quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

[Vídeo] Adianto a postagem do fim de semana.

Mais um vídeo sobre lógica.
Estarei viajando entre o Natal e o Ano Novo. Assim, vou publicar com antecedência a postagem que ficaria para este momento.

Termino a parte que queria explicar sobre lógica matemática.

https://www.youtube.com/watch?v=HXin116je9U

Um feliz Natal para todos e um próspero Ano Novo!

sábado, 20 de dezembro de 2014

[vídeo] Lógica 3 - lógica matemática

Voltei a fazer vídeos, retomando os vídeos sobre lógica. O vídeo é sobre lógica matemática, envolvendo tabelas verdades.


http://youtu.be/6x1gFAwOqtw



Tenham um bom dia!

sábado, 13 de dezembro de 2014

[economia] Consumir mais agora para consumir mais no futuro

     Há um pensamento muito estranho que segue mais ou menos a seguinte lógica: Nós temos que consumir mais hoje. Isso irá aumentara demanda pela produção. O aumento da demanda fará com que os capitalistas produzam mais produtos. Com os investimentos, poderemos consumir mais no futuro. Portanto, é bom gastarmos muito hoje, pois isso irá fazer com que possamos consumir mais amanhã. Temos que fazer a economia girar.

      Esse pensamento é muito preocupante para a escola de economia da qual eu gosto muito, a escola de Viena. O estudo sério de economia permite identificar raciocínios falaciosos, muitas vezes envolvendo uma série de raciocínios desconexos. Sempre que se pensa em uma linha argumentativa, deve-se pensar também na coerência do raciocínio como um todo. Explicarei o que quero dizer.
       Iniciemos com uma situação clássica: um pescador pescou 4 peixes, este é o número máximo de peixes que ele consegue obter por dia. No entanto, ele e sua família precisam de apenas 3 peixes para sobreviverem, o 4° peixe seria comido por gula. Querendo aumentar sua produtividade, o número de peixes que poderia ser obtido pelo mesmo esforço, o pescador planeja construir uma rede de pesca. No entanto, a rede de pesca necessita de trabalho para ser construída. A rede poderia ser construída em um dia, mas se o pescador fizer isso, ele não terá pescado nada, e isso levaria ele e sua família a morrerem de fome. Surge então uma solução: O pescador, durante 3 dias, irá pescar 4 peixes. Desses 4, irá consumir 3 e guardar 1 para o dia seguinte (na verdade, considerando que o peixe estraga em 1 dia, o pescador pode consumir o/s peixe/s capturado no dia anterior e guardar o peixe novo, mas isso não atrapalha em nada o raciocínio). No 4° dia, o pescador terá 3 peixes sobrando, o suficiente para não morrerem de fome. Então ele passará esse dia construindo a rede.
      Outra possibilidade seria pescar 3 peixes e, em vez de pescar o 4°, usar o tempo para construir a rede, mas isso também não modifica o exemplo.
      O que aconteceu? O pescador queria melhorar seu meio de produção (ou meio de capital). Para isso, ele precisou poupar alimento ou tempo, ou seja, teve que abrir mão do 4° peixe, ou seja, teve que consumir menos. No entanto, a escolha por consumir menos agora o possibilitou consumir mais no futuro, uma vez que a rede permite pescar mais peixes por dia e, por consequência, consumir mais. Em suma: o pescador teve que escolher entre consumir mais no presente ou consumir mais no futuro, ou seja, teve que escolher entre consumir (produzir bens de consumo) e poupar (produzir bens de capital).

      No entanto, essa lógica elementar parece não se encaixar com o raciocínio que apresentei no primeiro parágrafo, que seria, simplificadamente, o seguinte: é preciso consumir mais agora para consumir mais depois. Isso não parece fazer muito sentido, então vou tentar explicar qual o problema do argumento, que parece lógico.

      Tomemos um produto concreto, por exemplo roupas. Vamos imaginar as pessoas querem que se produza mais roupas no futuro. Então, adotam a estratégia de consumirem mais roupas no presente. O que acontecerá? A demanda por roupas aumentará. Os produtores irão se mobilizar para lucrarem mais neste novo público, irão crescer os investimentos nesse setor. Surgirão novas lojas de roupas, novas fábricas de roupas, as fazendas irão produzir mais recursos que são usados para produzir roupas. No futuro, aumentar-se-á a produção de roupas para atender a esse mercado crescente. Quem olha sem refletir vê que o consumo aumentou a produção.

      Mas isso não entra em contradição com o caso do pescador acima? Agora vamos entender o que aconteceu no segundo caso. Como eu afirmei no parágrafo imediatamente acima, "irão crescer os investimentos nesse setor". Os investidores (pessoas que não consomem tudo o que produzem e, em vez disso, direcionam esses recursos para aumentar o consumo futuro) irão investir no setor de roupas. Vamos olhar ao redor da situação: os investidores têm X de riqueza para investir. Eles estavam investindo no setor de alimentos, por exemplo. Quando surge a oportunidade de lucrar mais investindo no mercado de roupas, eles irão pegar os investimentos direcionados a alimentos e passarão a investir em roupas.
      O que estou dizendo é o seguinte: o custo para o crescimento da produção de roupas é o crescimento da produção de outros produtos. Por isso essa lógica somente pode se aplicar a mercados específicos, e não a uma economia como um todo. O aumento do consumo em um setor aumenta a produção futura neste se setor e diminui o crescimento em outros setores - observe o/a leitor/a que eu falo que diminui o crescimento, não estou dizendo que os outros setores irão parar de crescer por causa disso, simplesmente crescerão menos (podem, é claro, parar de crescer ou "crescer negativamente").




     Mas e se o consumo aumentar em todos os setores?

     Como disse, os investidores não criar riquezas do nada para investirem. Para se investir, é preciso ter um excedente em relação a o que é consumido para ser investido - no primeiro caso, o pescador precisa pescar mais do que consome. Quando se aumenta o consumo do mercado como um todo, diminui esse excedente (pois a produção total = consumo + excedente, sendo que o excedente é usado para o investimento). Com menos excedente para investir, os produtores receberão menos riquezas para crescerem, portanto crescerão menos. No futuro, portanto, o mercado como um todo não terá a mesma capacidade produtiva do que poderia ter caso houvesse o investimento. Em suma, consumir mais hoje implicará em diminuir o quanto se pode consumir no futuro.
      Observe que estou sendo cuidadoso com as palavras - não estou dizendo que se consumirmos mais hoje, amanhã, teremos que consumir menos. Estou dizendo que teremos que consumir menos do que poderíamos caso tivéssemos consumido menos hoje. Tudo dependerá do grau de investimento antes dessa situação e quanto foi o aumento do consumo. Não é possível dizer que a produção diminuirá em relação ao presente, só se pode dizer que ele não irá crescer tanto quanto poderia.

      A conclusão é a seguinte: consumir mais no presente não levará a consumir mais no futuro, na verdade o consumo "atrapalha" o crescimento. Nós não notamos isso pois só comparamos o passado com o presente, e não dois presentes possíveis. Podemos comparar o momento antes de consumir mais e o momento após consumir mais, mas não podemos comparar o que aconteceu por aumentarmos o consumo com o que poderia ter acontecido caso não aumentássemos o consumo. E no presente vemos que o consumo é maior, mas não podemos ver que o crescimento não foi tão grande quanto poderia ser.
     Se moralmente a sociedade tem que consumir mais ou menos de modo a propiciar investimentos menores ou maiores, isso foge da minha atual análise. Tudo o que explico é o seguinte: aumentar o consumo total implica em diminuir o crescimento total.



Tenham um bom dia!


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domingo, 7 de dezembro de 2014

Um exemplo de democracia

      Quem me acompanha sabe que tenho um conceito bastante específico de democracia. Vou trazer um exemplo de o que considero democracia, em contraposição a algo que não é democrático.

     Imagine um grupo de amigos, que têm fome e querem almoçar em algum lugar. Há várias opções: pizzas, pastéis, lanches, massas em geral, comida mineira, rodízio de churrasco, comida japonesa, comida árabe etc. O grupo resolve utilizar um método democrático: o voto. Eles votam e a maioria prefere comer lanches.
     No entanto, é possível imaginar também que algum dos membros do grupo não come lanche de jeito nenhum, seja qual for o motivo. Há meios de voto que tentam minimizar situações em que alguém saia muito prejudicado com a decisão - por exemplo, votos com 2° turno, votos múltiplos, votos que exigem maioria absoluta, ou que exigem 70%, 75%, unanimidade. Pessoalmente, gosto da ideia de diversas votações consecutivas, em que a primeira votação não terá qualquer efeito na seguinte, exceto para minimizar a assimetria de informações - mas a discussão sobre isso farei em outro momento.
     Qual seria a opção mais democrática na situação que criei? Não seria o lanche, uma vez que há uma pessoa que não o comerá de modo algum. A melhor solução é o shopping. O shopping reúne diversos tipos de comida, sendo o ideal para pessoas com variedades de gostos. Haverá situações em que pode ser difícil pensar em tal tipo de solução, mas ela é para mim o ideal de democracia: a liberdade de escolha. A democracia não se caracteriza pela liberdade da maioria como grupo decidir o que deve ser feito, mas sim da liberdade de cada indivíduo fazer suas próprias escolhas. Democracia, nas palavras de Tocqueville, é a igualdade na liberdade.
      Por isso, quando penso em democracia, penso primeiro nos limites que as massas ou a maioria encontrarão para poderem decidir algo. A democracia não é somente um sistema majoritário, mas sim um sistema que respeita a liberdade, e como cada indivíduo é respeitado, a democracia se torna majoritária. "Governo do povo" não indicaria quem é a fonte do poder e da legitimidade tão somente, mas sim quem efetivamente tem a liberdade de escolher, e a democracia é o governo em quem tem essa liberdade de escolha é cada indivíduo.


Tenham um bom dia!


