domingo, 25 de janeiro de 2015

Uma mentalidade saudável

     Hoje relembrei algumas reflexões que Augusto Cury faz em seus livros. Há quem critique o autor e suas obras. Gosto muito das obras do autor, e acredito que traga boas reflexões. Aqui, trago em minhas palavras, não sei se estou usando os termos do autor. Uma delas, que já nos ensina a religião, é que uma mentalidade sadia é capaz de entregar sem esperar retorno. Alguém que seja psicologicamente estável pode fazer boas ações sem esperar nada em troca. Isso, mesmo quando alguém faz algo para outra pessoa "do mesmo nível" - intelectual, econômico, social. Com exemplos práticos: ajudar nos estudos sem esperar ser ajudado, dar presentes sem esperar ser presenteado, convidar para ir à sua casa sem esperar que o outro o convide a ir à dele.

      Isso é uma coisa que tanto falta às pessoas de hoje em dia (note, não digo que é exclusivo de hoje em dia). Percebo mesmo em mim e mesmo em meus amigos. Alguns poderiam tentar culpar o capitalismo. Talvez ele tenha de fato alguma culpa por ter muitos incentivos no sentido de se valorizar o lucro (e não estou dizendo que valorizar o lucro é em si algo patológico ou antissocial), no entanto a culpa, ao meu ver, não está no capitalismo, mas no próprio ser humano. O ser humano nasce frágil psicologicamente. Crianças são bondosas, sim, mas também são más. Crianças têm que aprender a perder, aprender a serem criticadas. Essa estrutura psicológica com a qual nascemos deve ser fortalecida para se formar um adulto saudável.
      Parece fácil ensinar a lei de talião: olho por olho e dente por dente, parece até ser algo naturalmente desenvolvido. Se o amigo o chutou, você o chuta. Se o amigo o ajudou, o ajude. Com o tempo, ensina-se a não se vingar, somente a retribuir o bem. Contudo, há algo ainda mais difícil: fazer o bem sem esperar nada em troca. Não tenho soluções para isso, já adianto. Talvez aproximar as crianças de campanhas voluntárias possa ser um início, ou dando apoio quando a criança se magoar por nada receber em troca. Talvez ainda amando-a para que ela saiba que mesmo que ninguém a ame ela seja capaz de ser amada e assim forme uma personalidade mais estável.

     Para se entender a simplicidade disso, imagine o seguinte: João conversa com Maria e sabe, pela conversa, que ela viajará em breve, assim como ele próprio. No fim da conversa, João deseja a Maria uma boa viagem. Maria retribui, também desejando uma boa viagem a João. João pensa: nossa, ela me desejou uma boa viagem, que felicidade! Isso, embora possa ocorrer pela inocência de João, pode indicar que ele não desejou a boa viagem por mera cortesia (por dar tanta importância para isso) e que não esperava nada em troca (por se surpreender por receber de volta).

     Quando falei que o capitalismo deve ser complementado com a moral, é isso uma das formas. É preciso ensinar as pessoas a doarem sem esperar retorno. O sistema capitalista não é o responsável por essa falha, e não creio que seja o comunismo a solução para ela: é, antes de qualquer sistema, a própria formação de um ser humano mais saudável.


Tenham um bom dia!


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