domingo, 27 de julho de 2014

Contra uma democracia direta

     Na verdade, até poucos dias atrás eu gostava da ideia da democracia direta, mas ao passar por uma análise dos meus princípios, conclui que a democracia direta não é tão boa quanto antes pensava - ou pelo menos é o que agora penso. Por favor, poste nos comentários sua opinião.

     Ok, basicamente qual foi o princípio de meu pensamento? A analogia que se segue não é minha: Os políticos eleitos deveriam ser tão importantes em nossa vida quanto a de um síndico de um prédio. Ninguém quer ser por ter coisa mais útil para fazer, deve interferir o mínimo possível na minha vida. Só deveria cuidar dos problemas que eu acho importante na minha vida, mas que não consigo resolver facilmente sozinho.
      Embora nem sempre aconteça nos prédios, imagino, o síndico não pode controlar o que as pessoas assistem nas TVs de suas casas ou aumentar a conta de água para "salvar o planeta". A função seria mais relacionada com as áreas comuns e algumas demandas comuns.
      Ora, por que a maioria prefere ter um síndico em vez de realizar semanalmente ou quinzenalmente uma assembleia com os outros moradores? Vamos imaginar o problema de um elevador quebrado. Os moradores não querem mais problemas em suas vidas, e quando se reúnem para discutir em assembleia problemas que nem sempre lhe são tão importantes faz com que todos se envolvam e arrumem mais um problema em suas vidas. Quando escolhem um síndico para resolverem os problemas, é uma parte de problemas que se livram.
      Da mesma forma, imagino que as pessoas (mais uma vez, generalização infeliz) preferem cuidar de suas vidas em vez de discutir problemas coletivos. Por isso, uma democracia indireta provavelmente é mais eficiente do que democracias diretas. É claro que isso não impede mecanismos de democracia direta em algumas situações: quando a situação é séria, pode ser preciso o síndico reunir todos os moradores.
      Ainda na analogia, via de regra não importa o que cada um faz dentro de seu apartamento - desde que não prejudique outro. Seria cômica uma assembleia de um prédio com o objetivo de discutir se os pais do prédio podem ou não dar refrigerantes para seus filhos, essa é uma discussão que o governo não poderia fazer por violar a esfera de liberdade dos cidadãos. As pessoas não gostam de política por cuidar de assuntos desinteressantes ou óbvios (não para todos, mas para uma pessoa de bom senso), um pai teria muito desgosto e perderia muito tempo discutindo se pode não dar refrigerante para os filhos, esse é um assunto desinteressante e óbvio.

      Em suma, não gosto da democracia direta por: 1) muitas vezes estar ligada com uma ideia de poder ilimitado do povo (há limites nas esferas privadas, por exemplo, mas esses limites parecem mais tênues quando costumam pensar em democracia direta) e 2) por eu querer que a política interfira menos na minha vida, e não mais (na democracia direta pelo menos eu posso eleger um cara que pense como eu para me representar).

É isso.
Tenham uma boa tarde!


Obs.: Por favor, marquem abaixo as reações sobre o post. Isso é importante para que eu saiba o que estão achando das minhas postagens.

Sintam-se à vontade para comentar, criticar, sugerir.

Acho que um vídeo que fiz é um bom complemento. Ele trata da relação entre democracia e liberdade. A democracia não é compatível com um estado forte, mas com um estado pequeno:
https://www.youtube.com/watch?v=Vr_vghu7E9Q

Aproveitem, e curtam a página do blog no Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário