto, então vou dividir o argumento de quem é contra em partes:
a) A distribuição inicial é justa, ou pelo menos justificável. As pessoas devem receber conforme seus esforços, e não conforme suas necessidades.
b) O governo não deve obrigar, coagir, as pessoas a pagarem tributos para dar o dinheiro a outras pessoas.
      O ideal em um debate contra alguém que pensa conforme apresentei o raciocínio é discutir esses dois pontos. Creio que qualquer um dos dois argumentos é suficiente para que alguém seja contrário ao programa.

      Terminarei assim, sem uma resposta definitiva? Felizmente ou não, é assim que terminarei. Deixo uma estrutura de pensamento que pode ser contestada e criticada, e digo que o valor pago não é tão importante quanto pode parecer.


Tenham um bom dia!


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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Direita festiva, uma resposta

      O assunto de hoje é referente a um artigo do Pondé. O artigo tem uma ideia central na primeira frase: "Ser jovem e liberal é péssimo para pegar mulher". Imagine dois jovens que vão a uma moça. O primeiro diz "eu sou socialista, a favor dos pobres, contra a opressão do capital". O segundo diz "eu sou capitalista, a favor do lucro".
      O segundo poderia dizer "eu sou uma pessoa romântica, a favor da liberdade, do esforço individual, da vida moralmente correta" (afinal o primeiro não diz "eu sou a favor de imposto sobre 100% da renda e odeio os capitalistas"). Eis o gancho para o que desejo tratar.
      Embora a direita não seja tão festiva, um namoro precisa de alguém com um mínimo de pensamento de "direita". Namoro não é ficar, o namoro tem como pretensão o casamento, e não o mero divertimento. Quando se pensa em alguém para se casar, se pensa em alguém que valoriza o esforço individual, o trabalho árduo, a atenção aos filhos e à família, os valores judaicos-cristãos. O casamento tem que ser minimamente conservador.
      Se por um lado a direita perde nas festividades, por outro ela tem mais chance de ganhar na relação duradoura. O problema, e isso é um problema para mim, é que muitas pessoas estão deixando de almejar o casamento. Preferem sentir uma paixão que se perde no vazio a um amor que se pretende eterno.
      Então esse foi o artigo de hoje. Pessoa "para casar" tem que ser minimamente conservadora - e isso não significa ser "contra os pobres" ou a favor do lucro desmedido.

       A direita é um pouco mais séria ao perceber a importância de uma vida com regras, de respeito, que necessite de reflexões profundas e estudos. Isso não impede de gostar de sair com os amigos, mas é menos provável que alguém seja festivo se esse alguém valorizar a família tradicional, e prezar pelo estudo e pelo trabalho árduo.
       Assim como acho absurdo que as mulheres (na verdade, algumas mulheres) queiram se igualar aos homens na perversidade e na libertinagem, acho um absurdo que a direita queira ser radicalmente festiva assim como a esquerda muitas vezes é (não que o Pondé tenha dito ou deixado implícito isso). Minha sugestão é que possamos defender a família, o comedimento, o autocontrole, reuniões com amigos e (por que não?) ir a algumas festas. Devemos tentar combater um mundo que preza pela satisfação presente, e não pela valorização do futuro.


Fica uma frase que vi no Facebook (não conheço a autoria):
"Qual é a graça de dizer 'Já peguei', se você pode dizer 'Ela é minha'? "
(não quero que seja nenhuma afronta às feministas de plantão. Essa frase serve tanto para homens quanto para mulheres - basta flexionar o sujeito)

Tenham um bom dia!


Links indicados:
Post sobre o dever de se ajudar os pobres.



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domingo, 5 de outubro de 2014

Mediocracia ou meritocracia

      Dedicado às pessoas que atacam a meritocracia.

