terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"Rolezinho" no shopping

     Imagine que você tenha uma loja de roupas. É uma loja de tamanho médio voltado para as pessoas "humildes". As portas estão sempre abertos para os clientes. Eis que um grupo de jovens brancos e de classe alta (seja lá o que isso signifique) entre e faça baderna em sua loja. Por baderna, entenda: obstruir passagens de "brincadeira", comecem a "se pegarem" e a dançar valsa entre os cabideiros.
     Você, lembrando-se de que qualquer atitude que fizer pode arruinar seu negócio, conta até dez para manter a calma e se aproxima do grupo de jovens. Você olha para aqueles olhinhos azuis e, por um instante, sente pena. Mas é só por um instante, no outro você pede para todos deixarem SUA loja. Inicialmente, eles te ignoram. Quando você ameça chamar os pais desses jovens, eles resolvem deixar o local.
      No fim do dia, você observa que várias roupas desapareceram - e não foram os clientes que compraram. Você fica com muita raiva e resolve contar até vinte, pois raiva faz mal para o coração. Mais calmo, você pensa que foi um caso isolado.
     Alguns dias depois, novamente um grupo de jovens com as mesmas características dos primeiros faz a mesma coisa em sua loja. Você resolve contar até trinta. Então ameaça chamar pais deles. Eles parecem não ligar para o que você diz. Então você ameça chamar a polícia. Eles resolvem deixar o local.
     No fim do dia, você observa que mais roupas desapareceram. Seus clientes e funcionários estão reclamando dos incidentes.
     Alguns dias depois, mais uma vez a situação se repete. Como nas historinhas a terceira vez que um evento ocorre há algo diferente, você ameaça chamar a polícia - e chama. O grupo de jovens brancos de classe alta (seja lá o que isso signifique) é espantado por armas não letais.
     No próximo dia, você consegue autorização (se é que precisa de autorização) para limitar a entrada de jovens - bem como cobrar uma multa a quem tumultuar o ambiente.
      Os jovens, ao notarem sua medida, acusam-no/na de racista contra os brancos, inimigo da classe alta (seja lá o que isso signifique), "careta" e questionam seu gosto de música e dança. Só por sua loja ter roupas voltadas para a população "humilde", você não tem o direito de impor suas medidas fascistas (?) contra eles. Você pede a opinião dos clientes e dos seus funcionários e eles aprovam a ideia, pois ficaram com medo dessa manifestação de jovens.
     Você fica sabendo que os jovens já combinaram outra ida a sua loja para criticar sua medida autoritária (?).


Se preciso, complemento com minha opinião explícita.
Tenham um bom dia!

Continuação (é mais um desabafo)
http://copaziodesaber.blogspot.com.br/2014/01/rolezinho-e-apartheid.html

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