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sábado, 29 de novembro de 2014

O poder pelo poder

"- Eu responderei minha pergunta. O Partido procura o poder por amor ao poder. Não estamos interessados no bem-estar alheio; só estamos interessados no poder. Nem a riqueza, nem o luxo, nem em longa vida de prazeres: apenas no poder, poder puro. O que significa poder puro já compreenderás, daqui a pouco. Somos diferentes de todas as oligarquias do passado, porque sabemos o que estamos fazendo. Todas as outras, até mesmo as que se assemelham conosco, eram covardes e hipócritas. Os nazistas alemães e os comunistas russos muito se aproximaram de nós nos métodos, mas nunca tiveram a coragem de reconhecer os próprios motivos. Fingiam, talvez até acreditassem, ter tomado o poder sem querer, e por tempo limitado, e que bastava dobrar a esquina para entrar num paraíso onde os seres humanos seriam iguais e livres. Nós não somos assim. Sabemos que ninguém jamais toma o poder com a intenção de largá-lo. O poder não é um meio, é um fim em si. Não se estabelece uma ditadura com o fito de salvaguardar uma revolução; faz-se a revolução para estabelecer a ditadura. " (fala de O'Brien, em 1984, de George Orwell)

     Essa passagem é muito interessante. Guardo algumas críticas a algumas passagens desta frase por achar que ela exagera em alguns pontos. Por que a usei para introduzir o artigo de hoje? Pois quero trazer a ideia de que o poder altamente centralizado tem alta probabilidade de se tornar um fim em si mesmo.

     Tomemos por exemplo um resumo da história do nazismo: A Alemanha está quebrada e surge uma voz na multidão exaltando as qualidades do povo alemão. Esse líder prometeu combater o desemprego, enfrentar os exploradores, os agiotas. Hitler rapidamente conquistou as multidões com seus discursos. As pessoas queriam ouvir que a Alemanha não estava acabada, queriam imaginam que haveria um futuro melhor. Após uma tentativa de golpe e conspirações, Hitler sobe ao poder. Hitler inicia perseguições políticas contra os inimigos do regime, direciona as forças produtivas da Alemanha para a produção de armamentos, gerou uma forte noção de nacionalismo. Hitler invadiu a Polônia, continuou invadindo outros países, traiu a URSS, sua aliada. Quase conquistou a Europa, mas foi derrotado.
      O que movia Hitler - e seus seguidores mais próximos - no começo? O desejo pelo poder puro? Ou o bem da nação alemã? Havia algum momento em que seus objetivos mudaram? Ou pensemos em outros ditadores: Mussolini, Lênin, Stálin, Mao, Pol Pot, Fidel Castro. Acaso algum deles sempre quis o poder pelo poder? Ou queriam o poder para algo melhor? Não acho que posso generalizar, e nem dizer com certeza qual era a intenção real.
     Não estou interessado em líderes psicopatas que chegaram ao poder pelo poder. Que queriam o poder para exercer suas paixões doentias, para se sentirem superiores, para compensarem sua falta de autoestima. Consideremo que algum deles, no início, tinha o desejo do poder para tonar o mundo um lugar melhor.
     Pois imaginemos que um sujeito queira um mundo melhor. Essa pessoa acredita que é possível moldar a sociedade para ser melhor. Um grande líder poderia estruturar a economia, as relações sociais, até mesmo a moral. O líder não pode ter dúvidas, precisa acreditar no que diz. Esse líder precisa ter uma crença de que conseguirá melhorar o mundo, ele não tem dúvidas disso, ele nem pensará na possibilidade de não conseguir. Pode haver algumas dificuldades, é verdade, mas se depender somente dele, ele conseguirá superar os obstáculos se tiver poder o suficiente. Esse é o perfil que imagino em um líder totalitário que queira o poder para um ideal.
     Agora imaginem que essa pessoa consiga convencer as massas e consiga chegar ao poder (muitas vezes essa pessoa se sentirá legitimada a usar qualquer meios em nome desse mundo ideal). Uma vez no poder, essa pessoa começa a tomar as medidas que acha necessária. Todavia, há uma pedra no caminho - há opositores, há problemas climáticos, há novos problemas surgindo. Mas essa pessoa está agindo pelo bem, o que fazer com os opositores? Como superar os novos problemas que surgem? Se o líder estiver suficientemente comprometido com sua causa, ele poderá tentar calar a oposição. Se há problemas que o líder não está conseguindo resolver, a solução é simples: ele precisa de mais poder. Se tiver mais poder, ele será capaz de mudar a realidade.
     Somando a necessidade de o povo acreditar no líder com a necessidade de obter o poder, é provável que o líder procure medidas de patriotismo, nacionalismo, culto ao líder. É preciso de grandes eventos, grandes manifestações. É preciso encontrar, e se não encontrar, criar, um inimigo interno ou externo para unificar o povo, para dar mais poder ao líder.
      Mais problemas surgirão, a realidade é imperfeita, os meios que o líder acreditou serem apropriados podem não ser. A tensão de se manter no poder, de aplicar as medidas, de aceitar que não conseguiu mudar a realidade tal como quis faz com que o líder passe a querer mais e mais poder para seu fim. É preciso que o povo acredite mais - e se não consegue realizar suas medidas, é porque o povo não está confiando o suficiente nele. Em algum momento, o líder começará a apresentar problemas mentais (se já não tinha antes) - tudo partindo da premissa de que ele pode, se tiver o poder suficiente, mudar a realidade para sua utopia. Haverá pessoas próximas conspirando contra ele?Haverá grupos que se oponham a suas medidas?
      Em algum momento ou o líder passará a querer o poder pelo poder, se esquecendo de seu ideal, ou se lembrará do ideal, mas apenas para legitimar sua busca por mais poder de tal modo que não haverá diferenças entre ele e alguém que busque o poder como um fim em si mesmo.

      Haverá alguma pessoa que não esteja condenada a essa sequência de eventos? Tudo o que falei não é uma linha inevitável de causas e efeitos, mas creio que esses líderes querem mudar aspectos da sociedade que simplesmente não conseguem. Economicamente, algumas medidas simplesmente não atingem os resultados desejados - e podem causar exatamente os efeitos contrários. Muitas políticas visam fins impossíveis (como tornar o homem perfeito) ou simplesmente são inapropriadas para esses fins (como medidas de salário mínimo).
      E se um líder chegar ao poder com a capacidade para ouvir os outros? Se for uma pessoa humilde, com conhecimento técnico? Aí penso o seguinte: Uma pessoa humilde, que ponha em discussão tudo o que acredita, não chegará ao poder - e se chegar não será um ditador. Essa pessoa não será capaz de tomar medidas radicais, e se as tomar, ou se corromperá como uma pessoa "normal" ou abandonará o poder (se tiver o poder para efetuar a mudança, poderia ser sucedido por um psicopata ou um fanático). Se for uma pessoa técnica, isso não a impedirá de errar (e de pensar, por ser detentora do conhecimento, que a culpa é dos outros, e não de si mesmo), e se deparará com limites para a possibilidade de mudar o mundo, o que o jogará para a mesma situação que antes.

     Minha conclusão é a de que o poder totalitário tem tendência a se acumular mais e mais. Ou ele se extingue ou segue essa busca por mais poder. O remédio contra isso é justamente nos preocuparmos mais com o limite ao poder do que com quem o exerce.

     Por favor, critiquem minhas opiniões, perguntem se não entenderam algo, procurem erros.


Tenham um bom dia!


Essa tese sobre o poder praticamente extraí em grande parte do livro "Guia politicamente incorreto da esquerda e do socialismo" com algumas modificações.



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sábado, 22 de novembro de 2014

Corrupção em empresas privadas



     Existe corrupção em empresas privadas? Vi esta semana duas vezes falarem sobre esse tema de uma forma, ao meu ver, equivocada.

     A resposta, obviamente, é sim. Contudo o que se extrai disso é complicado. Vamos analisar em partes.

1) Empresas privadas e estado

     Há várias denúncias de empresas privadas que corrompem o estado. Isso ocorre para se obter diversas vantagens, como manter ou vencer alguma concessão. Nesse caso, a empresa privada sai no lucro (se não ela não faria isso) e, não o estado, mas o corrompido sai no lucro. O estado sai perdendo. Os brasileiros saem perdendo já que o serviço a ser ofertado não será o melhor no custo benefício.
      Muitas dessas situações poderiam ser evitadas se o estado fosse menor. Ao abarcar menos funções e regular menos assuntos, não haveria razão para o estado ser corrompido, já que não teria poder para beneficiar o sujeito. Isso é possível, por exemplo, quando alguém só pode exercer um serviço com a permissão do estado, como por exemplo certos transportes.
     Ao se eliminar burocracias desnecessárias também se evitaria a ocorrência de corrupção. Por exemplo, tirar carteira de motorista (nesse caso há burocracia desnecessária, embora não feita por uma empresa privada). Há pessoas que não fizeram as aulas e dirigem melhor do que eu, que já tenho a carteira. A prova teórica da carteira é uma piada de mal gosto, e vários condutores bons reprovam. Na prova prática, muitas pessoas reprovam não por não saberem dirigir, mas por ficarem estressadas no momento. É claro que pode haver aulas de direção (há pessoas que fazem após terem a carteira, a propósito), o problema é obrigar as pessoas a um procedimento desnecessário. Quem não conhece alguém que só ia por as digitais e nem ficava para as aulas teóricas? Mesmo assim esse sujeito pode ser melhor condutor do que outros que assistiam à aula.

2) Entre empresas privadas.
      Vamos imaginar a seguinte situação: Uma empresa precisa contratar um serviço de instalação de fiação elétrica. Ela vai pesquisar qual o melhor custo-benefício. Outra empresa resolve subornar essa primeira empresa oferecendo de forma escondida 1000 reais. Ora, isso não parece exatamente uma corrupção. A empresa irá simplesmente descontar o dinheiro do que é cobrado e ver se vale a pena.
     Mas a situação fica mais complicada em um caso mais realista: imagine que, em vez da segunda empresa oferecer dinheiro à primeira empresa, ela ofereça dinheiro ao sujeito responsável pela consulta dos preços. Há aí uma corrupção. Contudo, ela costuma ser menos grave do que a corrupção de um agente público, pois quando o estado sofre com a corrupção, todos os cidadãos sofrem.
     O incentivo para evitar a corrupção é maior em empresas privadas do que em empresas públicas. A empresa privada, em busca de lucro, não pode tolerar que seus empregados sejam corrompidos e prejudiquem a empresa. A fiscalização é mais intensa do que no governo, cujos governantes não são diretamente afetados pela corrupção de seus subordinados. O empresário deseja saber como seu dinheiro está sendo gasto. O governante não é atingido no bolso por uma perda de dinheiro público.


