terça-feira, 31 de dezembro de 2013

[economia] Como se definem os preços?

Comunicado:
     Vou colocar "[economia]" no título de algumas postagens para o/a leitor/a saber que terá muita referência à economia. As postagens que tiverem pouca relação com a economia não vou colocar.
     Estou iniciando um processo de colocar links de outras postagens do blog para direcionar as pessoas interessadas a assuntos semelhantes. Boa leitura

     Por que os preços são aqueles que são?
     Antigamente havia questões as quais os estudiosos tinham dificuldade em explicar. O que define os preços? O ferro é mais útil do que o ouro, mas por que é mais caro? Por que a água é mais cara no deserto do que na beira do rio?

    Primeiro, devemos notar que as coisas não têm um preço fixo. Na natureza sem o homem havia só bens. O homem dá um valor subjetivo aos bens (veja observação no final). Segundo esse valor subjetivo, o homem decide como agir. O homem pode achar que no momento é mais importante buscar água para cozinhar do que cortar lenha para a fogueira. Assim, o homem valora mais a água do que a lenha nesse momento.
     O valor que o homem dá a cada bem depende de cada indivíduo. Conforme as vontades individuais mudam, os valores atribuídos aos bens também mudam. Quando um bem é mais valorado, as pessoas estão dispostas a pagarem mais por esse bem. Assim, o preço pode aumentar. Por exemplo, as pessoas de uma cidade gostam muito de comer sorvete. Surge uma notícia de que o sorvete faz mal à saúde. Algumas pessoas passam a não dar um bom valor ao sorvete ou a dar um valor menor. Os vendedores de sorvete querem manter os clientes, então abaixam o preço. Os vendedores não conseguirão fazer com que todas continuem comprando, mas conseguem se manter da venda.
     Note que no exemplo acima o valor que cada indivíduo dá para o sorvete é diferente, não há um único valor.
     Vamos pensar em outros exemplos. Pensemos em uma ilha. Na ilha, grande parte da água potável vem de fora. Ocorre um furação e a ilha perde grande parte da água potável. O próximo navio que levará água demora dias para chegar. Se você fosse um habitante da ilha, pensaria "Oh, a água está ficando escassa, então vou comprar mais para me prevenir, para garantir a minha parte". Ao pensar dessa forma, você está aumentando o valor atribuído à água. A água passou a ser um bem precioso. O vendedor também pensa e também chega á mesma conclusão que você. Ele resolve vender a água mais caro, todos estarão dispostos a pagarem mais caro por ela mesmo. (se é moralmente correto ou não, veja o link que colocarei no final, aqui estou descrevendo o que acontece, não o que deve acontecer) Desse exemplo, observamos que a expectativa do futuro e a quantidade de um produto interferem na valoração.
     (os produtores observam que o produto que vendem está mais caro. Grande parte resolve vender mais. Isso aumenta a quantidade futura)
     Aqui, percebemos que é importante o valor subjetivo que as pessoas atribuem aos bens.

     Vamos retomar o seguinte fato: O ferro é mais útil do que o ouro. Se a maioria de nós fosse escolher entre o mundo continuar tendo ferro ou continuar tendo ouro, provavelmente escolheria pelo ferro - as pessoas atribuem um valor maior ao ferro. Por que, então, o ouro é mais caro do que o ferro?
     Na verdade, a pergunta está mal formulada. A pergunta certa seria: Por que, então, uma determinada quantidade de ouro (1 kg, por exemplo), é mais cara do que certa quantidade de ferro (1 kg, por exemplo)? Agora, a resposta está mais evidente. Quando vamos comprar, não valoramos todo o produto do mundo, mas a quantidade que queremos obter (o benefício marginal do produto). Em minha atual situação, iria desejar 1 kg de ouro ou 1 kg de ferro?
     Aqui, concluímos que o importante é o valor subjetivo marginal (não o total) que as pessoas atribuem aos bens.

     Pretendo abordar mais duas vezes esse assunto. Primeiro, trazendo conceitos de oferta e demanda. Segundo, tratando da relação entre o trabalho e o preço. Não necessariamente nessa ordem


Tenham um bom dia.

Postagem relacionada:
http://www.copaziodesaber.blogspot.com.br/2013/10/tempestades-e-preco-do-guarda-chuva.html

Observação
      Ao valorar, o homem não atribui números cardinais, mas ordinais. Não digo "a pizza vale três hamburgers", mas "eu prefiro uma pizza a três hamburgers". Não posso atribuir um valor absoluto para cada preferência, mas uma ordem entre preferências.
     O problema não é a ausência de valores absolutos, cardinais, mas é que a valoração muda. Não há valores fixos. Hoje posso querer comer pastel, amanhã posso querer arroz e feijão. É impossível prever o futuro, os empresários e vendedores não sabem com certeza absoluta quanto devem investir ou por quanto devem vender. As pessoas, contudo, tendem a manter certas valorações, como são muitas pessoas mais ou menos com gostos constantes, é possível fazer previsões sobre o futuro. Nunca essa previsão terá uma fórmula matemática, o futuro é sempre incerto.

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