Bom dia, vai demorar um pouquinho para sair o próximo vídeo
(alguns dias). Então resolvi escrever algo para não deixar o blog muito
solitário. Esse "post" é uma continuação de outro: http://cur.lv/9fkbo
. Mas o conteúdo deste Não pressupõe que você tenha lido o anterior.
Nele defendi de uma forma bem precária que as pessoas têm
responsabilidade moral de ajudar os pobres. Se as pessoas criam ONGs e
outros grupos com esse propósito, é porque é cada membro se acha com
essa obrigação. Um grupo não é por si só caridoso, mas ele pode ser
assim chamado se seus membros se reunirem com o propósito da caridade.
Quando uma pessoa altruísta participa de um grupo com objetivo de
caridade, ela imagina que é mais benéfico ela se associar a tal grupo do
que fazer tudo sozinha. Pode ser que ela contribua o máximo com essa
organização e ache que isso basta. Pode ser que ela contribua um pouco
com a organização e também se dedique a outra atividade "social" também.
Espere um momento, vamos voltar à premissa: "Ela imagina que é mais
benéfico ela se associar a tal grupo do que fazer tudo sozinha". Ou
seja, a pessoa só irá colaborar com o grupo se confiar no mesmo.
Continuemos. Uma organização como essa é formada por pessoas
altruístas, elas (exatamente por serem altruístas) não iriam obrigar
outras pessoas a colaborarem com seus projetos. Isso reforça a premissa
de que só participam do grupo aqueles que acreditam no mesmo.
Quem define se uma organização é ou não beneficente? O chefe ou os indivíduos que compõem a organização?
Se o chefe é caridoso, ele pode OBRIGAR os membros a serem caridosos
também? Se entendermos a caridade como uma conduta que possui
necessariamente um componente subjetivo, então a resposta é "não".
São os indivíduos que devem ser caridosos.
Certo, vamos supor que sejam. Mas uma organização caridosa pode
obrigar seus membros a doarem para a própria instituição? Não, isso é
contraditório à própria caridade.
Essa organização pode
aceitar as doações, e, ao mesmo tempo, impedir que os membros caridosos
façam doações por si mesmas? Não. Não seria caridade.
O estado obriga as pessoas a "serem caridosas"*, como se isso fosse
possível. Ao mesmo tempo, diz para as pessoas não serem caridosas em
outras situações - ver http://www.ourinhos.sp.gov.br/noticia/482/secretaria-de-assistencia-social-alerta-populacao-para-nao-dar-esmolas-a-populacao-de-rua/
Uma organização não pode ser caridosa sem o consentimento de seus
membros. Se fizer isso, está agindo sem legitimidade. A sociedade que
faz isso deixa de ser uma sociedade democrática e se torna despótica.
E os pobres? Quem irá ajudá-los sem o estado? (argumento do tipo "who will built the roads?")
A própria população pode ajudar. Há duas possibilidades: Ajudar outras instituições ou ajudar diretamente os pobres.
Não há ONGs que ajudam os pobres? Não existem campanhas às quais
participam escolas, igrejas e outras organizações? Não podemos dar
esmolas?
Uma pessoa que participa de uma campanha de doação do agasalho não está ajudando? É claro que sim.
Como podemos ver somente o estado como solução? E muitas vezes como primeira ou melhor solução não obstante suas falhas?
Mais caridade só se obtém com mais conscientização. Campanhas que
ensinem que é bom ajudar o próximo. Igrejas que ensinem a olhar os
pobres. Visitas a instituições beneficentes. Não se consegue caridade
com uma lei (por exemplo, não há caridade em uma lei que obriga as
pessoas a "doarem" agasalhos).
* Só existiria esse tipo de
caridade (pela imposição de terceiro) se você entender caridade como
aquilo que o Robin Hood fazia: "Roubar dos ricos para das aos pobres". E
o roubo do outro se torna sua caridade.
Tenham um bom dia!
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