     Espero, com esse pequeno texto, ter mostrado que a corrupção envolvendo o estado e não envolvendo o estado têm consequências diferentes. Enquanto a corrupção do governo atinge a todos os cidadãos, a corrupção de empresas atinge sobretudo o dono da empresa cujo funcionário foi corrompido. O empresário irá tomar medidas mais enérgicas para fazer cessar a corrupção. O estado não, já que não tem tantos incentivos para fazê-lo.

Tenham um bom dia!


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sábado, 15 de novembro de 2014

Reeleição

Desculpem a demora e por não haver postagem na semana passada.


     A possibilidade da reeleição é algo democrático ou antidemocrático? Uma medida boa ou negativa?
     Inicialmente, vou trazer alguns argumentos que encontrei na internet e irei apresentar minha avaliação dos argumentos.


Democrático
1 Povo pode escolher que o governante continue no poder - maior probabilidade de manter uma boa política
2 Possibilita políticas de longo prazo
3 Forma de avaliar o desempenho do político
     Basicamente, parte-se da democracia como o poder do povo escolher. A essência da democracia reside na possibilidade de o povo poder escolher seus governantes (democracia indireta). Para os governantes agirem conforme a vontade do povo, eles podem precisar de mais poder, o que neste caso se manifesta como mais tempo de poder. A possibilidade de reeleição indica a possibilidade de o povo avaliar o governo. Se gostam do governo, poderão reeleger o governante.


Antidemocrático
1 Quem está no poder tem maior visibilidade
2 Perpetuação de elites no poder, não há troca
3 O eleito passa a usar seu tempo para a propaganda, e não para desempenhar seu papel
4 Maior identificação com o partido, e não com o político
     Aqui há uma gama mais diversa de argumentos, no sentido de que provêm de fontes diferentes.
     O primeiro argumento indica que há uma desigualdade inicial entre os candidatos: Aquele que já está no poder tem maior visibilidade. As pessoas já conhecem essa pessoa e já sabem quem ela é.
     Outro argumento, é que o papel do governante é governar, e não realizar campanhas políticas. Quando o governante passa a usar seu tempo não para cuidar de assuntos do estado, mas para fazer propagandas e campanhas para se reeleger, então está descumprindo a função pela qual foi eleito.
     Se, ao contrário, o candidato for outro, que não o que está eleito, deve haver um esforço para que o partido tenha um ideal mais próximo, uma vez que naturalmente o partido tentará defender as medidas do governo do político eleito. Pessoalmente, não vejo esse argumento como muito bom, pois não vejo que seja efetivo. Partidos divididos continuarão divididos com a impossibilidade da reeleição.
     Por fim, há o argumento de que essa medida é anti elitista, uma vez que isso impede que as elites da política continuem no poder, forçando a troca de poder para as pessoas que inovem a política. Vou trazer um outro argumento que traz semelhantes a este.


Democracia

      Antes de prosseguir, vou tentar passar minha ideia de democracia. Embora essa palavra tenha vários significados, tomo aquele que prefiro. Democrática é a sociedade que o poder está em cada pessoa. Cada pessoa é capaz de escolher e agir por si mesma. A liberdade iguala a todos. Não cabe ao governo democrático determinar o que cada pessoa deve agir, pensar ou escolher. Quando cada pessoa tem em si o poder, isso implica que o governo não pode adentrar essa esfera individual.
     Daí, o governo nazista de Hitler, fascista de Mussolini, e a ditadura militar brasileira não eram democráticas. Elas suprimiam a esfera individual em nome de um plano do que seria um país melhor. Por exemplo, a censura é uma medida antidemocrática por invadir a esfera de expressão de cada indivíduo - é o estado determinado o que pode ou não ser veiculado, o que pode ou não ser dito.
      A premissa que quero extrair do que penso que é democracia é que o governo democrático deve diminuir os incentivos para que um governante acumule poder. As disputas políticas devem ter pouca importância, uma vez que o poder está em cada pessoa, e não no governo. Deve ser minimizado a carreira política e o "gosto pelo poder".
     A reeleição, por mais que tenha a intenção de valorizar a escolha individual, a autonomia de um povo de escolher seus representantes, gera um gosto do governante pelo poder. O governante tem mais risco de aplicar medidas populistas, cujo objetivo é mante esse sujeito no poder. A reeleição facilita o surgimento de perseguições políticas contra quem rivaliza com o governante. O maior mérito, em minha opinião, da reeleição é que o governante sobe ao poder sabendo que terá de deixá-lo após o mandato. O governante pode tomar as medidas que acha necessário, mesmo que não sejam populares. A democracia deve favorecer a troca pacífica de pessoas no poder, sem que nenhum governante se apegue demais ao cargo.


Últimas palavras

      Meus argumentos acima foram baseados no livro de Hayek que indiquei abaixo. Tomar meu argumento como válido ou correto não implica quem jamais votar em um candidato à reeleição. Quero que, enquanto durarem as eleições com possibilidade de reeleição, esse argumento seja um peso na balança da escolha, mas não espero que, só, esse peso determine absolutamente quem deve ser votado.
      No caso do Brasil, essa situação pode se complicar (embora isso não seja o objetivo deste texto) pelo fato de haver pessoas indicadas por determinados cargos que ficarão no poder por vários anos. Isso pode desequilibrar em favor de determinado partido ou pessoa o funcionamento de freios e contrapesos.
   

Texto a que me referi:
Direito, Legislação e Economia - F. A. Hayek, possível baixar em .http://www.libertarianismo.org/joomla/index.php/biblioteca/35-friedrich-a-hayek/682-direito-legislacao-e-liberdade obs.: O autor apenas fala disso no 3° arquivo.

Outros textos úteis (ou nem tanto):
https://acidblacknerd.wordpress.com/2013/04/29/euvi-reeleicao-10-motivos-para-ser-contra-10-motivos-para-ser-a-favor/
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/eleicoes-2014/noticia/2014/09/conheca-os-pros-e-contras-da-reeleicao-4603139.html

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

[economia] Oferta e demanda

Continuação do post http://copaziodesaber.blogspot.com.br/2013/12/economia-como-se-definem-os-precos.html - Como se definem os preços?

     Adam Smith disse que o mercado tinha uma espécie de equilíbrio sem um controle central, como houvesse uma mão invisível que possibilitasse a coordenação de todo o processo. Muitas pessoas dizem que o mercado não funciona, que a mão invisível não tem fundamento e outras críticas. Há economistas, contudo, que afirmam enfaticamente que o mercado funciona. Aqui irei explicar um dos processos que ocorrem e que permite a cooperação entre compradores e vendedores.

Parte 1 - comprador - demanda
     Como expliquei no post anterior (ver link acima), cada pessoa valora de forma diferente as coisas. Tomemos por exemplo uma lata de refrigerante. Há três pessoas, João, Maria e Fábio. Os três têm 10 reais e querem tomar refrigerante. João não está com muita sede e prefere refrigerante à 3 reais. Maria já está com uma sede considerável, e prefere refrigerante à 5 reais. Fábio está com muita sede e prefere o refrigerante à 8 reais.
     Observamos que à um preço baixo - 3 reais - há três pessoas que comprariam o refrigerante. Quando o preço sobe, para 5 reais, há apenas duas pessoas. À 8 reais só Fábio iria comprar.

Parte 2 - vendedor - oferta
     Vamos imaginar em um primeiro momento que só exista a loja da Julieta. Imagine que Julieta prefira 8 reais ao refrigerante. Para ela, 5 reais são pouco. Nesse caso, só conseguirá vender para Fábio.
      Imagine, então, que venha para a cidade o Lúcio. Lúcio também é vendedor de refrigerantes. Diferente de Julieta, ele aceita 5 reais pelo refrigerante. Se ele resolve abrir sua loja, ele pode vender por 8 reais como faz Julieta ou por 5. Se ele vende por 8 pode ou não ter um comprador. Mas se ele resolve vender por 5, então ele não só tem certeza que Fábio comprará dele como também poderá atrair outros compradores, no caso, Maria.
     Caso venda por 5,o que ele provavelmente fará, Julieta deve ser capaz de abaixar seu preço também. Caso não consiga, não conseguirá mais vender, vai à falência, irá perder qualquer interesse em continuar sua venda.
     Observamos o que parece ser um paradoxo. Se o preço está alto, mais pessoas irão querer vender. Quanto mais pessoas entrarem, mais o preço tende a abaixar - quando Lúcio entrou no comércio, o preço diminuiu. Na verdade, isso não é um paradoxo. O que acontece é que há uma busca por um equilíbrio, o preço tende a ficar estável, quando abaixa há mecanismos que o impedem de cair muito. Quando sobe, impede-se de subir muito. Esses mecanismos só diminuem a variação, mas não conseguem transformar a queda de preços em subida e nem vice versa. Só amenizam.

Parte 3 - conclusão
     Quando os preços sobem, diminuem os consumidores e aumentam os vendedores. Há uma tendência a diminuir os preços - o que significa que os preços não subirão muito ou que voltarão para o início.
     Quando os preços abaixam, aumentam os consumidores e diminuem os vendedores. Há uma tendência a aumentar os preços - o que significa que os preços não abaixarão muito ou que voltarão para o início.
     Seja qual for a mudança dos preços, o mercado irá tender a um novo equilíbrio, seja o mesmo que do início, seja outro diferente.
     Ao se atingir um equilíbrio, o preço não irá tender a subir nem abaixar, e nem haverá pessoas querendo entrar ou sair do mercado.
     Esse é um dos mecanismos que funcionam no mercado. Impede grandes variações, preserva o equilíbrio, garante a satisfação de consumidores e vendedores e faz com que só os melhores vendedores se preservem no mercado.


Tenham um bom dia!