      Há dois pontos em que a meritocracia é atacada: Ela não garante "igualdade de oportunidade" (todas as pessoas devem iniciar a competição em igualdade) e ela não garante "igualdade de resultados" (todas as pessoas devem atingir os mesmos resultados).
      Eu já falei que a meritocracia não precisa da igualdade de oportunidade. As pessoas não precisam partir do mesmo nível em todos os seus atributos (veja o link abaixo). A própria natureza é """injusta""" (com várias aspas) ao dar características diferentes a cada pessoa. Algumas nascem míopes (ou podem vir a desenvolver miopia), algumas nascem com músculos próprios para explosões e não para resistência, algumas nascem mais sensíveis aos estímulos do mundo, algumas nascem propícias a desenvolverem voz mais grossa ou mais fina, algumas nascem com tendência a ter mais ou menos determinado hormônio, algumas pessoas nascem homens e outras, mulheres. Também algumas nascem em famílias ricas, outras em famílias pobres. Algumas nascem em famílias estáveis, outras nascem no meio de um campo de batalha.
      Quem defende a "igualdade de oportunidade" provavelmente sabe que é difícil igualar certas características inatas, como a altura e a sensibilidade perante as sensações do mundo. O que essas pessoas defendem é uma igualdade sobre características "que se possam controlar", como garantir uma educação igual.
      Esse tipo de pensamento não procura eliminar a meritocracia, só busca uma meritocracia "mais justa". Contudo, esse tipo de pensamento não e estável, não é equilibrado. Vamos supor que, com um passe de mágica, todos tenham uma educação igual no sentido de que todos têm acesso gratuito e fático à educação básica, fundamental e média. Mas continuará existindo uma diferença de oportunidade. Então como corrigir essa diferença de oportunidade? Deve ser culpa dos pais: Há pais que fizeram história e ensinam naturalmente os filhos a aprenderem história. Há pais que são professores de matemática, e já ensinaram os filhos desde pequenos a gostarem dos números. Há ainda pais que se envolvem com a política e conseguem ascender os filhos mais rapidamente em seu partido.
      Como saber quando parar? Vamos voltar a uma escola única para todas as pessoas do mundo? Sem influência dos pais ou professores? Não há um ponto de equilíbrio ao se defender a "igualdade de oportunidade". Há apenas um vetor que aponta para a "igualdade de resultados".
      Ao se buscar uma meritocracia "mais justa" não caminhamos para uma meritocracia, mas para uma mediocracia. Enquanto a meritocracia valoriza o mérito, a mediocracia valoriza a mediocridade. Na primeira, os melhores são recompensados. Não pense que na segunda, se seguirá o ritmo do homem médio, mas do pior dos homens. Irá seguir "o ritmo do cavalo mais lento", e não do cavalo médio. Por isso, o termo "mediocracia" implica em se tornar o padrão baixo o padrão a ser seguido.
      Ao dizer "melhores", "pior dos homens" ou "homem médio", não me refiro ao "ser" de cada homem, mas ao desempenho em cada atividade. O melhor é melhor em determinada atividade, não significa que seja melhor em tudo.
      Para que exista uma "igualdade de resultados", é preciso que o resultado seja alcançado tanto pelos ineficientes quanto pelos eficientes. E a única maneira de fazer isso é exigir o resultado ineficiente, e somente o resultado ineficiente.
      A mediocracia leva à pobreza. Não digo que ninguém possa defender a mediocracia. Você pode se quiser. Mas saiba que está defendendo uma sociedade pobre e ineficiente.
     Será então, para mim, a meritocracia um "mal necessário"? Não. A meritocracia é um bem em si. A meritocracia significa valorizar o bom desempenho, valorizar que o ser humano faça aquilo em que é bom. Significa que o esforço individual é importante para a construção de uma sociedade mais rica. Há desigualdade? Sim, mas a desigualdade em si não é negativa. O ser humano só pode melhorar se existir a desigualdade. Sem a desigualdade, não há mudança para melhor.
      Nossas leis são mais pesadas sobre os indivíduos com menor renda ou desempregados, e não sobre os ricos e empregadores. Sem as leis trabalhistas, o sujeito esforçado poderia propor trabalhar de graça para o empregador, a fim de mostrar que pode ajudar muito caso seja empregado. Com nossas leis, contudo, isso não é possível. O empregador teme que se reconheça uma relação trabalhista onde não exista. Também, como expliquei em outro vídeo, o salário mínimo impede que haja emprego para todos, e que se possa promover aquele que trabalha mais e melhor. Há um custo muito grande por trabalhador, e o empregador teme que, ao contratar, esteja gerando mais custo do que benefícios. Sem o salário mínimo, o empregador poderia contratar mais empregados, que receberiam menos do que o salário mínimo, mas isso permitiria que se contratasse mais pessoas dispostas a trabalharem.

       É muito triste observar que o sucesso e coisas que vêm dele estão sendo mal vistas. Talvez sempre haja um grupo de invejosos ou tolos que maldizem quem é bem sucedido (seja por talento ou por sorte), mas esse problema continua. Quem é estudioso pode receber alcunhas como "nerd", "CDF" etc. Quem é filho de pais bem sucedidos é considerado um "filho de burguês" ou mesmo "burguês" como se fosse algo ruim.

Obs.: Não nego que na vida há influência de um fator sorte, no entanto é impossível dizer quanto é sorte e quanto é talento. Não é possível eliminar a sorte sem obstruir mecanismos para o crescimento e harmonia da sociedade. O fator sorte é importante para sabermos que nem todos os bem sucedidos são talentosos, e nem todos os mal sucedidos não têm talento (isso referente à atividade que se propõem realizar), no entanto a habilidade de cada um pode ser em muitos casos (na maioria, talvez) um fator necessário para avançar mais rumo ao sucesso.



Meritocracia ou herança?
http://copaziodesaber.blogspot.com.br/search?q=meritocracia

[vídeo] uma crítica (e uma resposta) ao cálculo econômico

     Os leitores e as leitoras mais antigas sabem que publiquei uma série de vídeos em que explico o cálculo econômico, e isso permite concluir que não é possível planejamento econômico em uma sociedade capitalista. A crítica a qual pretendo responder neste vídeo é a seguinte:
     "Ora, mas não há um denominador comum - moeda - em uma fazenda, mas é possível que um fazendeiro e sua família possam viver de forma harmoniosa e prudente. Tal lógica também se aplicaria em uma sociedade socialista, não é preciso de moeda ou outro denominador comum."
     A resposta poderia ser concluída por quem já viu os vídeos anteriores, no entanto pode ser boa para relembrar aspectos importantes do cálculo econômico.

link: http://cur.lv/e18y3


Tenham um bom dia!