
E outra, menos humorística:
Ambas se dizem criticar a meritocracia. Na verdade, a crítica se direciona mais para a transmissão dos bens dos pais para os filhos.
A meritocracia é possível sem a herança? Sim, imagine a seguinte situação: O local é uma cidade-estado grega, os pais cuidam dos filhos até os cinco ou seis anos. A partir de então, as crianças vão para uma espécie de escola pública. Depois de certa idade, separam dois grupos: os trabalhadores e os que continuarão estudando. Após mais alguns anos, aqueles que estudaram se dividem de novo: nos guerreiros e naqueles que se tornarão sábios após mais estudos.
A meritocracia nesse caso divide as pessoas naquilo que elas fazem melhor. Uns trabalham, outros lutam, outros pensam. Se o objetivo é pensar, um teste de quem sobe mais rápido na árvore (como na primeira ilustração) é inútil. Se o objetivo é trabalhar na coleta de frutas, o mesmo teste de aptidão pode ser apropriado. A meritocracia não precisa apenas beneficiar os melhores em determinada função, mas direciona cada pessoa naquilo que ela faz de forma especial, melhor ou relativamente bem.
Também no meu exemplo, a crítica da segunda ilustração perde sentido. Há meritocracia, mas a crítica parece infundada.
A questão, a crítica, não é a meritocracia em si, ao que me parece, mas a desigualdade de início. A herança dos pais, a posição social e política dos familiares, a educação diferenciada que cada um pode proporcionar. A suposta falta de oportunidade dos pobres.
Sobre a herança, falarei em outro post (se quiserem, tem um aperitivo nas indicações).
Tenham um bom dia!
Indicações
Friedman e redistribuição de riqueza - voltada para a herança - http://www.youtube.com/watch?v=g-zgxrO4kWg
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