sábado, 5 de julho de 2014

Vagão exclusivo para mulheres

      "A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei que obriga trens e metrô do Estado a destinarem vagões para uso exclusivo de mulheres."


      Em uma nova medida, os deputados aprovam projeto de lei (apelidado "vagão rosa) que aprova a obrigatoriedade de um vagão exclusivo para mulheres.

      Qual a minha sugestão para resolver o problema de "depravados"? Mais livre mercado. Eu explico.
Tenham uma boa tarde!
Veja também:


      Espero que as feministas concordem que isso é um exagero, mas muitas poderiam dizer que é plenamente justificável. As mulheres são vítimas de "depravados" nesses lugares. Nada mais justo do que um vagão exclusivo para elas.
      Sinceramente, isso me lembra o apartheid, ao se criar leis que diferenciam grupos de pessoas dessa forma (só determinados grupos podem usar determinado serviço devido a um critério segregacionista). Eu concordo que as atitudes desses "depravados" são extremamente desrespeitosas. Então o que se propõe? Vamos obrigar as empresas de metrô a oferecerem um vagão exclusivo para mulheres! Isso é o que eu chamo de criatividade. Está difícil punir essas pessoas, vamos socializar o prejuízo. Agora as empresas terão que arcar com um custo maior (de mudar a logística de forma a oferecer um trem ou vagão só para mulheres) e também outros clientes (que serão afetados pela mudança logística das empresas).
      Cabe aqui lembrar o que eu disse em outro post (o link segue abaixo). Os capitalistas (os donos das empresas, no caso) são contrários a essa segregação em nome do lucro. No próprio apartheid, os capitalistas preferiam acabar com a segregação para terem custo menor de manutenção, o que aumentaria os lucros. O racismo, preconceito e regimes de segregação são mais caros (e são injustos, mas não é esse o ponto aqui). A economia não se preocupa com a moralidade, sim com a eficiência. Essas formas de discriminação são mais caras, por isso o capitalismo repudia tais práticas.

      O que aconteceria se esse comportamento nojento ocorresse em um restaurante, em uma loja, em um hotel. Mesmo que não seja possível identificar o sujeito, o estabelecimento privado irá arcar com a perda de clientes. Há homens e mulheres que não gostam que isso ocorra (há outros que gostam, e haveria talvez um contrabalanceamento pequeno).
       Se os clientes não gostam de uma prática recorrente, os estabelecimentos comerciais, para não perderem clientes, tomarão medidas enérgicas para reprimirem o comportamento.
      A melhor solução é privatizar as linhas de trem e metrô (ônibus também), de forma que cada empresa disputará os clientes tentando, por exemplo, oferecer um ambiente de maior respeito. Mas essa solução parece muito radical para muitos. Que tal um passo menor. Vamos permitir que mais empresas possam oferecer esses serviços, diminuir a burocracia para empresas de transporte. Se há mais serviços ofertados, o preço diminui e a qualidade do produto melhora.
      Pode haver um problema de "monopólio natural", contudo. No caso dos metrôs, pode haver um limite de vagões que podem estar em circulação, então o livre mercado não poderia atuar perfeitamente. Isso é parcialmente verdadeiro. Mesmo que a curto e médio prazo (a longo prazo, é possível construir mais linhas) haja de fato esse limite, a iniciativa privada pode concorrer em cada linha disponível. O governo poderia, por exemplo, realizar contratos de concessão de serviços por três anos. Haveria várias empresas concorrendo para obter esse contrato. Essas empresas terão que conciliar o preço da passagem e a qualidade do produto, assim como oferecer uma boa contraprestação para o governo.
     Cada empresa iria oferecer uma proporção entre preço e qualidade que acredita atrair mais clientes. Os clientes terão que escolher qual empresa oferece essa melhor relação. As empresas que mais agradam os clientes irão lucrar mais e se manterão. Não digo que haja uma proporção que agrade a todos. Pode haver vagões mais "libertinos" e mais baratos com o mesmo sucesso de vagões mais "conservadores" e mais caros, ambos agradando determinados grupos de clientes. Pode até mesmo haver vagões "libertinos" caros e vagões "conservadores" baratos, desde que haja demanda para isso (ou ainda "vagões rosas", desde que seja economicamente vantajoso).


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