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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Em busca do paraíso

     Era uma vez um grupo de pessoas nômades. Eles viviam durante anos em uma grande floresta. Se abrigavam próximo de grandes árvores frutíferas, donde extraíam os alimentos e conseguiam madeira. Quando acabavam os frutos, o homem mais forte do grupo subia na árvore mais alta. Nem sempre ele aguentava o esforço da subida, pois podia escorregar, um galho podia cair, poderia esbarrar em um ninho de pássaros... Enfim, havia muitos obstáculos. Uma vez no topo da árvore, o aventureiro olhava o horizonte a procura de outra grande árvore frutífera.
       Essas árvores eram tão altas que, de cima não se conseguia estimar quão longe estavam da próxima árvore. Tudo o que podia fazer era descobrir a direção. Ao a conhecerem, as pessoas caminhavam, muitas vezes durante dias, até a árvore que fora avistada.
        Novamente, os frutos da árvore da qual esse grupo colhia o alimento começou a se esgotar. Houve uma reunião de todas as pessoas para decidirem quem seria o próximo a subir na árvore. Eis que uma mulher disse:
       - Passo muito tempo observando a natureza, e percebi que alguns arbustos dão frutos de tempos em tempos. Há um período de flores e há um período de frutos. Ainda temos algumas frutas para colhermos. Temos alimento para vários dias, talvez semanas. Se fizermos um racionamento de alimentos, poderemos esperar até os arbustos que acabaram de perder as flores darem frutos.
        Outra pessoa disse:
      - Mas e se não tivermos alimento o suficiente até a próxima frutificação? Não teríamos alimento para irmos até a próxima grande árvore.
       - Já pensei nisso. Alguns caçadores já viram algumas árvores frutíferas em suas caçadas não muito longe daqui. Poderíamos nos alimentar delas também. Assim tenho certeza que teríamos tempo.
         - Não é muito arriscado?
        - Acho que vale a pena corrermos o risco. Também a caminhada até a próxima grande árvore pode ser muito longa e cansativa. Muitos morrem no caminho. Se minha ideia der certo, não correremos mais  esses riscos.
       Todos do grupo estavam desconfiados com a nova ideia. Resolveram que iriam pensar melhor e se reuniriam na próxima noite.
        Todos se reuniram novamente. Foram realizadas diversas discussões, e, por fim, se realizou uma votação. Por poucos votos, resolveram apostar na nova ideia. Estavam dispostos a assumirem esse risco. Um risco por uma vida melhor.
        Assim se passaram vários dias fazendo o racionamento. Com fome, algumas pessoas começaram a pensar que não foi uma boa ideia.
          Eis que certo dia uma pessoa disse:
        - Amigos, estamos passando fome por essa decisão incorreta. Vamos morrer de fome se continuarmos assim! Contudo, durante este tempo estive pensando em uma solução e me lembrei de que sempre que mudamos de lugar vamos para outro com mais frutas.  Se continuarmos fazendo isso, conseguiremos chegar em um ambiente com tantas árvores frutíferas que não precisaremos mais mudar de lugar em busca de um melhor. Mas vai demorar muito até conseguirmos.
      - Mas como é possível haver tantas frutas que não irão acabar?
      - Ora, as frutas só acabaram nos lugares onde estivemos, pois há pessoas que estão pegando a mais e escondendo. Sem essas pessoas, teríamos muitas frutas a mais para serem repartidas até que novos frutos surgissem. Isso se repete sempre. Na verdade, está acontecendo agora. As pessoas que dizem que devemos insistir na ideia de ficarmos aqui são essas pessoas más. Elas guardaram alimentos só para elas sobreviverem.
       Houve um grande murmúrio entre as pessoas do grupo. O ideólogo continuou:
      - Mas eu descobri a solução para isso. Eu irei guiá-los para o lugar em que nunca passaremos fome.
      - Como? Algum de nossos deuses o iluminou?
      - Não existem deuses. O que existe é o homem e a natureza. O homem usa a natureza para atingir seus fins. Contudo sempre fizemos isso de forma aleatória, sem lógica. Na verdade, não é preciso que nosso melhor homem suba na árvore mais alta. Andei investigando e percebi que essa árvore possui uma seiva especial. Quando o homem sobe na árvore, ele entra em contato com essa seiva durante a subida, e o efeito deste contado é a possibilidade de ver a próxima árvore. Mas a visão é limitada, ele não consegue avistar o lugar onde não passaremos fome, apenas consegue ver a direção da próxima grande árvore.
      - E o que faremos?
     - Eu sei o que faremos. A pessoa que sobe não consegue ver longe pois não esteve em contato com  a seiva por tempo o suficiente, ele estava em um caminho até a perfeição, embora não a atingisse. Para alguém atingir a perfeição será preciso de muito contato. Iremos extrair a seiva da árvore até conseguirmos um grande pote cheio. Então eu me disponho a ficar mergulhado na seiva por várias horas, até dias. Assim, atingirei o estágio do novo homem. E então irei guiá-los para o local repleto de frutas.
      E assim fizeram. O lunático ficou mergulhado por um dia inteiro. No começo, várias pessoas viam ele  como um lutador em seu nobre propósito. Olhavam para ele da mesma forma que olhavam para as chamas da fogueira à noite: com um olhar de adoração a algo mágico e luminoso. Mas isso só durou algumas horas. Logo as pessoas que ficavam perto começaram a se sentir estranhas, vendo alguns mosquitinhos brilhantes voando, embora nunca o conseguissem acertar. Também seus olhos começavam a se encher de lágrimas e a visão ficava turva. Então resolviam dar uma volta e ficavam mais afastadas. Logo retornavam os mosquitinhos sumiam, a visão voltava ao normal.
      Em plena noite, o grupo houve uma gargalhada. Para alguns, soava de forma assustadora. Foram todos ver o que havia acontecido. Era homem mergulhado na seiva que ria. Perguntaram o que havia acontecido. Ele disse que já podia ver o caminho até a perfeição.
     Muitos do grupo de alegraram. Outros acharam que ele havia enlouquecido.
      O grupo então se dividiu em dois: 1) aqueles que permaneceriam, pois havia indícios que a estação dos frutos estava quase chegando; e 2) aqueles que partiriam.
     O sujeito que iria guiar o grupo em busca da terra perfeita não estava parecendo muito bem. Perguntaram se ele tinha algum problema, se queria ficar por mais algum tempo para descansar. Ele respondeu:
      - Não se preocupem. A visão do mundo perfeito tem um custo. Não consigo mais enxergar as coisas com nitidez. Mas isso só acontece enquanto estiver longe do paraíso. Quando me aproximar, minha visão irá voltar ao normal, na verdade ficará melhor do que jamais esteve. Partiremos amanhã de manhã.
     Uma das pessoas que iriam ficar disse:
      - Iremos nos separar em dois grupos, é justo que levem com vocês parte da comida para a viagem.
      O líder respondeu:
     - Não queremos nada que vocês têm a nos oferecer. Estão guardando a melhor parte e nos dando as comidas envenenadas. Estão nos dando maçãs podres que irão apodrecer todas as demais como uma praga. Vamos partir sem nada que vocês poderiam nos dar!
      No outro dia, o grupo partiu. Não mais queriam se arriscar por uma vida "melhor". Queriam a certeza de um mundo perfeito. Durante o caminho, o líder tropeçava várias vezes e se localizava com certa dificuldade. Pararam no meio do dia com fome. O líder disse:
      - Para nossa jornada, precisaremos de comida. Mas não há comida por perto. Então vou enviar cinco de vocês de volta para pegarem de volta a comida que os outros não nos deixaram levar.
      - Mas eles não nos haviam oferecido?
     - Haviam nos oferecido frutas podres. Temos direito às frutas boas, pois eles escondem entre eles as boas. Por isso, quero que vão lá e peguem à força as frutas boas.
      O pequeno grupo então se dividiu, um dos grupos voltou para pegar as frutas, e o segundo esperou. Na manhã seguinte os dois subgrupos se reencontraram e comeram. Então retornaram à viagem. Eis que chegaram em um deserto. O líder continuou andando. O grupo que o seguia perguntou:
      - Está nos levando para um deserto!
     - Ele é um obstáculo necessário para atingirmos o paraíso. Se fosse fácil atingir o estado perfeito, não iriam todos para lá? E continuou a caminhada.
      Alguns infiéis caminharam mais um pouco, mas mudaram de ideia e resolveram voltar. Disseram que ele estava louco. Esses infiéis retornaram ao antigo grupo. Alguns morreram no caminho.

     O grupo dos fiéis ao líder continuaram a segui-lo. Pessoas desse grupo morriam, outras nasciam. Certa vez o grande profeta estava prestes a morrer. Ele passou para uma pessoa que o iria suceder uma fruta, a fruta da árvore cuja seiva ele usou. Disse que era para comer a fruta, que ela daria a quem comesse a visão do caminho para o paraíso. Morreu. O que o sucedeu comeu a fruta e teve os mesmos privilégios videntes que ele. Embora a nitidez fosse menor, ele podia ver o caminho que levava ao paraíso. E continuou guiando o grupo cruzando vários desertos rumo ao paraíso na terra.



Tenham um bom dia!


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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Qual é o problema com o bolsa família? Uma sistematização do raciocínio

      Talvez pense o leitor ou a leitora, ao ver o título, que irei criticar aqui a bolsa família, expor os motivos pelos quais não concordaria com esta política. Esta, todavia, não é a realidade. Meu objetivo um pouco mais imparcial. Quero simplesmente dizer o motivo que me parece mais importante para as pessoas que são contrárias a essa medida. Não vou inserir tanto a minha opinião pessoal e outros motivos. Mesmo assim, a linguagem seguirá o meu raciocínio.

A igualdade

      Pegue duas crianças com pouco mais de um ano e meio. Mostre a elas duas balas. Dê as duas balas a uma delas (e nada à outra, consequentemente). Espere ouvir o choro.
      Uma ideia de igualdade é naturalmente desenvolvida pelas crianças, elas sabem que não se deve criar desigualdade quando ela não é necessária. Uma outra prova disso é a seguinte brincadeira: quando estiver com seus amigos, digamos uns 4 amigos, e tiverem que escolher entre comer um lanche e comer uma pizza, por exemplo, proponha que farão uma votação em que o voto do amigo 1 vala 1, o seu vala 2, o do seu amigo 2 vala 2; do seu amigo 3 vala 3 e do seu amigo 4 vala 5.

       A partir de certa idade, as crianças passam a aceitar algumas desigualdades se houver um motivo que justifique. Por exemplo, se duas crianças tiverem que que arrumar o quarto, uma delas arruma e a outra não, peça para uma terceira criança dizer se é justo dar uma bala para cada. A criança dirá que não é justo. Dê uma bala para cada uma das crianças e a terceira criança achará isso injusto.
      Dê duas balas para a que trabalhou, conforme essa noção primária de justiça. Depois, tire uma das balas e dê à outra. Certamente a criança que antes tinha 2 balas irá reclamar e dirá que é injusto.

