Agora vamos para o vídeo 2 e 3 da sequência. Eu não ia perder meu tempo nessa semana com os dois vídeos, mas acho que os absurdos ditos no 3° vão complementar os do 2°. Veja nos links no final do post esse vídeo.
Obs.: Talvez eu tenha me exaltado demais ao escrever.
1) Formato da assembleia constituinte: É uma questão aberta a ser estabelecida durante o processo. Por exemplo, quem seria representante e como seria eleito. A campanha deve se limitar à necessidade da constituinte.
Imagine a seguinte situação. Alguém te apresenta duas portas e pede para você escolher uma delas. Você, como qualquer pessoa com até meio neurônio, quer saber o que há atrás de cada porta antes de escolher. O sujeito lhe diz que atrás de uma, tudo continuará do jeito que está. Atrás da outra, haverá uma possibilidade de uma grande mudança na sua vida. É óbvio que apenas saber que uma das portas irá possibilitar uma "grande mudança" não é suficiente para que você a escolha. É preciso saber o que há atrás. Os tolos, movidos pelo sentimento e pela emoção, costumam se aventurar por "mares nunca antes navegados". Aqueles que refletem são mais covardes, "[a reflexão] nos faz preferir e suportar os males que já temos a fugir para outros que desconhecemos", os prudentes preferem os males que conhecem aos que desconhecem. Os prudentes podem estar errados, mas não correm o risco de "sair de uma cova apenas para entrar em outra".
Traduzindo meus delírios: É muito pobre a pergunta: Você quer uma assembleia constituinte? (mesmo com todos os frufrus, como dizer que é exclusiva e soberana) Uma pessoa minimamente racional só se sentiria apta para responder com certeza tal pergunta se souber o que trará tal assembleia. Dizer que ela trará "grandes mudanças" não responde nada. Quero saber qual a garantia de que ela nos levará para um lugar melhor, e não para uma monstruosidade jurídica.
Primeiro nos perguntam se queremos queremos trocar de casa. Só depois vamos discutir qual casa teremos. Só os desesperados aceitariam tal escolha. Devemos discutir (e até votar) agora as propostas. Depois elaborar uma constituição, e por fim submeter a uma votação do todo. Estamos fazendo exatamente o inverso. Primeiro vamos votar para depois discutir. Isso é um absurdo para o bom sendo.
2) Mulheres e outros grupos que não têm acesso ao poder terão acesso na constituinte
Quem garante? Ninguém pode garantir já que a forma de se representar o povo só será feita após a votação. Estão querendo que haja representatividade dos índios, mas isso também não é certo. Isso só será discutido depois. Ninguém está vendo isso? Pareço um louco que pergunta aos amigos se estão vendo o monstro verde sentado no sofá ao seu lado?
3) O plebiscito não é deste ou daquele partido, é de quem quer mudanças. Com esse sistema político não vamos mudar nada.
Vou deixar aqui um vídeo em que falo de democracia e liberdade. Ele não é requisito para esse ponto, mas acho que é interessante. https://www.youtube.com/watch?v=Vr_vghu7E9Q
Pode não ser deste ou daquele partido, mas há uma prevalência de partidos e grupos "de esquerda". O próprio site do plebiscito ataca as opiniões das "caixas de ressonância" da "direita", como o Rodrigo Constantino. Está certo isso? Não é para termos um debate amplo de ideias?
Só para declarar minha opinião, não é o sistema político que deve trazer as mudanças. Não são governantes quem mais devem cuidar das nossas vidas. Somos NÓS! Quando o estado cuida de pouca coisa, ele faz melhor por toda a atenção sua e das pessoas estarem voltadas para isso. Não se passa ao estado o dever de ajudar os pobres, é cada indivíduo que tem essa obrigação moral. Devemos despolitizar os recursos fundamentais, e não politizá-los mais. Vejam meus vídeos sobre a impossibilidade de um governo totalitário cuidar da economia: https://www.youtube.com/playlist?list=PLZQW14lbj0l7QF11KRPRhNsdTy0kHF_a5 (desculpem pelos links ao meu próprio trabalho. Não é tanto uma forma de autopromoção, até por os vídeos terem uma qualidade não muito boa. O problema é que, até onde eu saiba, sou o único a explicar isso detalhadamente em vídeo, então é o que tenho para hoje)
3) Por que não temos um estado federalista como dos EUA? O problema hoje é assegurar a democracia. Devemos ampliação da democracia.
