quarta-feira, 25 de setembro de 2013

"Quem cola não sai da escola"

     Nos dizemos contrários a comportamentos errados, criticamos o "jeitinho brasileiro", a corrupção dos grandes, mas vivemos em contradição.
     Pessoas comuns tentam corromper agentes públicos, com "investimento" no funcionário público ou buscando amizades de pessoas influentes. Mas essa não o cerne de minha crítica.
     Quem já não ouviu o provérbio muito difundido nos meios educacionais: "quem cola não sai da escola"? Ao meu ver, esse provérbio não faz o menor sentido e ainda apresenta um ideal doentio que infelizmente faz jus à educação sucateada (ou não, dependendo do caso).
     Quem defende essa frase infeliz poderia dizer que é uma crítica ao estudo de uma matéria inútil, ou uma crítica ao modo do professor, ou uma crítica à sociedade que só diz para estudar, ignorando os momentos de lazer. Ou simplesmente diz que é burro.
     Primeiro, a matéria não é inútil, nada é inútil. E se você não concorda, não é colando que vai torná-la útil. Segundo, criticar o professor é, na maioria dos casos, ver no outro um problema seu. Se você não consegue assumir sua concentração, não culpe o professor. Nas minorias das vezes que o problema é realmente o professor, colar não ajuda a tornar o professor melhor. Terceiro, o mundo não concilia estudo e lazer, mas quem deve conciliar isso é você. É muito fácil dizer que é impossível. Você tem que fazer escolhas, o mundo não é um mar de rosas.
      Concluo que colar não resolve nenhum problema, e além disso, acrescento, tirar nota boa é uma injustiça; e uma forma de fugir do dever de estudar, enganando a si mesmo. Aceito críticas. Se for apropriado, faço outra postagem sobre isso.

      Tem mais uma coisa que eu quero falar. É sobre as "frasezinhas" engraçadinhas dos professores nas provas do tipo: "pode colar, desde que eu não veja" ou "a cola é proibida, exceto se o professor não ver". Vai, pode parecer engraçado a priori. Mas que recado a pessoa incumbida de ensinar os futuros cidadãos está passando? Algo do tipo: Você pode ser malandro, desde que não seja pego. Você pode ser um criminoso traidor, desde que ninguém saiba. Mesmo que não seja responsabilidade do professor transmitir moralidade e educação para as crianças (o que seria tarefa dos pais, da família), ainda o professor agiria contra todos se não buscar prevenir essa falta de moralidade.
     Sei lá, para mim, nota é consequência, e não objetivo. Se você pensa contrário, se acha que os fins justificam os meios, então acho que precisa rever sua moralidade.

     Desculpem, caros leitores, pelo desabafo e pelas críticas um tanto generalizantes e intolerantes. Se magoei alguém, me desculpe, o objetivo não é atingir a pessoa, mas a forma de pensar e de agir. Inevitavelmente alguns podem se ferir, se for o caso, melhore a autoestima. Se discordam com o que disse ou concordam, comentem, divulguem.
     Obrigado pela paciência,


     Tenham um bom dia.

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