Programas de redistribuição

      Como muitas pessoas contrárias ao programa o veem? (não estou dizendo se concordo ou não com essa visão - pelo menos não por enquanto)
      A pessoa trabalha e recebe seu salário. Depois, o governo o obriga a pagar tributos, pegue esses tributos e dá para uma pessoa que não trabalha ou que ganha pouco.
     O raciocínio do parágrafo acima parece ferir noções básicas de justiça - por serem básicas, podem ser incompletas, é claro.
      A crítica a quem critica quem critica os programas de redistribuição é que não é suficiente alegar que a bolsa família equivale a pouco dinheiro. Não importa a quantia. O raciocínio que realizei ignora o valor que é coletado e distribuído. É claro que se pode alegar que a quantia estaria dentro de uma margem de razoabilidade, mas creio que não é eficiente alegar isso. Creio que muitas pessoas, mesmo que seja 1 real o dinheiro que o estado as coagem a pagar para programas de redistribuição, não concordarão absolutamente com essa política.
     Observe: até aqui, não trouxe julgamentos de valor. Não disse se algo é certo ou errado. Estou partindo do pressuposto de saber qual o pensamento de várias pessoas que são contrárias ao programa, e critiquei uma das formas de se tentar convencê-las.

Conclusão

     Se meu raciocínio estiver correto, então vou dividir o argumento de quem é contra em partes:
a) A distribuição inicial é justa, ou pelo menos justificável. As pessoas devem receber conforme seus esforços, e não conforme suas necessidades.
b) O governo não deve obrigar, coagir, as pessoas a pagarem tributos para dar o dinheiro a outras pessoas.
      O ideal em um debate contra alguém que pensa conforme apresentei o raciocínio é discutir esses dois pontos. Creio que qualquer um dos dois argumentos é suficiente para que alguém seja contrário ao programa.

      Terminarei assim, sem uma resposta definitiva? Felizmente ou não, é assim que terminarei. Deixo uma estrutura de pensamento que pode ser contestada e criticada, e digo que o valor pago não é tão importante quanto pode parecer.


Tenham um bom dia!


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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Direita festiva, uma resposta

      O assunto de hoje é referente a um artigo do Pondé. O artigo tem uma ideia central na primeira frase: "Ser jovem e liberal é péssimo para pegar mulher". Imagine dois jovens que vão a uma moça. O primeiro diz "eu sou socialista, a favor dos pobres, contra a opressão do capital". O segundo diz "eu sou capitalista, a favor do lucro".
      O segundo poderia dizer "eu sou uma pessoa romântica, a favor da liberdade, do esforço individual, da vida moralmente correta" (afinal o primeiro não diz "eu sou a favor de imposto sobre 100% da renda e odeio os capitalistas"). Eis o gancho para o que desejo tratar.
      Embora a direita não seja tão festiva, um namoro precisa de alguém com um mínimo de pensamento de "direita". Namoro não é ficar, o namoro tem como pretensão o casamento, e não o mero divertimento. Quando se pensa em alguém para se casar, se pensa em alguém que valoriza o esforço individual, o trabalho árduo, a atenção aos filhos e à família, os valores judaicos-cristãos. O casamento tem que ser minimamente conservador.
      Se por um lado a direita perde nas festividades, por outro ela tem mais chance de ganhar na relação duradoura. O problema, e isso é um problema para mim, é que muitas pessoas estão deixando de almejar o casamento. Preferem sentir uma paixão que se perde no vazio a um amor que se pretende eterno.
      Então esse foi o artigo de hoje. Pessoa "para casar" tem que ser minimamente conservadora - e isso não significa ser "contra os pobres" ou a favor do lucro desmedido.

       A direita é um pouco mais séria ao perceber a importância de uma vida com regras, de respeito, que necessite de reflexões profundas e estudos. Isso não impede de gostar de sair com os amigos, mas é menos provável que alguém seja festivo se esse alguém valorizar a família tradicional, e prezar pelo estudo e pelo trabalho árduo.
       Assim como acho absurdo que as mulheres (na verdade, algumas mulheres) queiram se igualar aos homens na perversidade e na libertinagem, acho um absurdo que a direita queira ser radicalmente festiva assim como a esquerda muitas vezes é (não que o Pondé tenha dito ou deixado implícito isso). Minha sugestão é que possamos defender a família, o comedimento, o autocontrole, reuniões com amigos e (por que não?) ir a algumas festas. Devemos tentar combater um mundo que preza pela satisfação presente, e não pela valorização do futuro.


Fica uma frase que vi no Facebook (não conheço a autoria):
"Qual é a graça de dizer 'Já peguei', se você pode dizer 'Ela é minha'? "
(não quero que seja nenhuma afronta às feministas de plantão. Essa frase serve tanto para homens quanto para mulheres - basta flexionar o sujeito)

Tenham um bom dia!


Links indicados:
Post sobre o dever de se ajudar os pobres.



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domingo, 5 de outubro de 2014

Mediocracia ou meritocracia

      Dedicado às pessoas que atacam a meritocracia.

      Há dois pontos em que a meritocracia é atacada: Ela não garante "igualdade de oportunidade" (todas as pessoas devem iniciar a competição em igualdade) e ela não garante "igualdade de resultados" (todas as pessoas devem atingir os mesmos resultados).
      Eu já falei que a meritocracia não precisa da igualdade de oportunidade. As pessoas não precisam partir do mesmo nível em todos os seus atributos (veja o link abaixo). A própria natureza é """injusta""" (com várias aspas) ao dar características diferentes a cada pessoa. Algumas nascem míopes (ou podem vir a desenvolver miopia), algumas nascem com músculos próprios para explosões e não para resistência, algumas nascem mais sensíveis aos estímulos do mundo, algumas nascem propícias a desenvolverem voz mais grossa ou mais fina, algumas nascem com tendência a ter mais ou menos determinado hormônio, algumas pessoas nascem homens e outras, mulheres. Também algumas nascem em famílias ricas, outras em famílias pobres. Algumas nascem em famílias estáveis, outras nascem no meio de um campo de batalha.
      Quem defende a "igualdade de oportunidade" provavelmente sabe que é difícil igualar certas características inatas, como a altura e a sensibilidade perante as sensações do mundo. O que essas pessoas defendem é uma igualdade sobre características "que se possam controlar", como garantir uma educação igual.
      Esse tipo de pensamento não procura eliminar a meritocracia, só busca uma meritocracia "mais justa". Contudo, esse tipo de pensamento não e estável, não é equilibrado. Vamos supor que, com um passe de mágica, todos tenham uma educação igual no sentido de que todos têm acesso gratuito e fático à educação básica, fundamental e média. Mas continuará existindo uma diferença de oportunidade. Então como corrigir essa diferença de oportunidade? Deve ser culpa dos pais: Há pais que fizeram história e ensinam naturalmente os filhos a aprenderem história. Há pais que são professores de matemática, e já ensinaram os filhos desde pequenos a gostarem dos números. Há ainda pais que se envolvem com a política e conseguem ascender os filhos mais rapidamente em seu partido.
      Como saber quando parar? Vamos voltar a uma escola única para todas as pessoas do mundo? Sem influência dos pais ou professores? Não há um ponto de equilíbrio ao se defender a "igualdade de oportunidade". Há apenas um vetor que aponta para a "igualdade de resultados".
      Ao se buscar uma meritocracia "mais justa" não caminhamos para uma meritocracia, mas para uma mediocracia. Enquanto a meritocracia valoriza o mérito, a mediocracia valoriza a mediocridade. Na primeira, os melhores são recompensados. Não pense que na segunda, se seguirá o ritmo do homem médio, mas do pior dos homens. Irá seguir "o ritmo do cavalo mais lento", e não do cavalo médio. Por isso, o termo "mediocracia" implica em se tornar o padrão baixo o padrão a ser seguido.
      Ao dizer "melhores", "pior dos homens" ou "homem médio", não me refiro ao "ser" de cada homem, mas ao desempenho em cada atividade. O melhor é melhor em determinada atividade, não significa que seja melhor em tudo.
      Para que exista uma "igualdade de resultados", é preciso que o resultado seja alcançado tanto pelos ineficientes quanto pelos eficientes. E a única maneira de fazer isso é exigir o resultado ineficiente, e somente o resultado ineficiente.
      A mediocracia leva à pobreza. Não digo que ninguém possa defender a mediocracia. Você pode se quiser. Mas saiba que está defendendo uma sociedade pobre e ineficiente.
     Será então, para mim, a meritocracia um "mal necessário"? Não. A meritocracia é um bem em si. A meritocracia significa valorizar o bom desempenho, valorizar que o ser humano faça aquilo em que é bom. Significa que o esforço individual é importante para a construção de uma sociedade mais rica. Há desigualdade? Sim, mas a desigualdade em si não é negativa. O ser humano só pode melhorar se existir a desigualdade. Sem a desigualdade, não há mudança para melhor.
      Nossas leis são mais pesadas sobre os indivíduos com menor renda ou desempregados, e não sobre os ricos e empregadores. Sem as leis trabalhistas, o sujeito esforçado poderia propor trabalhar de graça para o empregador, a fim de mostrar que pode ajudar muito caso seja empregado. Com nossas leis, contudo, isso não é possível. O empregador teme que se reconheça uma relação trabalhista onde não exista. Também, como expliquei em outro vídeo, o salário mínimo impede que haja emprego para todos, e que se possa promover aquele que trabalha mais e melhor. Há um custo muito grande por trabalhador, e o empregador teme que, ao contratar, esteja gerando mais custo do que benefícios. Sem o salário mínimo, o empregador poderia contratar mais empregados, que receberiam menos do que o salário mínimo, mas isso permitiria que se contratasse mais pessoas dispostas a trabalharem.

       É muito triste observar que o sucesso e coisas que vêm dele estão sendo mal vistas. Talvez sempre haja um grupo de invejosos ou tolos que maldizem quem é bem sucedido (seja por talento ou por sorte), mas esse problema continua. Quem é estudioso pode receber alcunhas como "nerd", "CDF" etc. Quem é filho de pais bem sucedidos é considerado um "filho de burguês" ou mesmo "burguês" como se fosse algo ruim.

Obs.: Não nego que na vida há influência de um fator sorte, no entanto é impossível dizer quanto é sorte e quanto é talento. Não é possível eliminar a sorte sem obstruir mecanismos para o crescimento e harmonia da sociedade. O fator sorte é importante para sabermos que nem todos os bem sucedidos são talentosos, e nem todos os mal sucedidos não têm talento (isso referente à atividade que se propõem realizar), no entanto a habilidade de cada um pode ser em muitos casos (na maioria, talvez) um fator necessário para avançar mais rumo ao sucesso.



