sexta-feira, 5 de junho de 2015

A culpa é da sociedade! - ou A natureza corrompida humana

     Há talvez, dois extremos sobre como se pode pensar sobre um fato atual: a primeira parte do pressuposto: a primeira é partir do ponto de vista de que o ser humano é bom, o estado natural é a abundância, paz e respeito; a segunda é partir do ponto de vista que o ser humano vive uma natureza má, vingativa, egoísta, "com mais crimes na consciência do que coragem para admiti-los, pensamentos para concebê-los e tempo para executá-los". É claro que é possível ter posições intermediárias entre esses dois aspectos.
     Na postagem de hoje gostaria de chamar atenção para uma justificativa que considero pouco plausível, embora presente: a de que a culpa de muitos problemas é da sociedade, ou, em um sentido mais amplo, do meio em que a pessoa cresce. É fato que o meio tem um papel importante na formação de um indivíduo. Famílias desestruturadas, abusos cometidos na infância, o mal exemplo de adultos, pode influenciar negativamente os comportamentos futuros de uma pessoa.
     Para citar um pensador com uma visão diferente da minha, mas que chegou em uma mesma conclusão, Sarte disse "O que importa não é o que fizeram conosco, mas o que fazemos com o que fizeram conosco".
     Por essa frase, entendo que crescer em um meio ruim não significa que a pessoa se isenta de qualquer responsabilidade sobre suas ações. Existe algum espaço de liberdade, de autodeterminação na vida das pessoas.
     Da mesma forma que uma pessoa que cresceu em um ambiente negativo para suas condutas sociais pode se tornar uma boa pessoa, outra pessoa em um bom lar, teve bons amigos etc. pode se tornar uma má pessoa. Daí seja possível concluir que o meio não é fator determinante.
     Em situações normais (há situações em que o meio exterior exerce uma força inescusável, inevitável sobre a forma que outra vê o mundo), a culpa não é exclusiva do meio; na verdade há um componente individual que permite, mesmo que custosamente, tomar uma ação boa e evitar uma má.
      Desse raciocínio eu concluo que o que existe um componente intrínseco ao homem que o conduz ao mal (e outro que o conduz ao bem), o que nós, cristãos, chamamos de pecado original.
      Isso sem mencionar o muito falado paradoxo em que se o ser humano fosse totalmente bom, de onde viria o mal?

     Talvez seja interessante voltamos a pensar que a culpa é inicialmente do indivíduo, embora o meio também seja um forte incentivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário