domingo, 25 de agosto de 2013

Justificativas para não fazer e segunda lei de Newton

     - Você vai à festa?
     - Não
     - Por quê não? [o outro fica em silêncio, tentando compreender a pergunta]
     - Desculpe, eu não entendi.
     - Você disse que não ia à festa. Quero saber por que você não vai.
     - Isso eu entendi, só não entendi a construção lógica. Veja bem: segunda lei de Newton: um corpo em repouso tende a continuar em repouso. [aponta uma árvore] Aquela árvore está em repouso. Ela tende a continuar em repouso. Não faz sentido você perguntar por que ela não se atira a 200 km/h naquela direção.
     - Agora sou eu quem não estou te entendendo.
     - Existe dois momentos em que você, logicamente, poderia perguntar por que ela não se movimenta. A primeira é se ela já estiver em movimento e, sem motivo aparente, parar seu movimento, então você pode se questionar o motivo que a levou a não se movimentar. A segunda é se ela estiver parada, e, digamos, um foguete a acertar e ela não se movimentar. Então você poderá se perguntar por que ela não se movimenta para entender o motivo. Está entendendo?
     - Só não entendi a relação com a minha pergunta.
     - Só faz sentido me perguntar se eu não vou à festa em duas situações: Se você me der motivos para ir (foguete acertando árvore) ou se eu tivesse dito que iria e depois mudar de ideia (árvore em movimento). Caso contrário, não faz sentido sua pergunta.
     - Então se eu tiver um amigo que diz que não vai fazer o trabalho escolar, eu não posso perguntar para ele o motivo de não fazer sem antes dizer o porque ele deve fazer?
     - Nesse caso, você pode. A tendência de todas as pessoas é fazer o trabalho, tanto que os alunos não se perguntam se o outro vai fazer ou não. Já "ir à festa" não é uma tendência, e por isso é que as pessoas vivem se perguntando se vão ou não, pois não há um pressuposto de que o outro vai.

Obs.: Para uma explicação diferente, procurem "inversão do ônus da prova" em seu site de pesquisa favorito.

Tenham um bom dia

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