Meritocracia ou herança?
http://copaziodesaber.blogspot.com.br/search?q=meritocracia

[vídeo] uma crítica (e uma resposta) ao cálculo econômico

     Os leitores e as leitoras mais antigas sabem que publiquei uma série de vídeos em que explico o cálculo econômico, e isso permite concluir que não é possível planejamento econômico em uma sociedade capitalista. A crítica a qual pretendo responder neste vídeo é a seguinte:
     "Ora, mas não há um denominador comum - moeda - em uma fazenda, mas é possível que um fazendeiro e sua família possam viver de forma harmoniosa e prudente. Tal lógica também se aplicaria em uma sociedade socialista, não é preciso de moeda ou outro denominador comum."
     A resposta poderia ser concluída por quem já viu os vídeos anteriores, no entanto pode ser boa para relembrar aspectos importantes do cálculo econômico.

link: http://cur.lv/e18y3


Tenham um bom dia!

sábado, 27 de setembro de 2014

Alguns pontos do debate da Band

Estou assistindo novamente o debate da Band entre os candidatos. Sei que esta publicação irá sair com um pouco de atraso, mas não pude deixar de comentar algumas coisas.

1. Não chamar o pastor Everaldo de "pastor" por não se confundir política com religião
      Uma coisa sem sentido, pois se tivermos um candidato médico, acho normal que o chamem de doutor. Também poderiam não chamá-lo de "doutor", se não quiserem. No entanto, seria estranho dizer que não se quer chamá-lo de doutor por não querer se confundir política com medicina.
      Ah, mas e o estado laico? O que é que tem o estado laico? O título de "pastor" indica a atividade dele, que é a conversão de fiéis. Só por o estado não ter religião, isso não significa que pessoas religiosas não possam ser candidatos (seria um estado ateu).

2. O pastor não se sente culpado por ter causado mortes por causa da homofobia?
      Acaso o pastor Everaldo matou alguém por causa da homofobia? Acaso o pastor Everaldo mandou alguém matar um homossexual por ser homossexual? Acaso o pastor fez discursos de ódio, dizendo para matar outras pessoas? Acaso o pastor é ao menos homofóbico (homofobia não é um simples preconceito ou simplesmente achar que a homofobia é pecado, mas é uma aversão incontrolável, um medo, uma repugnância irreprimível)?
     Claro que há pessoas que são homofóbicas, e muitas dessas pessoas matam homossexuais por serem homossexuais. Não é essa a questão. Também é verdade que há pessoas que interpretam a religião como uma carta branca para matar homossexuais, também não é esse o ponto. O ponto é se o pastor pregou para que isso fosse feito, se ele pregou que homossexuais devem ser mortos. Apenas não concordar com o comportamento dos homossexuais não implica em apoiar todas as desgraças que são feitas contra eles. Um exemplo bíblico: Jesus era a favor da prostituição? Mas não foi Jesus que protegeu uma prostituta de ser apedrejada? O Senhor sabia que a prostituição é pecado, mas Ele, o único da multidão que não cometeu nenhum pecado, não atirou a primeira pedra.

3. O porto de Cuba gera trabalho para os brasileiros. Veja bem, imaginemos que todas as matérias primas do porto saem do Brasil. Isso gera empregos no Brasil.. Também melhora o comércio entre o Brasil e Cuba, que legal! O porto de Cuba foi um ótimo investimento!
     Agora vamos comparar com, por exemplo, ampliação de um porto no Brasil (por exemplo, o porto de Santos - não sei se Santos precisa de melhoria, é só um exemplo teórico). As matérias primas sairão do Brasil, dando emprego para os trabalhadores que participam da fabricação. A diferença é que isso melhora o comércio entre o Brasil e um número indeterminado de países. Além disso, diminui o custo de transportar mercadorias.

Não vou conseguir ver o vídeo inteiro novamente até as eleições. Parece que o post está defendendo especificamente o pastor Everaldo, o que não deixa de ser verdade. Só posso dizer que isso não é intencional.

Tenham um bom dia!


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[vídeo] Lógica formal

Novo vídeo sobre lógica

http://cur.lv/dpys9

Nota: na próxima semana não haverá vídeo sobre lógica, irei postar uma  crítica ao cálculo econômico e refutá-la.


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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Uma defesa para os comunistas

         Bom dia, caros leitores e caras leitoras, estou ouvindo muitas críticas sem sentido ao comunismo, socialismo e outras doutrinas de esquerda. Resolvi reuni-las em um único tópico e rebatê-las definitivamente. Vou aproveitar para criticar besteiras faladas pelos capitalistas sobre o capitalismo.

Obs.: No texto, sempre que me referir ao socialismo, estou me referindo ao comunismo por metonímia.

1) Fascismo, Nazismo e Comunismo
      Obviamente, o fascismo não é comunismo. Nem mesmo o fascismo é de esquerda. É claro que a mente deturpada da direita pensa esse absurdo surreal. Até parece que nenhum direitista teve aula no nosso sistema de ensino direcionado pelo MEC, que traz uma visão neutra, correta e imparcial de história, geografia e outras disciplinas (exceto física, que ensina a física Newtoniana, que foi ultrapassada pela física moderna, mas isso apenas por nossos alunos serem burros demais para aprenderem ciência moderna e por não haver nenhum outro país que implantou isso em larga escala e tenha dado errado para que possamos copiar).
      O fascismo, assim como o nazismo e o comunismo se mostraram como regimes totalitários. No entanto, dos três, o comunismo é o único que não precisa ser totalitário, embora não haja nenhuma evidência história disso. O fascismo é nacionalista. O comunismo, embora com uma carga nacionalista em várias situações, tem um objetivo internacionalista.
      O nazismo matou muitas pessoas por serem judeus, homossexuais, ciganos etc.. Isso se deu pela mentalidade capitalista e liberal do Hitler (afinal o Hitler apenas assumiu o controle quase absoluto sobre os grandes empreendimentos privados para proteger o livre mercado). A morte dessas pessoas no nazismo hitlerista deu-se por o Hitler não gostar desses grupos, e acharem eles inferiores. O comunismo chegou a matar alguns desses grupos também, como, por exemplo, o Stálin tinha ódio de judeus e médicos, e o "Chê" queria matar homossexuais, mas essas ocorrências foram em nome do comunismo, e não do nazismo (capitalismo liberal), essas mortes foram em nome de um bem para toda a sociedade. Também temos que considerar que o pensamento da época era atrasado nesses aspectos, os capitalistas estão olhando o passado com olhos do presente.
       Uma observação neutra sobre o passado é possível, cito exemplos comuns: A visão marxiana (do próprio Marx) da Revolução Industrial; a visão da economia neoliberal e socialista da crise de 1929 (afinal a visão de que a crise foi provocada pelo estado e de que a crise foi piorada pelo estado é apenas uma superestrutura formada pelo pensamento burguês. Não aconselho ninguém a estudá-las, pois poderá cair na retórica capitalista); explicações da geografia crítica. Isso tudo é ensinado nas escolas, daí entendemos que os coxinhas não prestam atenção nas aulas.
       Os direitistas dizem que os três regimes totalitários foram coletivistas, e o coletivismo é uma marca da esquerda. Isso é um engano tolo. O nazismo e o fascismo (embora com o lema "tudo no estado, nada contra o estado e nada fora do estado") são capitalistas, eles defendiam o capitalismo, eles queriam manter a ordem vigente de capitalista e proletário, queriam que as classes fizessem as pazes em nome da nação. O socialismo, ao contrário, quer guerra. Quer matar os capitalistas, exploradores, quer acabar com as relações verticais ditadas pelo "Capital", quer a destruição de toda a ordem capitalista vigente. É claro que os liberais e os conservadores não são coletivistas, mas a extrema direita (nazismo e fascismo) é coletivista.
     Reificamos o que a Luciana Genro disse, a direita tem que estudar mais, de preferência os livros indicados pelo MEC, livros socialistas e comunistas.

2) O capitalismo é a favor dos pobres
     Esta é outra imensa tolice falada pelos capitalistas. Embora seja verdade que o padrão de vida da população pobre aumenta quando o país enriquece, isso não prova nada, pois seria muito melhor com o comunismo. A economia planificada é a única solução viável. O livre mercado é caótico, mesmo quando o governo tenta dar uma "mãozinha", por exemplo, quando o estado congela os preços para que o planejamento melhore e para conter a inflação, a economia piora. Imagina então se a babá-estado não fizesse nada, seria o caos!
      Por exemplo, vamos citar a revolução industrial (segundo uma visão imparcial da história). A Revolução Industrial pegou as pessoas que estavam morrendo de fome (muitas expulsas do campo pelos cercamentos) e as fez trabalharem exageradamente e recebendo muito pouco. Ou seja, o que o capitalismo faz? Ele pega a classe pobre, dá um emprego que exige muito esforço e pouco salário. Isso é um absurdo, pois o capitalista está roubando o lucro do empregado - todos sabemos que o capitalista poderia montar seu empreendimento dando salários dignos para os trabalhadores, ele apenas não faz isso por ser mau.

3) Capitalismo e o imperialismo
      Além do caso histórico da revolução industrial, podemos culpar o capitalismo pelo imperialismo e pela imposição da cultura ocidental. A culpa do capitalismo implica em várias condições: a) O imperialismo ou surgiu ou foi aumentado pelo capitalismo; b) O imperialismo diminuirá com o comunismo; c) O imperialismo está intrínseco ao capitalismo.
      Logicamente, o imperialismo aumentou muito com o capitalismo, pois qualquer medida expansionista anterior, como a dos mongóis, dos romanos, dos gregos, dos assírios, dos persas, de povos bárbaros, enfim, nenhum desses grupos impôs suas culturas assim como o capitalismo fez. Também não trouxe destruição assim como o capitalismo trouxe.
      Também, é claro que o regime superior ao capitalista, a saber o socialista, irá acabar com o imperialismo. É claro que o comunismo é internacionalista e houve vários incidentes durante a guerra fria, mas isso deve ser entendido em seu contexto histórico. O comunismo lutava pela emancipação dos países, lutava para implantar um regime superior em vários países africanos, por exemplo.
      Também é óbvio que o imperialismo é intrínseco ao capitalismo, pois a teoria de D. Ricardo já ensinou que as trocas entre países traz benefícios a ambos, já que cada um pode se focar naquilo que consegue produzir - países frios tendem a produzir, por exemplo, trigo, e países mais tropicais tendem a produzir cana de açúcar, café. No entanto, o imperialismo capitalista traz a exploração dos povos subordinados (como os ucranianos), obviamente houve alguns incidentes de exploração de alguns povos pelo comunismo, mas devemos lembrar que o comunismo real não foi o comunismo verdadeiro. Nenhuma crítica contra o comunismo como ocorreu se aplica ao regime perfeito do comunismo marxista (enquanto todas as críticas ao capitalismo tal como ocorreu é uma crítica cabal ao capitalismo em si, vale lembrar).

