As pessoas têm um pensamento equivocado de que a economia é um jogo de soma zero, ou seja, um ganha e outro perde, ou os dois empatam, como em um jogo de xadrez. Na verdade, a história não é bem assim.
Você quer muito comprar um refrigerante. Mas vê o preço e acha um absurdo: 5 reais a lata. Por estar com muita vontade você compra. Mas sai descontente, o estabelecimento está praticamente roubando o seu dinheiro. Será mesmo?
Na situação inicial, você quer o refrigerante e o estabelecimento quer seu dinheiro. Ninguém está obrigando o outro comprar ou a vender. Então você sabe o preço exigido: 5 reais. Você tem a opção de comprar ou de não comprar.
Se você acha que beber o refrigerante é melhor do que ter 5 reais na carteira, então você compra.
Se você acha que beber o refrigerante NÃO é melhor do que ter 5 reais na carteira, você não compra.
Você comprou, logo você prefere beber o refrigerante, certo? Mesmo sendo caro, você ainda acha que é melhor desfrutar a bebida do que não gastar dinheiro. Você concordou em comprar por aquele preço.
É claro que seria melhor que fosse mais barato. Mas o preço não o impediu de comprar.
Então não é um roubo. Se você acha que não vale a pena, então não compre. Se acha a pipoca do cinema muito cara, então não gaste seu dinheiro.
Agora vou tratar rapidamente do emprego.
O empregador quem o trabalho do empregado e este quer o salário daquele. Eles não estão obrigando um ao outro a realizar essa troca. Se o empregado aceita trabalhar, é porque acha que é melhor ter o salário e o trabalho do que não ter nenhum dos dois. E isso pode ser aplicado mesmo se o trabalho for algo ruim e insalubre.
Se eu aceito trabalhar em uma mina de carvão é porque penso que minha recompensa compensa o meu trabalho e meus danos à saúde.
As pessoas dizem que posso estar desesperado por comida e por isso preciso do trabalho. Então seria o mesmo que trabalho escravo. Na minha opinião, não. No trabalho escravo o 'empregador' me OBRIGA a trabalhar, eu não tenho liberdade. Sem o 'empregador', eu seria livre. No trabalho semi-escravo, a fome me obriga a trabalhar. O empregador nada tem a ver com minha situação, na verdade ele está me dando uma chance de sobreviver. Sem seu emprego eu morreria. O efeito pode ser o mesmo (estou vivo e com trabalho), mas o caminho é diferente.
Não digo é bom dar péssimas condições aos trabalhadores. Só digo que os trabalhadores de péssimas condições, por algum motivo, as aceitaram. Ainda podemos ter o desejo de ajudá-los, minha crítica é as pessoas tratá-los como escravos.
É isso, tenham um bom dia.
Excelente post, Lucas. Indo um pouco mais a fundo na questão do refrigerante e, confirmando seu ponto de vista, se propormos a existência de mais um vendedor que cobre 4,50$ pelo refrigerante conseguimos um cenário de mercado. E, veja só, com dois preços diferentes competindo sua liberdade "aumenta" e se o vendedor que cobra 5,00$ não fizer algo melhor (dê uma bala de brinde, por exemplo) ele será prejudicado. É por isso que o mercado é a forma de funcionamento da sociedade por excelência. É por isso também que o socialismo não funciona nem como teoria.
ResponderExcluirDê uma olhada nesse site, talvez você já tenha ouvido falar: http://www.mises.org.br/
Sim, já ouvi falar. Acho as ideias defendidas lá bem interessantes.
ExcluirAcho isso é uma coisa que se deveria ensinar nas escolas, para as pessoas terem uma noção mínima de como funciona o mercado. Já quebraria muitos mitos tão difundidos.
Eu deixei um único vendedor para dizer que, mesmo no monopólio, ainda existe alguma liberdade, não existe nada nem ninguém o obrigando a comprar.
Obrigado, concordo com tudo o que você disse.