Os verdadeiros patrões e chefes (pelo menos grande parte dos chefes de verdade - para não cair na falácia do escocês de verdade - o que é falácia do escocês de verdade? Acesse o link no final) são extremamente exigentes, não se preocupam se os trabalhadores estão com o filho doente, se há mão de obra semi-escrava envolvida. Só querem ter seus anseios satisfeitos.
(antes de iniciar, quero dizer que não concordo em classificar essa postagem como [economia], está mais para [conhecimento de mundo], mas resolvo manter)
Tenho o hábito de assistir um anime chamado Naruto - não critiquem meu gosto. Infelizmente, não lançaram episódios nessa semana e parece que não lançarão na próxima. Lia os comentários abaixo e vi um que chamou atenção. Dizia que seria um bom presente de Natal se lançassem dois episódios naquele dia.
Outro dia (essa história não aconteceu de verdade) ia comprar tênis. Após certo tempo, encontrei dois modelos que me agradavam. O primeiro, de marca "X", era conhecido por empregar mão de obra de criancinhas da China (segundo as más línguas). O segundo, de marca "Y", eu não conhecia muito bem. Era incerto se empregava essa abominável mão de obra.
Após alguns milésimos de segundos de reflexão, percebi que o bolso falava mais alto. Acabei comprando a marca X. Na verdade, não era o bolso, era porque eu já conhecia a marca, pelo cheiro de tênis, pelo formato ortopédico, pelas cores que combinavam com minha personalidade etc. - mas não pelo preço.
Uma empresa pode ter uma hierarquia de chefes. Chamarei o chefe supremo de a'chefe. O chefe menor será o o'chefe (aproveito para indicar o livro "O Trono do Sol", de S. L. Farrell, me lembra "Game os Thrones", mas menos complexo, mesmo assim, muito bom - quem já leu sabe o motivo pelo qual indiquei). Se o a'chefe é exigente e rígido, o o'chefe acaba tendo que ser assim também com seus subordinados para cumprir as exigências impostas por seu chefe.
Quem produz um bem ou presta um serviço não o faz para si mesmo, mas para outro. Um produtor de café não planta para o próprio consumo, para o de outrem - uma parte ele pode consumir, mas essa não é a finalidade. Um vendedor não vende a si, mas a outro. Para ser bem sucedido no trabalho, qualquer pessoa ganha pontos se atender a o que lhe é exigido. O produtor de café deve produzir café de qualidade, ser gentil aos compradores etc. Isso tudo para que comprem seu produto.
Em última instância, é possível concluir que o patrão máximo é o cliente. É o cliente que exige um trabalho bem feito. Se o comprador não gosta do que é vendido ou se é mal atendido, então ele muda de vendedor. O cliente é exigente e egoísta. Ele não se preocupa se o vendedor tem um filho doente - há exceções. Se o cliente é tão exigente, ele transmite esse grau de perfeição pela cadeia produtiva.
Por sorte, temos leis e direitos que protegem os trabalhadores. As pessoas são más, imagine se não houvesse lei protegendo os produtores de animes da obsessão doentia dos fãs, que exigem não apenas que lancem um episódio no Natal, mas que exigem DOIS episódios.
Na verdade, considerando que os clientes são os patrões, devemos ampliar as leis trabalhistas e criar leis a favor dos vendedores, que são como subordinados. Deveríamos obrigar os consumidores a continuarem comprando do vendedor que aumenta os preços por causa do filho doente, devemos cobrar uma taxa na compra para ajudar os vendedores ineficientes a não irem à falência. Qualquer um que apresente essa proposta certamente será eleito presidente do mundo!
Tenham um bom dia!
Links:
Falácia do escocês de verdade - http://www.youtube.com/watch?v=JfldV9HOPHs&feature=c4-overview-vl&list=PL7298E65F62E9A957
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