4) Mortes pelo comunismo
      Dizem que o comunismo matou alguns milhões de pessoas. Querem dizer que milhões de pessoas foram mortas em nome do comunismo. Isso é verdade, números não mentem. Mas é preciso lembrar que foi pelo comunismo falso, se fosse pelo comunismo de Marx e Engels, seria diferente. De qualquer forma, o capitalismo também mata pessoas diariamente. Nesse caso, não são muitas mortes em nome do capitalismo, mas é ação do próprio Capital. O Capital suga a energia vital dos trabalhadores como se fosse um vampiro. Sobra apenas a carcaça do pobre homem.
      O capitalismo mata pessoas de fome. Os países pobres morrem de fome quando o capitalismo explora (já que os países pobres são explorados) e quando o capitalismo os isola economicamente (por não chegar comida, empregos nem nada de fora, exceto as doações, temos que admitir que muitos capitalistas fazem doações). A culpa é exclusivamente do capitalismo, pois antes do capitalismo os países pobres eram ricos, eles tinham muita comida. Quando o capitalismo surgiu, esses países se tornaram pobres. A solução é o comunismo, pois tudo o que o capitalismo fizer (ter relações comerciais ou não ter relações comerciais) irá causar a morte (note, causar, o capitalismo diretamente causa a morte). No comunismo, ninguém morrerá de fome (é claro que no comunismo Stalinista, Leninista, Maoista houve várias mortes de fome, mas esses comunismos não são os comunismos de verdade, então não contam).

5) Meritocracia (1)
      A meritocracia é usada para reprimir os pobres, os negros, as mulheres e outras minorias. Há alguns que dizem que a meritocracia é um sistema em que o mérito é valorizado, e dentro deste conceito não interessa se há igualdade de condições. Isso é uma mentira, a desigualdade de condições é intrínseca à meritocracia. Por exemplo, um jogo de xadrez não é meritocrático, pois não tem desigualdade de condições.
      Há também quem diga que a meritocracia não depende somente do mérito, mas há influência da sorte (sorte ao nascer, sorte por conhecer alguém, sorte por ter ganhado na loteria), nesse sentido o jogo de banco imobiliário seria meritocrático. Isso não é verdade, pois se depende de sorte não há meritocracia, é apenas um sorteio.
      O mercado é injusto, pois não dá a cada um o que é seu. Você acha justo um vendedor receber um cliente que só entrou na loja por sorte (digamos, por estar chovendo) e ter um produto comprado enquanto outro vendedor não recebeu nenhum? É claro que não é justo, pois os vendedores se iniciaram em uma situação idêntica e chegaram a um resultado diferente ao fazerem a mesma coisa.
     A conclusão é que o capitalismo é injusto. A meritocracia do capitalismo é injusta também. No comunismo, não haverá meritocracia, pois a meritocracia é injusta.

Conclusão
      Assim, através de minha argumentação coerente e sem falhas, as conclusões óbvias são as seguintes: a) Temos que educar mais as pessoas; b) o comunismo de verdade deve ser implantado o mais rápido possível; c) o capitalismo está fadado à pobreza absoluta e à destruição total do meio ambiente, levando muitos animais à extinção; d) O comunismo é o melhor regime para os artistas.


(1) Não me perguntem o que eu escrevi, eu mesmo não faço a menor ideia.

Tenham um bom dia!


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[plebiscito] Comunicado dos resultados

       Já saiu o resultado do plebiscito (referentes à internet apenas)
"tivemos a participação de 1.744.872 pessoas em todo o país, destas 96,9% (1.691.006) votaram SIM à Constituinte do Sistema Político, e 3,1% (53.866) votaram NÃO." (retirado de http://plebiscitoconstituinte.org.br/noticia/comunicado-secretaria-operativa-nacional)
      Comparemos com a população de eleitores: 142.822.046 (http://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado/consulta-quantitativo). Ou seja, tivemos a participação de aproximadamente 1,22%. Votaram favoráveis aproximadamente 1,18 % da população que pode votar.
      O sistema político considera que 1% da população merece representatividade política direta, já que é preciso de 1% da assinatura dos brasileiros para uma proposta de iniciativa popular. A lei que pode ser proposta pela iniciativa popular NÃO pode modificar a Constituição, apenas leis inferiores.
      Lembremos do que estamos falando:
1) Visa mudar a Constituição para uma reforma política --> Que reforma política? Ninguém sabe que tipo de reforma, a pergunta é apenas se quer ou não que modifique a base de nossa estrutura política.
2) Quem organiza? Quem organiza é tendencioso e quer que as pessoas votem, e mais do que isso, querem que as pessoas votem SIM. Há vários partidos e políticos que estão apoiando o plebiscito (sem querer desmerecer por isso, é apenas um dado).
3) Como foi feita a divulgação? Os organizadores induziam a responder SIM. Pouca divulgação, muitas pessoas ficaram sabendo apenas na hora de votar. Sinceramente, todos podem ter o direito de voto, mas não são todos que podem exercê-lo, quem não está preocupado com política e apenas se interessa na época de eleição não está pronto para exercer esse direito de forma adequada. (momento desabafo) Essas pessoas deveriam votar em branco pelo simples motivo de não terem conhecimento de política ou dos candidatos. O problema, o grande problema, é que essas pessoas querem exercer o direito de voto, mas não querem arcar com a responsabilidade que antecede uma votação (além das responsabilidades após a eleição) - falo por mim mesmo, queria votar como se o voto fosse algo necessário em si, mesmo que não estivesse maduro, mesmo que não conhecesse política.

      Agora, creio que o número tende a crescer (ainda porque tenho suspeitas de que alguém poderia votar duas, três vezes, mas isso não é relevante nesse texto) com a computação dos votos nas urnas. A melhor solução para os políticos honestos que queiram ouvir o povo é propor um plebiscito de verdade, organizado oficialmente, com ampla divulgação e debates de ideias, com um tempo razoável de planejamento e discussão. O resultado, como foi e será divulgado, não pode ser considerado pelos políticos. É claro que essa é minha opinião, e tenho poucas esperanças de que ela se realize.



Tenham um bom dia!

E o decreto 8.243?

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[vídeo] Lógica 1 - Lógica material

Saiu um novo vídeo sobre lógica, o primeiro da série:

Link:


Boa noite!

sábado, 13 de setembro de 2014

[vídeo] Lógica 0: introdução

Fica aí o primeiro vídeo da série de vídeos sobre lógica.

http://cur.lv/d7u37


"Heróis" da direita

     Certa vez, vi um post em que um sujeito da dita "esquerda" diz "temos o Che. E vocês?" Pesquisando no Google, tem a frase "Que herói a direita tem para colocar em camisetas? Pinochet?" A seguir uma resposta:

O pai que trabalha duro para levar o filho ao Mc Donald's,
Ou o marido que faz hora extra para poder levar a esposa para uma viagem
Exemplos acima não são meus, são do Ukyo Tachibana (não exatamente neste contexto).

Cito a mãe e o pai que abdicam de seus lazeres, de comprarem carros melhores, para que o filho possa estudar em uma escola particular.
O padre que deixa de lado a vida mundana para se dedicar à sua fé, para educar e ensinar os fiéis.
Os médicos que atendem os doentes mesmo fora da hora de trabalho.
O aluno que estuda até tarde embora poderia estar em uma festa.
Mais uma vez, os pais e as mães que educam seus filhos, que ensinam o que é o amor, a justiça, a liberdade.
Os professores que trabalham e dão a vida para um futuro melhor, que passam o dia trabalhando e voltam para casa realizados.
Os seres humanos que têm a ousadia de admitirem seus erros.
A mãe que, ao ver que o filho roubou em uma greve de policiais, entrega o em roubado à delegacia, com vergonha pelo filho e pedindo perdão.
O sujeito, rico ou pobre, que encontra uma carteira repleta de dinheiro no chão, e devolve sem subtrair nada para si.
As pessoas que, ao perder tudo por um golpe do destino, continuam agindo corretamente em cada ato de suas vidas. Preferem viver sem bens materiais, mas corretamente, do que enriquecer com o roubo.
Aos policiais e bombeiros, que arriscam a vida para salvar a de outros.
A todos os heróis anônimos que, em uma situação de emergência, se arriscam para salvar uma vida, põem-se em perigo por um dever moral. Os heróis que, salvando outro, desaparecem em uma multidão, sem querer prestígio por isso.
Todas as pessoas que trabalham honestamente em seus empregos.
Especialmente para os católicos, todos os santos e santas, mártires e nosso Senhor, Jesus Cristo.

     Não falo em nome da direita, tampouco alguém poderia. O que a direita quer, ao meu ver, é viver sua vida sem obstáculos além dos impostos pela vida. Por isso, a direita é mais individualista do que a esquerda. Enquanto a esquerda quer o mundo perfeito, a direita simplesmente quer viver a própria vida em paz (fique claro: isso não envolve fazer mal a alguém). Por isso não é tão comum à direita se organizar para mudar o mundo.
     A direita firma a própria base em si, e não em fora. Uma pessoa que tem uma base no próprio bem estar, na autoestima, e não em opiniões alheias (não disse que a esquerda tem base em opiniões alheias) dificilmente será fã incondicional de algo ou alguém. Por isso, a direita não tem o costume de ostentar seus grandes "representantes".
     Os verdadeiros heróis da direita (nunca disse que eles são militantes da direita, ou que algum momento se disseram da direita) são aqueles que vivem honestamente. São heróis anônimos, pois sozinhos não mudam o mundo. São heróis não por mudarem o mundo, mas por serem pessoas boas. Isso não significa que elas não têm pecados e erros. Só significa que na conduta em particular são heróis e heroínas. São pessoas que inspiram admiração e respeito, e não uma devoção fanática.