A resposta simplesmente não responde a pergunta. A verdade é que o Brasil sempre teve um poder político centralizado. Essa herança cuja origem data anos atrás gerou uma inércia que não atribui poder local. O federalismo não tem relação necessária com a democracia deles. A democracia que defendo (no meu vídeo explico melhor) exige o federalismo. Se a democracia exige mais poder nas mãos do cidadão e menos poder nas mãos dos governantes, o federalismo em que há muita autonomia para cada estado é uma exigência para a democracia.
Ampliar a democracia não é aumentar o poder de mudança via estado. Ampliar a democracia é ampliar o poder de fazer o bem de cada indivíduo. Ampliar a democracia é ampliar a liberdade, e diminuir o controle estatal. Ampliar a democracia é diminuir os tributos.
4) Milhões de eleitores não podem apresentar um projeto, mas não podem aprovar a lei. O povo tem que participar, decidir. A democracia como instrumento de luta.
Pode parecer injusto, a frase, mas temos que refletir um pouco mais. A democracia não é ditadura da maioria, a democracia é o império da liberdade. O fato de milhões de pessoas quererem algo é insuficiente para esse algo ser obtido. Há limites do próprio poder do estado e nas esferas individuais. Concordo que o povo tem que participar e ser ouvido. A democracia como o império da liberdade é um instrumento de luta. A "democracia" como um regime da igualdade absoluta é um instrumento da escravidão.
O povo é muito levado pelas paixões. E isso é perigoso. Concordo que a solução para isso é mais democracia, e não menos. Contudo, temos que ir com calma. O nosso regime tenta manter pessoas no poder que consigam pensar as consequências a longo prazo, que consigam resistir às paixões. Se isso não acontece, é por os cidadãos não pensarem a longo prazo, e só se preocuparem com política nas vésperas da eleição.
5) Fazemos política todo momento, não só nas estruturas governamentais. Devemos trazer aspectos de nossa vida para a discussão política
Vou explicar o enunciado. Quem defende isso, diz que a política é feita no dia a dia. Quando ajudamos as pessoas, quando dirigimos etc. Nisso eu concordo. Agora, discordo que devemos trazer para a política todos as coisas com que lidamos no dia a dia.
Devemos tratar poucas coisas na política: Como garantir a segurança, liberdade e propriedade. Talvez mais alguma coisa ou outra. Quem, em sã consciência, vai querer que a política discuta o preço do pão francês? Temos muitas e muitas coisas importantes para fazer no dia a dia. A política devia ser um aspecto secundário. A política devia facilitar a vida, garantir a liberdade, e não impor gastos de tempo para discutir qualquer sorte de assunto.
Devo estar ficando louco, pois vejo pouquíssimas pessoas que acham óbvio que quanto maior o estado, maior a ineficiência. Poucas pessoas acham óbvio que a discussão política deve envolver menos assuntos, e não muitos. Ainda mais em uma democracia direta, afinal qual parcela da população é capaz de discutir todos os seguintes assuntos de forma coerente, pautada em dados reais e com uma organização racional dos pensamentos: Aborto, leis trabalhistas, uso de algemas em prisões, o marco civil da internet, investimentos em infra estrutura, alíquota ideal dos tributos, construção de estádios e hospitais (envolvendo verba, localização, contratação, estrutura etc.), recomendações de ensino, soluções para resolver o problema dos apagões, novo código processual, vacinação, salário de cada profissional contratado pelo poder público, salário mínimo etc.? Vejam o segundo link de vídeo que eu passei acima. Eu falo que é impossível fazer uma planificação econômica. Um governo central não consegue investir e construir de forma a satisfazer as demandas populares. Só no livre mercado, cada empreendedor será livre para tentar satisfazer as necessidades e anseios de seus clientes. A expressão "o cliente sempre tem razão" não veio de uma lei, veio da necessidade dos empresários de agradar seu público.
6) Há um problema comum na democracia direta e na indireta, chama-se "democracia".
Estamos com a terrível crença de que a "democracia" pode resolver todos os nossos males. Por isso, queremos mais "democracia", quando precisamos de mais liberdade. Esse termo está entre aspas pois a verdadeira democracia não é um regime em que a população é escrava das próprias leis, mas sim um regime em que a população é livre nas próprias leis. Vou explicar melhor isso em uma próxima postagem. Temos um culto à "democracia", sendo que é mais importante termos liberdade em nosso dia a dia do que participação política.
Links:
Site do plebiscito, com os três vídeos. http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/midia/programa-da-tvt-sobre-o-plebiscito-constituinte-melhor-e-mais-justo
Obs.: Em alguns momentos não consigo acessar o site do plebiscito, então acho mais seguro acessarem o vídeo.
Tenham um bom dia!
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