     Outra: qual o sentido de colocar uma pessoa em uma camiseta? Os cristãos têm crucifixos no pescoço, serve? Parece-me que a esquerda usa essas camisas do "Che" como uma muleta para a própria autoestima, enquanto a direita usa o crucifixo como um lembrete da profunda devoção que possuem. Talvez essa impressão se dê por o crucifixo ser muitas vezes escondido, muitas vezes pequeno, enquanto a camisa ostenta.


É isso, se tiverem críticas, sugestões etc. sintam-se à vontade nos comentários.

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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pena de Morte



      A pedido, vou tentar me posicionar sobre a pena de morte. Vou usar um raciocínio um pouco diferente dos outros que já usei, isso me colocará em discordância com grupos dos dois lados.

      A priori, tendemos a pensar que a pena de morte necessária:

1. Há pessoas incorrigíveis em nossa sociedade: psicopatas que dizem que, após saírem da prisão, farão tudo de novo. Assassinos que dizem que não conseguem lutar contra a paixão de matar. Há jovens que já perderam completamente o bom senso, e que se saírem viverão ou drogados ou drogando outros. Há um ditado em língua inglesa: "Once a thief, always a thief" - "uma vez ladrão, sempre ladrão" (tradução minha)
2. Um homem pode matar outro em legítima defesa: Se um ser tenta me matar, posso legitimamente matá-lo. Da mesma forma, se um terrorista quer e tenta matar, espoliar, destruir, a sociedade, é legítimo que a sociedade se defenda, até mesmo tirando a vida do infeliz.
3. Mesmo que haja prisão perpétua, o sujeito irá trazer custos para a sociedade. Em vez de fazer o condenado trabalhar até a morte para cobrir os próprios custos, a sociedade pode matá-lo, assim ele não tem o risco de fugir, a população se alegra em ver o sangue, e não cometemos a injustiça maior do que a morte, que é obrigar um sujeito a trabalhar até morrer sem ter nenhuma recompensa por isso.
4. A prisão é uma repressão a um ato antissocial (contra a sociedade). Quanto mais abominável, pior deve ser a pena. A ideia não é ensinar a respeitar as regras, é simplesmente punir uma ação condenável. A pena de morte serve para os piores crimes de todos.
5. Uma pena pior serve para amedrontar os criminosos. Ninguém quer pagar uma multa de 10 reais, menos pessoas ainda querem pagar uma multa de 1000. A vida é o bem máximo de um ser humano (salvo raros casos), então tê-la como pena é o incentivo máximo para combater o crime.

      Em um segundo momento, temos dúvida:

1. A culpa do ladrão ser ladrão não é dele, é da sociedade. É de cada um de nós. Afinal não combatemos o ambiente que gera a pobreza e a criminalidade. (não acredito que eu escrevi isso) Ao puni-lo, estamos desviando a culpa, estamos projetando nossos erros no assassino. Ao puni-lo, estamos atribuindo culpa a alguém que não tem responsabilidade por seus atos. Assim, este tópico critica os tópicos 4 e 5.
2. A função da prisão é educativa. De que serve prendermos os criminosos se não queremos que eles saiam melhores do que quando entraram? Prender apenas por vingança é um pensamento retrógrado, que volta para o ódio e não para o amor. A sociedade tem que arcar com o custo da reinserção dos bandidos na sociedade como novas pessoas. Também não há pessoa incorrigível, ela ainda pode ser uma cobaia, pode ajudar a treinar policiais, pode ser obrigada a doar sangue, enfim há muitas funções para essas pessoas. Assim, os itens 1 e 3 não fazem sentido.
3. Em alguns casos, é legítimo matar outros, como nos exemplos citados de um assassino tentando matar a mim ou a um amigo ou familiar. No entanto, se o assassino for capturado, não podemos matá-lo, é preciso tratá-lo. A morte seria uma vingança contra ele, enquanto o tratamento é uma medida civilizada. Isso é contra o item 2.
4. Os criminosos pobres não podem se defender com um bom advogado, então serão mortos. Seria uma medida penosa contra os pobres.
5. Condenações erradas são terríveis, é impossível voltar atrás.

       Mas, retomemos a tese:

1. Psicopatas têm problemas mentais. Há pessoas que são realmente intratáveis. Não é possível ensinar um psicopata a sentir, os psicopatas são psicopatas desde crianças, eles possuem componentes do cérebro que não funcionam normalmente.
2. A prisão não serve para tratar, para educar ou qualquer coisa assim. Isso é uma ilusão, é pensar que a realidade pode ser enxergada por um óculos em formato de arco íris cheio de pó de pirimpimpim. A prisão serve para punir. A pena serve para punir. Há quem queira que a prisão tenha este objetivo, mas este objetivo é extra, um plus, não é da essência da pena. (o discurso pode ser: "a prisão serve para reprimir") O comentário 3 acima não faz o menor sentido, abraçar um bandido não faz ele virar bonzinho. Mesmo que sirva para tratar, esse objetivo não é cumprido, então não faz sentido partir do pressuposto de que funciona.
3. É muito fácil culpar o ambiente por criar ladrões. A verdade é que há criminosos nascidos em várias "classes". Dizer que o pobre rouba é um determinismo preconceituoso. Qualquer pessoa sabe que roubar é errado, independente de grupo social. A pessoa que rouba é responsável por seus atos (ao menos que seja louco ou drogado, mas não é essa a questão), e deve ser punida. Cabe aqui uma passagem do Boca do Inferno: "quem rouba pouco é ladrão, quem rouba muito e mais esconde passa de barão a visconde". Talvez haja a impressão de que os crimes contra o patrimônio sejam praticados mais por pobres, mas a verdade é que nem sempre se consegue pegar os ladrões de outras classes.
4. A questão não é prejudicar os ricos ou os pobres, mas sim garantir que uma medida necessária ocorra. Tanto os ricos quanto os pobres que matam devem morrer. A questão é que a justiça deve ser feita. O objetivo é condenar a todos os que devem ser, se há uma ineficiência do sistema neste aspecto, isso não significa que uma medida necessária não deve ser implantada.
5. Condenações injustas nunca podem ter seus efeitos sociais desfeitos. A morte não pode ser desfeita, assim como a prisão, ou efeitos de decorram de uma multa. (sem o dinheiro que teve que pagar na multa injusta, o sujeito pode ter perdido uma oportunidade única de investimento, pode ter perdido a chance de dar um presente, aproveitar uma viagem com os familiares. A diferença da pena de morte é que é mais difícil minimizar os efeitos futuros - aqui é apenas uma diferença da intensidade, pois não se pode apagar as marcas decorrentes de outras condenações .

      Contudo, por fim concluímos:

1. O psicopata não é necessariamente um criminoso. Não há uma força que o obriga a matar. Ele simplesmente não sente compaixão ou sentimentos, ele simplesmente é extremamente egoísta. Mas não irá matar necessariamente. É claro que há uma tendência a isso ocorrer. Há psicopatas que cometeram crimes, são presos, e depois não cometem mais crimes (pelo menos não são punidos). Quem somos nós para condenarmos o psicopata A ou B à morte por a maioria dos psicopatas voltarem a cometer crimes? Pode ser que o psicopata não seja normal, mas talvez ele possa encontrar um papel na sociedade. Mesmo que ele só cause algum mal, isso não significa que sua vida de nada vale. Se a pena tem a função de punir as pessoas pelos atos, a pessoa irá cumprir justamente por seu crime. Mesmo que ele planeje voltar ao crime, não podemos aplicar a ele uma pena antes que ele de fato cometa o crime.
2. É legítimo que um homem mate seu agressor para se defender. No entanto, com o estado de direito, as pessoas não podem ir atrás do sujeito para aplicarem a justiça por suas próprias mãos, sendo cada o promotor, o juiz e o policial. O estado pode matar um agressor para defender um cidadão, mas isso é diferente de matar um criminoso após ter cometido o crime. No primeiro caso, o estado impediria o mal, no segundo não. Admitida esta diferença, podemos discutir se o estado tem legitimidade para matar para vingar o cidadão, e não para protegê-lo. Parece que a morte é um grande prejuízo, mesmo a morte de um criminoso. A família de um cidadão que foi assassinado não encontrará preço que satisfaça a ausência do falecido, nem mesmo a morte do assassino completará a lacuna de uma pessoa. Trocar a morte por morte é antieconômico. O criminoso deve ser punido com multa, trabalho forçado, servir como cobaia, o que seja.
3. A morte e a prisão perpétua possuem um grande inconveniente: O sujeito fará de tudo para fugir, irá matar, conspirar, mentir, roubar. Se houver um tempo de prisão, e talvez uma redução por bom comportamento, ou talvez uma melhora na qualidade de vida por bom comportamento, o criminoso terá menos chances de uma fuga violenta. Imagine que um sujeito foi condenado à morte, qualquer coisa que ele fizer não poderá lhe colocar em uma situação pior, então ele fará o que for possível para fugir.
4. Realmente a pena é uma reação da sociedade contra o bandido. No entanto, embora talvez seja um passatempo legal levar os filhos para assistirem a enforcamentos nos sábados de manhã (e é claro que estou brincando), ainda assim, é ilegítimo um tribunal terreno poder tirar a vida de pessoas apenas para contentar as massas. Antes, era até admissível a pena de morte por não haver outra medida. Hoje, contudo, há várias penas que podem ser aplicadas, e há como torná-las mais desagradáveis (com tortura, embora eu não goste da ideia), e até mesmo penas que sejam mais produtivas (trabalho forçado) ou eficientes (como um curso de alguma coisa, embora eu também não ache o ideal) do que a pena de morte.
5. A verdade é que a pena de morte não amedronta tanto assim os bandidos. O bandido não rouba pensando em quantos anos vai passar na cadeia se será pego. Também não calcula a probabilidade de sucesso. Há um problema moral (que pode ser corrigido, vale dizer): é óbvia qual escolha um sujeito honesto fará se tiver que escolher entre cometer um crime e macular sua alma. O bandido simplesmente chega a um ponto em que prefere uma vida maldita do que outra vida com menos bens. Também há crimes passionais, cometidos pelo calor do momento, o sujeito que é tomado por fúria e mata a mulher e o amante não pensa nas consequências de seus atos.

       Minha conclusão final é de que a pena de morte atualmente não é uma boa medida. Observem que eu não propus medidas para melhorar a situação dos pobres, para corrigir criminosos, acho que essas questões são tangenciais. Podemos discuti-las, mas acho que não são essenciais para o tema em questão.


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